Capítulo 80

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Harry - Desculpa. Não era suposto sequer estar aqui, mas o teu pai convidou os meus pais para virem aqui lanchar e tive que vir - O seu corpo chega-se para mais longe de mim olhando-me envergonhado.

Se ele sequer soubesse que é um pecado só de o olhar...

- E posso saber o que estás a fazer aqui no meu quarto? - Sento-me na cama.

Harry - O teu pai está ocupado a falar com os meus pais e, a tua irmã pediu para te vir chamar - Diz inocente.

-Ha...

A minha irmã... Ai essa techuga não perde pela demora, sei bem que ela tem alguma na manga...

Harry - Posso perguntar uma coisa?

- Humm.. Sim, quer dizer eu penso que sim.

Sinto-me mais ou menos incomodada. Não sei bem se é por ele estar aqui ou por o ter de encarar depois do que se passou naquele parque e do que fora dito.

Harry - Tu gostas mesmo dele? - Percebo talvez uma certa indiferença e uma posse de tristeza nos seus olhos. E mesmo que não queira sei perfeitamente perceber que ele está ridiculamente ciumento.

E curiosamente algo acende em mim. Eu gosto de o sentir assim embora o veja a sofrer e a remoer por dentro.

-Harry...

Harry - Diz-me que já não me amas e eu deixo-te ir. Diz-me isso na cara e eu prometo que nunca mais te chateio e vou-me embora. Para sempre - Olha-me excitante com aquele olhar penetrante.

E o que eu digo? Nada.

Não tenho coragem. Ele sabe muito bem que o que eu sinto por ele ainda não fugiu de cá dentro quando já devia ter saído. É estúpido dizer isso mas depois de tudo o que já se passou entre nós, ás vezes fico a pensar que a química está lá mas que, por fora não somos capazes de combater contra o que nos é posto á frente.

E fico especada a olhar. Parece que de um momento deixei de saber andar, de falar ou de sequer cogitar sobre algo aleatório. O seu corpo avança contra o meu num movimento rápido e ele encosta-me contra a parede com alguma força.

Harry - Ana. Diz-me. Ou eu juro que perco aqui a cabeça neste momento - A sua voz soa quase como num suspiro mas ao mesmo tempo convertido a um sussurro contra mim.

Continuo sem falar. Pudera. Ele é a luz na escuridão. Aquele fogo que arde sem se ver. E eu percebo. Ele é tão apaixonado quanto eu. Dois malucos. Num quarto. Sozinhos.

Quando era necessário nem sequer vermo-nos. Quando o que tivemos tivera acabado há já algum tempo por algo imbecil. E aqui estamos nós. Sempre convertidos ao mesmo mistério criado pelos nossos corações e almas que nos confundem sem pudor.

Sem nenhuma espera ou apreço os seus lábios estendem-se contra os meus com alguma brutidade. A lembrança do seu sabor ainda preenchia a minha alma, cada traço dela. As suas mãos cercaram as minhas cochas apertando-as com rudeza puxando-me mais contra si e empurrando-me contra a parede. Impulsiona-me rapidamente fazendo com que as minhas pernas se aprisionem contra a sua cintura.

As nossas línguas moviam-se em completa sintonia e sem qualquer decência. E era sempre assim que iriamos terminar talvez. Enrolados um ao outro como se fossemos unha e carne.

Os meus dedos puxaram os seus cabelos impulsionando o momento fervescente que ia acontecendo entre nós. A sua mão apertou o meu seio e da sua boca saiu um murmuro excitando-me mais. O seu membro pulsante fomentava o crescer das borboletas em mim e desejei que aquele momento nunca mais acaba-se.

Enquanto continuávamos dentro da nossa bolha, um bater foi ouvido e depressa abrimos os olhos deixando o que outrora nos motivava.

Harry - Estás á espera de alguém? - A sua respiração encontrava-se descontrolada e olhava-me desesperado.

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora