Capítulo 68

15 4 4
                                    


XXX - Muito boa tarde alunos, peço que deixem as vossas malas encostadas á parede aqui á frente do quadro. Nas vossas mesas apenas quero um lápis, uma borracha, uma caneta e a folha de rascunho que vos irá ser dada neste momento juntamente com a folha do teste. Volto a repetir para quem chegou atrasado. A folha de teste só é virada quando eu der autorização. Ouviu Michael? Ou precisa que o leve ao otorrinolaringologista? - Diz franzindo a sobrancelha.

Michael - Não, não. Fui lá ontem mas obrigado pela preocupação senhor professor.

Ele bem tenta se manter sério, mas quando o nosso professor de Gestão lhe dá as costas, começando a entregar os testes, ele virou-se para mim com cara de gozo.

- Michael... Tu és bem estúpido ás vezes... Olha lá que teste é que é? Eu não.. Eu não sabia... - Olho para ele completamente assustada porque literalmente não me lembrei. Tudo até agora tem sido tão intenso que eu ando completamente á nora.

Michael - Tem calma, fazemos assim, eu ajudo-te e tu dás-me algo em troca, pode ser? - O seu olhar rodeia o meu e fico ligeiramente desconfortável.

Michael - Tem calma, eu.. 

XXX - Senhor Michael pela segunda vez, se eu sequer ouvir um pio a sair da sua boca, anulo o seu teste e reprova directamente á cadeira - O professor olha de soslaio e parece que alguém entrou mesmo na menopausa.

Michael - Desculpe... - O seu olhar novamente mira o meu. O mesmo passa uma paz em mim que me fazia falta há já algum tempo. Tudo anda estranho..

Os noventa minutos passam ligeiramente rápido. O Michael tentou-me ajudar ao máximo e agradeço-lhe mentalmente. Talvez ainda tire boa nota. 

XXX - Muito bem podem se retirar e deixem os testes em cima da minha secretária. E há, já me esquecia Michael, para a próxima que me mandar essas boquinhas, tem falta. Um resto de boa tarde alunos.

- Ele definitivamente não vai com a tua cara - Ri-me enquanto me alevanto e guardo as minhas coisas dentro da mala, depois de a ir buscar.

Michael - É eu já percebi, também não me interessa - Goza - Conseguiste copiar tudo? - O sue corpo alevanta-se da cadeira arrumando juntamente as suas coisas.

- Sim, não sei como te agradecer, esqueci-me mesmo que hoje tínhamos frequência - Passo a mão na cara, escondendo a minha vergonha.

Michael - Não há mal, eu percebo-te, depois do que se tem andado a passar é normal que estejas assim. Aliás, só ainda não te esqueceste da cabeça em casa porque ela está agarrada a ti - O seu olhar mais uma vez me contempla com um sorriso maroto na cara - E agora, como prometido, vens comigo - Sorri.

É, eu contei todos os acontecimentos fúteis que se têm passado a ele. Manteve-se atento a cada palavra que dizia e sempre se mostrou empenhado em me perceber. É hilário, pois foi ele que começou esta bola de neve que agora se tornou numa avalanche, mas é assim a vida. Os erros são cometidos e é com eles que aprendemos para não os voltar a cometer. Isso não deixa de ser verdade..

- Aonde me queres levar, e-eu..

Michael - Antes que me digas que tens que estudar e todas essas desculpas foleiras, eu sei que isso não é verdade e que vais andar aí a deprimir e, ainda para mais, eu quero me redimir, portanto vamos dar uma volta por ai. Sem segundas intenções, prometo.

- Okay okay, pode ser.

Michael - Anda então, ainda temos um logo caminho - Sorri para mim enquanto sigo os seus passos.

Quando estamos no parque de estacionamento frente ao campus, ele puxa da chave e destranca o seu BMW. A viagem ainda dura um bom bocado, talvez uma hora, mas como ainda são apenas 4 da tarde não me importo muito. A realidade é que não tinha mesmo nada para fazer então olha, aqui estou eu.

Os edifícios depressa percorrem a minha visão e ao longe vão se dissipando. Entramos num largo de terra batida e não se vê nada mais a não ser árvores. Ele para o carro e depressa sai, andando para o meu lado e abrindo a porta.

- Ui que cavalheiro - Gargalho.

Michael - Para ti, sempre - O seu corpo anda até mim enquanto me estende a sua mão para me ajudar a sair do seu carro.

Andamos em direcção a uns arbustos depois do mesmo ter fechado o seu carro. A sua mão entrelaça contra a minha e por um momento deixo de poder sentir vergonha. Não existe o barulho desafinado dos carros, apenas uma calmaria e uma paz que eu ansiosamente tentava encontrar sem sucesso.

Devo estar bebada para estar aqui com ele, só pode. O calor que a mão dele transmite contra mim é diferente do calor que eu sentia de uma outra pessoa. É estranho pensar sequer em em estar aqui, mas não me importo. Tentei inúmeras vezes de tentar remediar as coisas mas ele não quer. E eu compreendo. Eu entendo perfeitamente se ele não quiser mais nada comigo.

Não é como se estivesse a querer desistir. Mas eu também tenho que pensar em mim. Tenho que pensar no meu bem estar e o mais importante agora é concerteza a faculdade. Eu amo-o mas... há tanto coisa a infligir contra os meus sentimentos que eu já nem sei o que dizer de mim própria. Está tudo confuso. Dizer que não gosto do Michael, é algo profundamente não realístico ao que eu, lá mesmo no fundo da minha alma, sinto. Mas neste momento não estou em condições para assumir ou falar o que quer que seja.

Ele continua a puxar por mim e aos meus olhos, diante de mim, está uma cascata linda. É simplesmente inacreditável o quão azul cristalina a água é. 

Michael - Nunca trouxe aqui ninguém. Venho sempre para aqui quando preciso de pensar na vida, reflectir e quando tenho problemas. Acalma-me bastante. Um sitio tão sossegado, não se vê ninguém... És a primeira que trago aqui se te conforta - A sua cara vira-se de encontro á minha mirando-me intensamente.

De qualquer das maneiras é totalmente verídico quando digo que existe nele algo que desperta a minha atenção. Algo que eu.. ainda não me apercebi. Ele continua-me a olhar na esperança de me reconfortar de alguma maneira e derrepente este momento é simplesmente é nosso. Não existe nada nem ninguém que possa impedir algo de acontecer.

Se o Harry não quer nada comigo eu compreendo. Não vou estar  forçar nada que ele não queira. Ainda estou magoada, infeliz e triste, mas não posso parar a minha vida por algo á qual eu não tive culpa. Talvez devesse ser melhor deixar as coisas fluírem e.. talvez ver no que dá. Talvez o melhor seja esquecê-lo. Deixar de me culpar. Eu tenho de seguir em frente. Aliás eu preciso.

Michael - Ana, eu..


..................................................

Continua para o próximo capitulo meus amores! Voces não estão bem a ver o que vai acontecer, pois não? xD

DIGAM-ME O QUE ACHAM E CONTINUEM A VOTAR HEHEHEHE

Kissssssssseeeeeeesssss

«««All The Love»»»


Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora