13. Bem Vinda a Arande

154 38 238
                                    

Roto estava no salão de treinamento assim que o sol nasceu, como de costume

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Roto estava no salão de treinamento assim que o sol nasceu, como de costume.

Sentiu como se devesse estar cansado, mas não estava. Mesmo a noite passada, na qual o Oráculo de Maloo esfarelou-se até a morte à sua frente, não fora o suficiente para abalá-lo.

Ele era o marechal da guarda de todo o Vale de Awa, braço direito do próprio Rei Sohlon. Já estava mais calejado para a vida do que gostaria.

Raramente o homem via-se surpreendido. Naquela manhã, por outro lado, ao ouvir o som das portas do salão se abrirem, deixou seu queixo cair com a visão.

Ao invés de Sohlon, seu amigo e rei, o qual partilhava o treino de armas todas as manhãs, o perfume de Odile entrou primeiro no recinto.

A rainha não exibia as vestes de sempre - os vestidos deslumbrantes, a maquiagem delicada e os ornamentos combinando com a coroa real. Desta vez, Odile estava com uma calça preta colada ao corpo e um sobretudo leve na cor vermelha, a qual lhe caía bem. Seus cabelos, normalmente soltos e deslumbrantemente esvoaçados, agora dispunham-se em uma trança bem feita que lhe caía sobre o colo.

Na bainha da calça, um coldre dourado guardava uma bela espada.

- Bom dia, Roto. - Ela o saudou.

- Minha rainha. - O homem a reverenciou, endireitando sua postura.

- Poupe-me das formalidades, homem.

- Onde está Sohlon?

- Ele não virá hoje. Deixei-o com o filho.

- E... O que faz aqui? - O marechal questionou, erguendo uma sobrancelha. A simples presença de Odile o deixava nervoso, fosse pelo fato de ela ser incrivelmente intimidadora, seja por ter o corpo mais bem esculpido que ele já vira em toda sua vida.

- Hoje seu compromisso é comigo, Roto. - A rainha se aproximou do homem.

- E o que quer que faça, Odile? - Roto sentiu vontade de recuar à aproximação da mulher, mas conteve-se.

Odile parou a um palmo de distância do marechal, sorrindo ao vê-lo nervoso.

- Me acompanhe. - Foi tudo o que ela disse antes de retirar-se da sala.

Só os Deuses sabem o quanto Roto torceu para que Odile parasse de provocá-lo. A carne era fraca, sabia, assim como sabia que sua cabeça seria a primeira a rolar caso qualquer um tivesse acesso aos pensamentos tão impuros que se passavam por sua cabeça quando aproximava-se da rainha.


Montada no melhor cavalo de seu estábulo, Odile trotou em direção às colinas da Cidade de Crisântemo. A poeira que seu cavalo deixava na trilha de terra asfixiava Roto, que não conseguia acompanhá-la.

A rainha deixava que seu rosto e busto fossem banhados pela luz do dia. A liberdade de cavalgar à toda velocidade era anestesiante. Ela fechou os olhos e deixou que o animal a guiasse.

Chamas de Petrichor {trilogia}Onde histórias criam vida. Descubra agora