Capítulo 22

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Depois do almoço, decidimos fazer uma maratona de filmes. Eu liguei a minha conta Netflix e deixámos os rapazes a escolher o filme enquanto fomos preparar umas pipocas para todos.

Qual não é o meu espanto quando chegamos á sala e eu vejo um thriller de um filme de terror a passar na televisão. Opá é verdade que eu até gosto de assistir a este tipo de filmes excepto  aquelas partes assustadoras. Lembro-me que houve uma vez que fui numa visita de estudo a Zaragoza, Espanha e, num daqueles dias em que supostamente deveríamos passear e aproveitar a cidade, eu e a Constância ficamos enfiadas no nosso quarto do hotel, como é óbvio, porque somos bastante preguiçosas. Não nos culpem, apenas em vez de aproveitar-mos a cidade, desfrutamos do nosso quarto de hotel que sem dúvida era fabuloso. Tenho que relembrar de ligar á minha melhor amiga e aos meus pais. Já não falo com eles há dois dias.

Bem, sem querer desconversar, numa dessas tardes ficamos deitadas na cama a usufruir da nossa televisão que era gigante, e vimos um filme de terror por insistência da Constância. O filme baseava-se em acontecimentos verídicos e era sobre uma rapariga possuída. O filme passou-se em Madrid. E nós estávamos em Espanha. Ao longo do filme eu e a Constância apanhamos uns valentes sustos e digamos que com o quarto ás escuras em que a única luz era da própria televisão, deixou tudo mais creepy. Prometi a mim mesma que não veria um filme de terror assim tão cedo. 

E parece que chegou o momento. Os rapazes já tinham feito do sofá uma espécie de cama gigante e então cada um se pós espojado no mesmo, todos os casais ficaram juntos, enquanto que o Niall e a Gemma ficaram sentados um ao lado do outro, e como já todos conhecemos o Niall, ele próprio tinha um balde de pipocas só para ele por insistência. Ainda há pouco lanchamos e já esta assim. Valha-me a Deus.

Havia cobertores por todos os lados e neste preciso instante, estava a acolher-me nos braços do meu namorado enquanto ele depositava uma manta quentinha em cima de nós. 

O filme já ia a meio e de cada vez que dava aquelas partes assustadoras, eu apenas escondia a minha cara no pescoço do Harry. Ele ria-se de mim tendo em conta as minhas reacções e digamos que não foi má ideia. O perfume do Harry era viciante para mim, e eu adorava esse pequeno facto. Sentia-me bem ao lado dele e mais do que tudo já não conseguia pensar sequer em não o ter perto de mim. O meu pequeno corpo estava por cima do seu que estava deitado enquanto mirava atentamente a televisão. 

A graça do filme já se tinha perdido há muito tempo para mim e então apenas me aconcheguei mais um pouco no corpo por debaixo do meu e fechei os olhos. Pude sentir umas pequenas festas no topo da minha cabeça, e embora não me senti-se com sono, era bom estar assim desta forma. Conseguia sentir para além das festas que o Harry dava, um olhar penetrante. 

Sabem quando sentem que estão a ser observadas? Pois, era mesmo isso.

Abri de soslaio os meus olhos, podendo encontrar umas esmeraldas verdes e um sorriso adorável, na cara do meu namorado. Enquanto os outros se entretinham a ver o filme, muitos atentos, eu e o Harry estávamos a namorar um pouco. Sinto em como o mesmo inicia um pequeno beijo repleto de amor e calma, e em como subitamente de um momento para o outro, a sua língua explora a minha boca. 

Estaria a mentir se dissesse que queria apenas ficar assim com ele. Eu gosto imenso dele, e apesar de já o ter sentido e de já nos ter-mos amado um ao outro, vezes sem conta, quero-o sentir. É como uma espécie de íman entre nós. Quando nos conectamos um ao outro, posso perceber o seu desejo por mim, o quanto ele é incapaz de retirar o seu olhar do meu e do meu corpo. Faz-me sentir desejada, o que, acreditem, deixei de sentir há muito tempo. Sempre fui muito conservadora em relação á maneira de como me vestia e da minha maneira de ser com as outras pessoas, e o problema do bullying só fez agravar a coisa.

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora