Capítulo 10

324 46 2
                                    

XXX: Ele estava forçando a sua porta quando sai com a arma. – o senhor ao lado se pronunciou.

Eu: Ele estava tentando te matar Natalie.

Nat: Ele está morto?

Eu: Não. Está inconsciente. Não atirei para mata-lo, apenas para pará-lo. – pediram uma ambulância pra ele.

XX: Precisará prestar esclarecimento.

Eu: Tudo bem. – logo a ambulância chegou e o delegado do distrito chegou também. Ele pegou o depoimento de todo mundo e por fim o meu.

XXX: Obrigada senhora Pugliese.

Eu: Não ficará com a minha arma para balística? Aqui vocês tem disso.

XXX: Não podemos apreender uma arma do governo sem a autorização do chefe da segurança nacional ou do presidente.

Eu: Entendi.

XXX: Não saia da cidade, caso a gente precise entrar em contato com a senhora.

Eu: Não vou sair, mas estou mudando de casa em alguns dias.

XXX: Pode anotar seu novo endereço? – me deu um papel e eu anotei. – Obrigado. – ele foi embora.

Eu: Você está bem? – Natalie estava parada com as mãos na barriga que ainda nem aparecia.

Nat: Eu... Eu não entendo...

Eu: Cadê seu filho?

Nat: Dormindo.

Eu: Entra... – entramos no apartamento dela, era bonito, com brinquedos espalhados pela casa toda. – Vou pegar um copo d'água pra você ok? – a sentei no sofá. Peguei água pra ela. Ela tomou a água e me sentei. – Você tem alguma inimizade com a família do seu marido?

Nat: A família dele nunca gostou de mim. Não sei bem o motivo, mas nunca nos demos muito bem. Ele não se dava bem com os pais e com os irmãos e no dia do funeral, esse irmão dele fez o maior escândalo comigo, disse que o irmão estava morto por minha causa, eu não entendi nada.

Eu: Natalie, como você conheceu seu marido?

Nat: Numa missão no Bahrein. Ele se machucou numa emboscada e eu o operei como cirurgiã do trauma residente. Eu acompanhei de perto a recuperação dele e a gente acabou virando amigos e depois namorados e nos casamos. A família dele nunca gostou de mim, disse que preferiam ele com uma moça que foi namorada dele antes dele entrar na Força Aérea Americana. Eu estou perplexa, eu não estou entendendo porque meu cunhado entrou aqui armado.

Eu: Seu marido estava se comportando de maneira estranha antes de morrer?

Nat: Estava pensativo, calado e nervoso. Ele dizia que estava tudo bem quando eu perguntava se tinha algo errado e ele dizia que sim. Na noite anterior da viagem dele, a gente teve uma noite de sexo que nunca tivemos antes. Muito intensa. E resultou na gravidez agora. Por telefone, muitas vezes fiquei sem contato e quando conseguia ele estava sempre nervoso, ansioso, evitava falar com o Aiden.

Eu: Como soube que seu marido morreu?

Nat: Por telefone... Um capitão da Força Aerea, Mark Jones Tedlake me ligou e falou que o avião que meu marido pilotava foi interceptado por um míssil pelas tropas inimigas e ninguém sobreviveu. Pediram radiografias odontológicas, porque a identificação era apenas por arcada dentária.

Eu: Recebeu algum objeto pessoal dele?

Nat: Sim, a alguns dias recebi os objetos pessoais dele, a aliança, uma correntinha – eu achei aquilo muito esquisito. – Por que está me perguntando tudo isso?

Eu: Desculpa, estou tentando entender a cronologia para esse atentado. O que você sofreu agora foi um atentado.

Nat: Acha que a família dele esteja tentando me matar?

Eu: Pode ser – eu não queria dizer o que eu estava pensando. – Quando muda pra sua casa?

Nat: Em duas semanas.

Eu: Quer ficar na minha casa? Eu me mudo em alguns dias, quer ficar lá até poder ir para a sua casa? Já instalei toda a segurança. Acho que se sentirá mais segura lá do que aqui.

Nat: Não, imagina, se for preciso eu vou pra casa da minha irmã. Eu não estou trabalhando não precisa se preocupar. – sorriu sem graça.


PARANOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora