Capítulo 72

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Tudo ao meu redor parecia empalidecer. Ou isso ou então os nervos estavam a subir á minha cabeça. As paredes brancas daquele corredor nunca mais acabavam e o suor entre as palmas das minhas mãos começava a exceder.

Passado coisa de meia hora ou assim, o médico voltou para levar consigo alguém que desejasse ver o Harry, sendo que o mesmo ainda estaria a dormir mas por pouco tempo. Depressa ressaltei para ir em últimos, mas todos e mais especificamente o Louis, me disseram para ir em primeiro lugar.

Bem tentei dar a volta mas a única resposta foi o facto de eu lhe ser importante e que ele precisava de mim. E então aqui estou eu. A seguir as pisadas que o médico vai seguindo até pararmos em frente a uma porta branca.

XXX - Bem, o quarto dele é este. Como referi antes, ele deve estar mesmo a acordar e quando isso acontecer agradecia que, ou me chamasse a mim ou a alguma enfermeira que está aqui de plantão.

- Sim sim, esteja descansado.

O médico prontamente refaz o seu caminho entrando por outro corredor. Olho brevemente para a maçaneta da porta entrando em conflito comigo mesma.

Ele não me quer. Aliás ele já o tinha dito. Vezes e mais vezes.. Não me sentia suficientemente segura para abrir aquela porta e o ver naquele estado, por outro lado. Ele sempre ostentava um sorriso magnifico na cara e aqueles grandes olhos verdes que, em nada, reflectiam nenhum passado repleto de mágoa.

Eu tenho que me fazer á vida. Os concelhos do Louis apenas realçaram o quanto eu me preocupava e me preocupo com ele. O quanto o quero e por esse mesmo motivo, abri a porta mirando um corpo com aquela bata típica de hospital, deitado na cama. Ao seu lado havia um cadeirão e aquelas máquinas que os meus ouvidos tanto abominavam, estavam ao lado dele a monitorizar cada passada do seu coração.

Sentei me então no cadeirão, chegando-a para mais perto dele. Aquelas pestanas perfeitamente delineadas repousavam nas suas bochechas enquanto o mirava.

Ao ponto que chegou...

Peguei na sua mão, enroscando-a na minha. O contraste de temperaturas, em que a dela encontrava-se fria, manifestou em mim, mais uma vez, aquele sabor amárguo da culpa. O saber que ele estava aqui neste estado graças á minha imaturidade em saber definir assuntos pendentes.

Desde que sai da universidade que não tinha ainda falado com o Michael. Mensagens foram recebidas por mim mas não achei digno de estar a fazer isto aos dois. Eu preciso de me distanciar... Talvez seja isso a cura para o problema que até agora não teve remendo..

- Harry.. Porque é que fizeste aquilo? Porque é que tiveste de chegar a este ponto? Porquê?

A pergunta soava bem alto na minha mente. Embora eu soubesse que não teria resposta alguma, não pelo facto de ele ainda dormir mas sim pelo facto de já o conhecer perfeitamente bem para entender que ele não iria falar devido aos problemas entre nós, eu repetia vezes sem conta aquilo na minha cabeça.

Massaja a sua mão com o polegar suavemente. Olhava para a mesma para tentar encontrar algo ao qual eu não sabia. A tatuagem da cruz na mesma ressaltou á minha vista. E nunca aquela tatuagem tinha me dissuadido tanto como naquele preciso momento.

Deus quis que ele vivesse. Para estar aqui e contar a sua história que, embora repleta de inúmeros e difíceis momentos, sempre conseguiu dar a volta a qualquer um deles e ainda abraçar a vida.

Continuava a tocar na sua mão quando vi um dos seus dedos longos a mexer-se. Rapidamente olhei para a sua face, percebendo os seus olhos a olharem para mim como se eu fosse algo cujo qual não conseguisse identificar. A sua outra mão ao qual uma agulha continuava espetada para o mesmo receber o soro, chegou perto da sua cara para esfregar a mesma como um sinal de repulsa de reparar que estava num sitio pouco cómodo ou até mesmo amigável.

Harry - Onde é que estou? - A sua voz rouca, pela primeira vez em dias embora um pouco fraca, perguntava-me algo sem ser num tom eufórico ou zangado.

- Bem.. Harry tu estás no hospital - Falo suavemente observando a sua reacção.

Harry - Eu não devia estar aqui, digo... - Os seus olhos observavam-me curiosos.

- Pois não. Tu devias estar em casa ou na universidade. A fazer coisas que não prejudicassem a tua saúde ou..

Harry - Não comeces por favor, eu..

- Tudo bem, e-eu vou chamar uma enfermeira..

Preparava-me para me alevantar mas a sua mão pegou no meu braço, travando-me.

Harry - Fica - Olha-me intensamente - Por favor.

- Harry... Eu preciso de..

Harry - Eu preciso de ti.. fica..

- Eu.. okay..

Alguns minutos se passaram até que ele acabou por acabar com o silêncio que reinava pelo quarto.

Harry - Porque estás aqui? - Senta-se na cama a algum custo mirando-me fixamente. Os seus cabelos agora rebeldes tornava-no mais sexy e isso não o vou negar mas estou-me a conter muito para não lhe saltar para cima.

- Porque, embora não o percebas ou não queiras entender, eu preocupo-me contigo. E não gosto de te ver assim.

Harry - Ana...

- Eu já te disse, eu não vou desistir de ti..

Harry - Anda aqui - o seu dedo indica e chego-me mais perto dele.

Harry - Porque é tão difícil tu fazeres o que eu te digo? - O seu rosto chega mais perto do meu e os seus olhos fitam os meus lábios.

O nervosismo sobe cada vez mais em mim e as borboletas que pensava já não existirem, decidem revoltar-se. Os seus olhos estam cada vez mais escuros e já nem sei dizer se são de desejo ou de raiva.

- E tu sabes perfeitamente o quão teimosa eu posso ser então.

Os seus lábios acabam com o espaço e as suas mãos agarram a minha nunca ligeiramente. Ai.. Se ele soubesse as saudades que eu já tinha daqueles lábios.. do seu sabor.. do quão prazeroso ele acaba por tornar o momento de cada vez que me beija...

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Hehehehehe

Vou pensar no vosso caso, dependendo dos vossos comentários, se faço ou não capitulo hot. Sejam boazinhas vá lá! Até eu já tenho saudades dos nossos pombinhos ahaha.

Comentem e votem!!!!

Kisseeeeeeess

«««All The Love»»»

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora