72. Brincando Com A Morte

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Os gritos de Frey ganharam uma nova sonoridade dentro daquele extenso templo

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Os gritos de Frey ganharam uma nova sonoridade dentro daquele extenso templo. Ginevra esperou na porta aberta, tremendo de nervoso ao ver Aurèlia e Alaric aproximando-se. Distante, mas tão próximo, ela sentia o cheiro de podridão e ouvia os gritos agudos e ameaçadores das criaturas que os caçavam.

Assim que seu irmão irrompeu templo adentro, Ginevra fechou a porta com uma forte batida e trancou-a por dentro. Jogou a tocha no chão, que manteve-se acesa. Pensou nos outros que ainda estavam lá fora. Quatro deles estavam lá e ela não sabia se estavam bem. Não teve mais tempo para pensar se deveria ou não manter a porta aberta. Sentiu a pancada do lado de fora e o arranhar das unhas afiadas dos animais na madeira, tentando derrubá-la.

Alaric, mesmo ferido, jogou o corpo contra a porta para ajudá-la.

- Caiden! - Aurèlia esbravejou ao vê-lo ainda no chão com Frey. Caiden ergueu os olhos para ela e logo a viu levantando a extremidade de um dos bancos do templo. Ele correu para ajudá-la do outro lado.

Arfando, os dois correram com o banco para jogá-lo em frente a porta, a qual os dois irmãos saíram da frente rapidamente. O banco pesado não seguraria a porta sozinho.

- Precisamos de uma barricada - Ginevra soou fria, apesar do medo.

- As janelas! - Frey, por entre os berros de dor, alertou-os.

Os dois arandianos correram de janela em janela, trancando-as. Eram de madeira pesada, assim como a porta. Esperavam que o trinco aguentasse. A Kino e o daviliano empilharam mais dos bancos nas portas. Viram-se isolados, mas cercados. Não tinham como saber quantos, mas pelo menos uma dezena daquelas criaturas tentava alcançá-los.

Quando tiveram um respiro, a atenção voltou-se para Frey.

A Kino tentava segurar os gritos, mas sentia como se sua perna fosse descolar de seu corpo. Ela deitou-se no chão de pedra e cobriu a boca. Aurèlia foi a primeira a abaixar-se ao seu lado.

- Ginevra - chamou -, consegue ajudá-la?

Gine correu e abaixou-se ao lado de ambas. Não conseguiu conter uma careta de agonia ao ver os nervos expostos da perna de Frey. Partes de sua patela estavam expostas e ela conseguia distinguir o fêmur. O sangue da Kino escorria por debaixo de seu corpo. A bruxa estava pálida, desacostumada a tanto sangue. Logo tirou a mochila das costas e despejou no chão tudo o que conseguiu trazer. Preparados de ervas e folhas naturais estavam rotulados.

Alaric e Caiden vigiavam as janelas e a porta, prontos para qualquer investida.

- Consigo tratar a ferida, mas ela precisa de uma sutura.

- E como a gente faz isso? - Aurèlia perguntou, ansiosa, sem tirar os olhos da garota que lhe era quase como uma irmã, definhando no chão ao seu lado. Gine não lhe respondeu. - Ginevra, como a gente faz isso?!

Eu não sei - a bruxa soluçou. - Eu não tenho nada aqui!

- Vamos amarrar a ferida, pelo menos - Alaric deixou seu posto e tirou sua blusa, jogando para a irmã.

Chamas de Petrichor {trilogia}Onde histórias criam vida. Descubra agora