86. Pandemônio e Cheiro de Morte

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Azura sentiu como se o ar fugisse de seus pulmões por um eterno segundo

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Azura sentiu como se o ar fugisse de seus pulmões por um eterno segundo. Sua mente não processava o que seus olhos viam. Antes da chama nas mãos de Ginevra se apagar por puro espanto da arandiana, Azura viu Aurèlia e Düran mergulhados na inconsciência, estendidos sobre a terra cinzenta, e teve a nítida visão do dardo nas mãos do amigo antes de um igual acertar-lhe o peito.

O mesmo som agudo e rápido de algo cortando o ar despertou todos eles de um transe. Ginevra gritou, no escuro, logo antes de ser puxada pelo cotovelo pelas fortes mãos de Alaric, que obrigou-os a correr cegamente pela floresta de Cinzas, trombando com galhos de árvores e raízes dispersas, fugindo de algo que não entendiam.

Se Kohan não tivesse puxado a petrichoriana, Azura ainda estaria lá, petrificada, pensando em um jeito de não deixar Düran e Aurèlia para trás. Mesmo assim, correu. De nada ajudaria se fosse a próxima.


Com pesar, foram obrigados a fugir. O medo era ainda mais gritante e desesperador e um turbilhão de imagens e possibilidades diferentes se passava pela cabeça dos cinco que restavam de pé.

Separaram-se involuntariamente, correndo na escuridão da mata com os braços à frente do corpo, até que não ouviram mais um ao outro. Os que conseguiram permanecer juntos foram Azura e Kohan. O homem segurava tão forte no antebraço da mulher que chegava a machucá-la, mas recusava-se a deixá-la para trás.

Tudo que ouviam agora era o ofegar um do outro. Nada mais parecia estar próximo o suficiente para machucá-los. Azura fincou os pés nas gramíneas pelas quais corriam e sentiu Kohan puxar seu braço com força, até perceber que ela parara.

- O que está fazendo?! - gritou.

Shiu - a petrichoriana sussurrou.

O arandiano entendeu, por mais que seus instintos o mandassem correr para o mais longe dali possível. Foi só então que percebeu que seus irmãos não estavam logo atrás deles. E nem Caiden. O perturbador e corriqueiro silêncio pesou sobre eles e só então Kohan se deu conta da força com que segurava o braço de Azura. Sua mão tremia.

Se não os vemos - a petrichoriana continuou -, não podem nos ver também.

Kohan conseguiu encontrar seus olhos, duas pérolas que brilhavam à mais amena luz que eles podiam ter antes de chamar aquilo de breu.

Qual seu plano? - sussurrou de volta.

Azura calmamente puxou seu braço das mãos de Kohan e tirou o arco das costas. Ela logo armou uma flecha.

- Não podemos deixá-los.

O arandiano sabia que ela estava certa, por mais que quisesse protegê-la a qualquer custo. Percebeu que não se importava consigo. Mantê-la a salvo era prioridade.

Antes mesmo que Kohan pudesse erguer o facão que tirou da bainha e seguir a mulher, sentiu uma dor aguda na altura do bíceps. Resmungou e imediatamente levou a mão ao local.

Chamas de Petrichor {trilogia}Onde histórias criam vida. Descubra agora