51. Assim Como Todos Eles

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Azura deixou que o vento a guiasse, como se lutasse ao lado do espírito do próprio pai

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Azura deixou que o vento a guiasse, como se lutasse ao lado do espírito do próprio pai. Ela derrubou dois, depois mais um, até que aqueles homens percebessem que a garota não estava para brincadeiras.

A petrichoriana não tinha para onde recuar. Contou os homens. Seis ainda tentavam colocá-la para baixo.

Ela girou a adaga ensanguentada em mãos, como se convidasse o próximo a conhecê-la. Seus instintos gritaram quando o soldado aproximou-se por trás, pronto para golpeá-la com a espada. Azura dançou em sintonia com aquele golpe e desviou no último instante, rodopiando no lugar e chutando as pernas de apoio do homem, que cambaleou para longe e caiu sobre outro. Eram agora quatro contra uma.

Nenhum deles perdeu tempo. Outro avançou, e Azura finalmente conheceu um oponente à altura. Ele golpeou, ela defendeu. Azura tentou prestar atenção em todos ao mesmo tempo, mas percebeu que mesmo para ela, que treinou tanto com seu pai, seria impossível. Na primeira brecha que encontrasse, correria.

A petrichoriana parecia bailar em cada golpe e defesa bem pensada. Quando sua última investida foi dada, ela olhou de esguelha - uma brecha para fugir em meio a seus oponentes.

A garota correu sem pensar duas vezes, erro crasso. Sentiu sua perna ser puxada no instante em que decidiu por despistá-los e foi com o peito de encontro ao chão. Um dos derrubados soldados tirara forças para puxar-lhe a perna de base.

Azura caiu sobre as mãos, tentando defender-se, apenas para gritar com a dor que sentiu nos braços feridos e recém costurados. Não desistiu, entretanto. Empurrou o chão e tentou novamente ir embora, dessa vez sentindo fortes mãos a puxarem para trás pelos cabelos soltos. Novamente, Azura conheceu o chão. Quando empunhou a adaga, um chute bem dado em sua boca lhe tirou todo o ar. Um hediondo e desafinado grito escapuliu de sua garganta. Ela sentiu o sangue na boca e contraiu-se. A adaga foi arrancada de suas mãos antes que pudesse sequer pensar em usá-la de novo.

Desnorteada, a petrichoriana tentou sentar-se, antes de sentir outro golpe, dessa vez na altura de seu estômago, ser desferido sem clemência.

Ela viu quando eles a deram por vencida. Encontrou-se novamente naquela sinuca de bico e teve certeza de que iam matá-la ali, naquele instante. Mas não. As mesmas mãos fortes a agarraram pelos cabelos da nuca e a puxaram para cima até deixá-la de pé e levantá-la do chão. Azura gritou e tentou debater-se, mas precisou de suas mãos para segurar as raízes do cabelo, que agora ardiam com a dor. Ela não encontrou mais as risadas sádicas nos rostos dos soldados, apenas fúria. Um deles aproximou-se e olhou fundo nos olhos cinzentos da garota, que não recuou e muito menos mostrou o quão apavorada estava.

Ele rodou a faca da garota nas próprias mãos.

- Alguém quer fazer as honras? - perguntou, limpando o sangue que escorria do canto da boca, golpe dado por ela.

Nenhum deles respondeu. Apenas mostraram-se ansiosos para ouvi-la falar.

- Certo, garotinha - o soldado aproximou-se ainda mais de Azura. - Algumas respostas em troca de uma morte rápida, o que acha?

Chamas de Petrichor {trilogia}Onde histórias criam vida. Descubra agora