Capítulo 38

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Sinto as minhas mãos a tremer como nunca antes tinha sentido. O meu coração a palpitar como se estivesse numa montanha-russa. Talvez fosse esse o caso. O motivo? Até agora desconhecido mas realmente estava intrigado o porquê de ela me ter ligado e ainda para mais me ter pedido para me encontrar com ela. 

Deixo os meus pensamentos voarem com o vento, respiro fundo e abro a porta do estabelecimento. Vejo umas mesas vagas enquanto outras estão preenchidas ora por risos ou por um mero silêncio. 

Depressa avisto uma rapariga numa mesa do canto a acenar para mim, assim que ponho a minha vista em cima da bela rapariga, puxo levemente para trás,alguns fios de cabelo, sinal de que definitivamente estou ansioso e caminho em direcção á mesa.

Uau realmente ela é linda. Os seus cabelos loiros delineiam perfeitamente a sua cara perfeita sem qualquer presença de maquilhagem apenas um pequeno toque de base, um eyeliner e um batom suave nos seus lábios carnudos. 

What? Desde quando é que percebo de maquilhagem?!

- Olá, como estás? - dou um leve sorriso ao qual ela retribui e depressa a comprimento com um leve beijo na sua bochecha. Sinto um leve arrepio mas deixo para lá, deve ser do tempo lá de fora.

Caroline: Hey, estou bem e tu? - sorri

- Estou bem obrigado, mas sinceramente poderia estar melhor - olho discretamente lá para fora vendo as folhas a voarem consoante a melodia do vento. Uma imagem realmente bonita.

Caroline: Então, passa-se algo?

- Haa... não realmente... é recente então, ainda estou a tentar situar-me no mapa - ok, para de ser idiota, agora passaste de perceber maquilhagem para ser o Indiana Jones?

Caroline: Se precisares de algo é só dizeres, ter com quem desabafar é a melhor coisa sabes? - tenta reconfortar-me mas em vez disso apenas consigo olhar para aquele maldito sorriso...

O empregado chega ao pé de nós e pergunta o que queremos beber. Peço um chocolate quente e ela um chá de camomila, quando o mesmo se vai embora noto o quão nervosa ela está. A perna dela não para de abanar e eu sinto como se fosse fazer o mesmo porque não sei o que ai vem.

- Agradeço esse gesto, realmente não é toda a gente que ajuda um mero desconhecido, certo?

Caroline: Gosto de ajudar os meus e também quem possa ajudar, sejam eles conhecidos ou desconhecidos. A bondade é uma flor que fica bem em todo o lado, partilhando também com a humildade claro - sorri.

O empregado depressa chega com o nosso pedido e quando finalmente sinto o gosto do chocolate quente, o meu interior se derrete, realmente adoro esta bebida. Depressa começamos a falar sobre tudo e nada. Ela conta-me um pouco da sua vida e eu um pouco da minha, tendo sempre um pouco de cuidado nas minhas palavras. Ainda é me difícil encarar a vida de frente quanto mais contar a mesma como um livro e portanto tento ao máximo me conter um pouco.

Se isto for considerado, um primeiro encontro, não quero desperdiçar a minha possível chance a dizer baboseiras, certo? E eu como sou idiota, maior parte das vezes e, sinceramente, sou excelente nesse tipo de trabalho, prefiro começar a dar um passo de cada vez, em vez de dar dez de cada e cair.

- Então... devo me sentir preocupado? - sorrio de lado e sinto ela a mirar-me discretamente.

Caroline: O quê? Claro que não, quero dizer pelo menos eu acho que não, mas tendo em conta o que se passou da última vez que estivemos cara a cara, eu diria que deveria ser eu que devia estar preocupada agora neste momento - ri-se. Adoro a gargalhada dela.

Sabem quando estão de frente para o mar, deitados em cima da areia macia e sem querer fecham os olhos? Sentindo como se o peso, a pressão e a sobrecarga da vossa vida, tivesse saio de cima dos vossos ombros, e parece que, pelo menos por meros segundos, estivéssemos libertos de qualquer coisa que nos tenha ou esteja estado a atormentar, só com a calmaria e melodia das ondas do mar? 

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora