Capítulo 111

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Foi uma tarde legal. No jantar a mamãe puxou assunto sobre o encontro. Falei das visitas. Eu contei como foi e ela claramente estava incomodada.

Eu: Mãe, está tudo bem. Ela não vai ser a avó do ano, ela não vai sair sozinha com a minha filha, ela não vai ficar um dia inteiro com ela. Serão algumas visitas, como eu te falei. Vamos criar alguns momentos quando eu vir morar aqui e é isso. Não quero alimentar sentimentos ruins por ela mais, e nem que a minha filha viva uma mentira.

Mãe: Sabe que isso não me deixa feliz e nem confortável, mas não é a minha vida, é a sua vida, é a vida da sua filha, minha neta.Isso me deixa sim muito desconfortável, mas eu vou respeitar seu desejo.

Eu: Eu sei o que estou fazendo mãe, fica tranquila. – vi minha mãe mais duas vezes antes de ir embora. Nat e a mamãe me acompanharam na busca pela casa em Nova York, eu tinha pouco tempo pra isso mas já tinha escolhido ótimas opções. Acabei optando por uma casa no condomínio bem próximo ao da minha mãe, ficava a cinco minutos do condomínio da minha mãe. Não era uma casa grande como a da mamãe e também seria um exagero uma casa daquele tamanho, mas era uma casa linda e confortável, bem espaçosa. Tinha sido reformada recentemente, os eletrodomésticos eram novos e custava 600 mil dólares. Eu fechei o negócio na casa. Eu cuidaria da minha mudança quando voltasse da missão. Voltei pra Houston pouco depois do aniversário da mamãe. Eu comecei a me desfazer de algumas coisas que eu não queria mais do meu apartamento. Comecei a guardar as coisas que eu levaria para Nova York e quando voltasse da missão eu compraria a mobília e cuidaria da decoração com calma. Eu moraria com a minha mãe e a Nat até organizar tudo. Jordan assinou o divorcio e assinou os papéis onde a mamãe e a Nat se tornaria cuidadoras da minha filha na minha ausência e em caso de morte também. Ele não fez a menor questão da filha e isso me doeu muito, mas mostrou o lixo que ele era. Levei a Summer para Nova York, levei maioria das roupas dela também, ela não voltaria a Houston mais. Fiquei uns dias lá e me despedir foi doloroso demais. Eu já tinha desmamado minha menina, ela mamava quando se lembrava do peito, no mais ela pegava só mamadeira e acho que eu estava sofrendo mais que ela. Voltei para Houston e chorei o voo todo. Cheguei lá, fiz uma pequena mala e voei para a Florida onde seria o isolamento e o lançamento para o espaço. Era hora de dizer adeus ao planeta terra por algumas semanas. Quando seguíamos para a nave me surpreendi com a minha família lá. Quando vi minha filha meu coração quase saiu pela boca. Como dia o amor que eu sentia por ela. Como era possível amar tanto um serzinho tão pequeno e a cada dia mais. Amar tanto que chegava a doer. As paranoias de dona Priscilla a levou para Flórida. Ela não ia conseguir acompanhar isso pela internet, eu a conhecia muito bem. Me surpreendi com a minha filha me chamando de mamãe, era a primeira vez que ela falava mama.

Summer: Mama... mama... – apontou o dedinho pra mim. Foi o momento que eu vi que elas estavam ali.

Mãe: É a mamãe Summer... É a mamãe sim. – pude ver o suspiro da mamãe. Ela estava preocupada e com os olhos cheios de lágrima.

Eu: Te amo filha... A mamãe te ama muito... – falei emocionada – Te amo mãe... Eu te amo...

Mãe: Eu te amo filha, vai ficar tudo bem...

Eu: Vai sim... – entramos no carro e fomos para a área de lançamento. Depois de duas horas ali, começaram a contagem...

XX: 10...9...8...7...6...5...4...3...2...1...0...

Eu: Até logo planeta terra... Até logo Summer... Mamãe te ama filha... – sussurrei... Aqueles 45 dias foram longos para mim, mas de muito aprendizado. Minha filha aprendeu a andar e minha mãe gravou tudo para que eu pudesse ver e quando recebi as imagens eu fiquei muito emocionada. A minha volta a terra seria de recomeço. Eu teria uma nova casa, um novo trabalho, uma nova rotina.


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