Capítulo 36

27 2 0
                                    

Andava eu a a vadiar pelas ruas que presenciavam a existência de um céu pálido pela culpa das nuvens e do tempo gélido. Nada me parecia interessante, as pessoas passavam por mim e olhavam-me com desdém, como se fosse um vagabundo e sentissem nojo de mim. Bem, não as posso culpar, o meu estado estava péssimo a nível de sobriedade, e ainda não tinha visto a minha face para saber realmente se estava assim tão mal.

As noites mais pareciam passar á velocidade da luz por culpa da droga e álcool que consumia. Gostava de estar assim. Não sentia dor nenhuma. Não sentia a tristeza a dizer olá ao meu ser. Ninguém me podia fazer pensar o contrário. Olhar para a minha vida não me trazia nenhuma saudade. A minha mãe chora de cada vez que me vê neste estado, mas estaria a mentir se sentisse um pingo de arrependimento. Não sinto nada. Era como se fosse uma alma perdida neste mundo por onde vagueia. A minha irmã já nem liga, apenas me olha com um olhar reprovador e desolado e se me visse a mim mesma, pensaria o mesmo que ela pensa de cada vez que me vê. 

Passaram dois meses desde aquela maldita festa onde vi aquela rapariga. As memórias por mim passam mas depressa se evaporam. Mas ela não. Há algo que faz despertar em mim, um sentimento que nunca antes tinha sentido. Gostava de a ver. De a sentir de novo. De poder olhar naqueles olhos e simplesmente admirá-la. 

Não tenho qualquer contacto com ela, apenas memórias. Curtas e breves. Como o vento gélido que congela todo o meu ser.

Algo que de facto gosto, pois retrata exactamente o tipo de pessoa que sou. Ou em quem me tornei.

Cheguei na casa do Louis e bati á porta. Um longo amigo de infância que sempre me apoiou em tudo. Talvez seja uma das únicas pessoas que compreende o porquê de eu me ter tornado neste Harry frio, sem um pingo de emoção, pálido como uma nuvem á conta da rotina que tomo.

Louis: Harry, entra está um frio do caneco - ri-se. 

Dei um olá baixinho e entrei de rompante pela casa a dentro dirigindo-me á sala de estar. Estava quente aqui, e portanto retirei o meu casaco e pousei-o em cima de uma cadeira ao calhas sentando-me de seguida no sofá sem me importar.

Louis: Sabes que eu me preocupo contigo - olha-me cuidadosamente e sei que vai começar com a palestra de sempre.

- Mais vale saltares a parte lamechas e ir directamente ao ponto da conversa Lou- pouso cuidadosamente os meus braços em cima dos meus joelhos enquanto envolvo a minha cara com as mãos escondendo a mesma.

Louis: A tua irmã falou outra vez comigo Harry. Ela está preocupada. Diz que não dormes em casa á dois dias. E eu como teu amigo estou preocupado nesses teus hábitos pouco saudáveis. De vez em quando uma festa ou duas não faz mal a ninguém, mas... todos os dias Harry - olha para mim sério.

- Lou por favor...

Louis: Não Harry isto é demais! A tua mãe anda de rastos! Sempre ouvi dizer "Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti", e tu, fazes exactamente isso e parece que gostas. Tu sabes que muito bem que todos te adoram e querem o teu melhor, mas parece que não queres colaborar, eu sei que o teu passad...

- NÃO FALES DO MEU PASSADO! - sinto a ira a vir ao de cima. - se ele gostasse de mim e da minha família não teria feito o que fez! Ele é um monstro e por causa dele mal consigo pregar o olho!

Louis: Mas sem quereres estás a fazer o mesmo que ele vos fez! Poupa-me!

Tentei erguer-me mas o meu corpo pareceu não querer colaborar. Sem forças amparo-me ao braço do sofá sentindo uma enorme tontura.

Louis: Vês!? Consegues ver o estado ao qual chegaste?!

- Deixa-me por favor... - digo sem forças.

Sinto o seu braço a envolver a minha cintura e apenas deixo que o mesmo me ampare. Começamos a caminhar lentamente e é muito provável que ele me esteja a guiar até ao quarto como todas as outras vezes. Já até estou acostumado a estes pequenos problemas e agradeço todos os dias por ao menos ter alguém que cuide de mim.

Sinto o meu corpo cair em cima de algo fofo e uma manta a envolver-me. De repente tudo fica escuro e sinto-me mais leve.

Longe de tudo...

-------------------

Acordo com raios de luz a atingirem o meu campo de visão, algo que já não via com tanta atenção e calma. Sinto-me melhor, reparo que pelo relógio na mesa de cabeceira são cinco da tarde e decido alevantar-me lentamente para me habituar. 

Calço os meus ténis meio sujos. Uso os mesmo porque não gosto de usar sapatos novos, é estranho eu sei mas assim que os calço vou eu direcção á sala onde encontro o Louis deitado no sofá a beber chá enquanto vê TV. Eu sei é icónico o cházinho das cinco. 

Louis: Hey, como te sentes?

- Concerteza melhor.

Louis: Ainda bem. - fala enquanto mal me dá atenção.Provavelmente ainda amargurado pela discussão anterior.

- Eu... acho que posso... tentar - digo meio envergonhado.

Louis: O quê?

 - Eu disse que posso tentar ser melhor, sei lá. Eu não quero ser igual ao meu pai, mas tens de perceber que tudo o que se passou deixou cicatrizes que ainda são recentes e ainda abertas. Tocares no assunto é como pores álcool nelas, dói - sinto -me muito mal...

Louis: Eu só queria que falasses mais comigo, desabafar faz bem e não é isso que fazes. Falares sobre o problema, encares e aceitares é o primeiro passo.

- Eu sei e agradeço por teres e por estares cá sempre para mim - sorrio para ele.

Louis: Há claro que sei isso, vais dizer que há ai alguém que seja melhor amigo que eu ? Louis Tomlinson? - ri-se.

- É difícil encontrar alguém assim tão chato e insuportável como tu - junto-me á gargalhada dele enquanto nos juntamos para um abraço.

Louis: Sei que talvez não seja a melhor altura, mas o Jace disse que há uma rapariga que quer falar contigo urgentemente, tens aqui o número dela e o nome - disse enquanto remexe no seu bolso das jeans e dá-me um pequeno papel com um número e reparo que a rapariga desconhecida se chama Caroline. Caroline Flack. O nome não me diz nada e não suspeito qual seja o assunto pendente que a mesma terá comigo.

Saio de casa do meu amigo depois de me despedir do mesmo. Sigo pela rua andando agora com um novo propósito. De voltar para casa e desculpar-me por ser quem sou. Por fazer todos os pecados ao qual não desejo a ninguém. Apesar disso pelo caminho fico pensantivo.

Que é que virá para aqui desta vez?


----------------------------------------------

Olá ladiessssssssssss

Gosto muito de vocês, mas gostava de saber o que acham da fic até agora, podiam dar sugestões do que poderá acontecer com o Harry... de novo ..

Comentem e votem, amo-vos a todas «3


««All The Love««

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora