69. Som Do Silêncio

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Andavam mais rápido que o normal, com Kohan seguindo em frente ao invés de Aurèlia

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Andavam mais rápido que o normal, com Kohan seguindo em frente ao invés de Aurèlia. Acompanhar seus passos apressados não era uma tarefa fácil, mas todos sentiram a tensão no ar assim que as mentes retornaram ao lugar. Azura e Bron não tinham regressado e não tinham sinal dos dois. Podiam ter se desencontrado ou podiam precisar de ajuda, alguém podia estar machucado. As possibilidades lhes sufocavam.

O frio os circundava e a neve caía pesada, acumulando-se sobre seus casacos e cílios, parecendo pressioná-los cada vez mais para baixo. Não estavam prontos para aquilo.

- Espero que estejam melhor que nós - Ginevra murmurou, encolhida em seu próprio abraço. Suas panturrilhas doíam, mas isso não a preocupava. Caso parasse de senti-las, aí sim, teria medo.

- Não estou com um bom pressentimento - Alaric, ao seu lado, cochichou. Não queria que Kohan o escutasse.

- Logo você, tão otimista? - a bruxa zombou. - Preciso que continue sendo ou vou surtar, Ric.

O arandiano riu.

- Esperava que já estivessem de volta à essa hora - confessou.

- Podem ter encontrado um lugar perfeito para aquecerem-se - Ginevra sonhou. - Aposto que os vocranianos os receberam com chocolates quentes e cobertores. E uma lareira, é claro.

- Claro, que tipo de anfitriões seriam?

- Se bem que eu nem sei se eles têm lareiras lá.

- Bom - Alaric parou ao ver onde estavam. Ginevra, olhando para o chão onde pisavam, mal percebera a mudança de ambiente. Diante deles, um declive os levava à escura terra de Vocra -, vamos descobrir.


Vocra não era o que esperavam. Aquele - outrora - simpático lugarejo não fora estruturado para aguentar um frio tão rígido como o que castigava o Vale. A visão quase apavorante da entrada daquela terra os uniu em um grupo mais grudado, como se cada um cuidasse da retaguarda do outro, sem nada verbalizarem sobre como esperavam mais do local que podia servir-lhes de abrigo antes da parada final.

- Não acho que vão nos receber com chocolates quentes e cobertores - Caiden, ouvindo a conversa alheia, comentou.

Os outros não tiveram humor para responder. Sem nada dizer, Kohan continuou em frente.

- Espere - Aurèlia sussurrou, segurando em seu cotovelo, o que não o impediu de seguir -, onde pensa que vai?

- Achar Azura e Bron - seco, respondeu.

- Não sabemos se é seguro.

- Se não for, precisam de nós - Kohan puxou seu cotovelo de volta.

Aurèlia olhou para trás, como se procurasse pelo apoio dos outros. Não encontrou.

- Ele está certo, Aurèlia - Frey tentou ser complacente com a mulher. - Se algo estiver errado, então podem estar em apuros. Vamos fazer o que? Dar as costas? Contornar Vocra?

Chamas de Petrichor {trilogia}Onde histórias criam vida. Descubra agora