Capítulo 22

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Logo eu recebi uma mensagem importante... Era um alerta de furacão. Estamos em setembro e nos Estados Unidos entre os meses de julho e novembro recebemos diversos alertas de furacões e tornados. Eu via um jornal na sala, meu filho brincava no tapete quando apareceu uma mensagem na TV.

Attention: Hurricane Warning for the entire state of New York. Hurricane Donna is expected to make landfall between Wednesday and Thursday at 2 am as a Category 3.

Atenção: Alerta de Furacão para todo o estado de Nova Iorque. Furacão Donna deve tocar o solo entre quarta e quinta feira as 02 da manhã como categoria 3.

Eu: Ai meu Deus... - Era segunda feira 10:30 da manhã. - Anny, eu vou ao supermercado comprar algumas coisas para abastecer a casa ok? Está faltando alguma coisa para o Nicolas? Fralda, leite, remédios?

Anny: Pode trazer fralda e leite. E o remédio de febre acabou também.

Lily: Traz absorvente pra mim, e traz aquele salgadinho que eu gosto mãe?

Eu: Ok. Qualquer coisa me liga. - peguei a chave do carro e o telefone, logo peguei minha bolsa. - Claudia vou ao mercado, o que precisa de mais urgente aqui pra casa?

Claudia: Água, leite, macarrão também acabou. O resto tem tudo. Seu fogão não é de indução então se acabar a energia poderá cozinhar. Compra gelo também para colocar no cooler.

Eu: Ok. Qualquer coisa me liga. - sai de casa entrei no carro e quando subia a rua ligando para Natalie ela saia de carro também. Meu coração disparou.

Nat: Está indo ao mercado?

Eu: Estou.

Nat: Eu também. Vou no Wegmans, que é mais perto.

Eu: A gente se vê lá... - tinha um mercado a menos de 5 minutos do condomínio. O movimento lá estava normal ainda. Pegamos carrinhos e entramos.

Nat: Está tensa? Eu estou. O ultimo furacão nem chegou na gente, virou tempestade tropical e foi assustador.

Eu: Morei na Flórida um ano e peguei um categoria 4. Foi bizarro. - Pegamos água primeiro, papel higiênico, depois fomos para os pães e outros alimentos. Comprei carnes, fraldas, leite, tudo que ia precisar. Depois que chegamos não demorou 30 minutos para o supermercado virar um caos completo. Conseguimos passar nossas compras e guardar tudo no carro.

Nat: Estou tão grata pelo meu fogão ser a gás.

Eu: Eu também. Se não tiver luz, pelo menos vamos comer comida decente, não preciso dar enlatados para os meus filhos. Se ficar com medo de ficar sozinha com o Aiden, vai lá pra casa ok?

Nat: Tá. - veio até mim e me deu um selinho.

Eu: Está gostando disso não é? - ri.

Nat: Muito. - riu e entrou no carro dela. Eu entrei no meu carro e fui numa loja de ferramentas, comprei pilhas para lanternas que eu havia esquecido. Minha casa tem luzes de emergência, mas lanternas nunca são demais. Parei no posto completei o tanque do meu carro e enchi um galão também para colocar no gerador e fui pra casa. Guardei tudo com a ajuda da Cláudia, liberei as duas mais cedo para poderem fazer compras para casa delas, e dei folga pra elas na quarta e quinta feira. Liguei para a minha mãe e ela já estava fazendo mala para ir lá pra casa, minha mãe morre de medo de furacão. Eu já estava prevenida, no dia mesmo era só encher as banheiras para utilizar a agua para tomar banho caso falte energia e falte água também, dei uma checada no meu gerador e estava tudo ok. Mandei mensagem pra Natalie pra saber se as grades das janelas dela estavam em ordem e ela disse que antes da mudança revisaram tudo, e na minha casa também foi assim, então era só puxar as grades de ferro e trancar... Minha mãe chegou era noite já e toda assustada, ela é muito exagerada e já começou a fantasiar que a cabeça da estátua da liberdade poderia ser arrancada e cair na casa dela. Eu dei gargalhadas com ela. Eram duas da manhã quando levantei para tomar água peguei meu celular e tinha mensagem da Natalie.

Nat: Hei... Está acordada? Você dorme tarde...

Pri: Acordei agora, para tomar água. São duas da manhã, porque está acordada?

Nat: Aiden está com febre. Está na minha cama, acabei de dar remédio a ele.

Pri: Pegou algum resfriado?

Nat: Tomou uma vacina de manhã, é reação. E a febre deu agora de madrugada. Só quer ficar junto comigo, não quis comer direito.

Pri: Oh que dó. Precisa de ajuda?

Nat: Não, está tudo bem. Ele já está dormindo de novo, eu que fico vigiando com medo. Nem parece que sou médica.

Pri: Sei como é. Mas você é mãe, e mesmo sendo médica fica assim. Eu também fico assim cada vez que meus filhos ficam doentes. A gente se sente impotente.

Nat: É exatamente isso...

Conversamos um pouco e eu voltei pra cama. Essa mulher está mexendo demais comigo. O dia do furacão chegou, Natalie estava morrendo de medo. Fui até a casa dela a ajudei a fechar as grades de proteção das janelas e portas e descemos para a minha casa. Era melhor ficarmos todas na mesma casa e a minha casa era mais segura. Vi meus vizinhos da frente, o senhor e a senhora Gregory fechando as grades das janelas deles com um pouco de dificuldade. Eu achava um absurdo os dois morarem sozinhos sendo tão idosos. Ele tem quase 80 anos e ela também, e os filhos os deixaram na casa sozinhos, sem ninguém para acolhê-los. Eu resolvi leva-los para minha casa, não podia deixa-los nesse perigo sozinhos. Os instalei no quarto de hospedes do andar debaixo para não terem que subir escadas, terminei de trancar a casa deles e fui pra minha casa. O furacão não perdeu força e viria com força total para nosso lado ainda mais que moramos perto da água. Todos estavam dormindo, eu ainda não tinha ido pra cama, estava no porão. A luz deu um pico e voltou, achei melhor subir, antes que apagasse de vez. Encontrei Natalie acendendo uma lamparina elétrica na sala.

Eu: Oi, precisa de ajuda?

Nat: Vou colocar no quarto para os meninos, está muito escuro, eles vão acabar acordando assustados.

Eu: Os dois estão no meu quarto, eu os levei pra lá a duas horas, nem acordaram. Para não acordarem com medo, vamos... - subimos para o meu quarto.

Nat: Seu quarto é bem bonito. Ainda não conhecia.

Eu: Obrigada. Gosto do meu cantinho. - ela deitou do lado do filho dela e eu deitei do lado do meu. A chuva estava muito forte.

Nat: Que Deus nos proteja...

Eu: Amém. - foram 4 horas de chuva muito intensa. Os barulhos eram assustadores. Demos graças a Deus das crianças não terem acordado, já que meu quarto era a prova de som, eles não ouviam nada de lá. Eu e a Natalie nos sentamos no corredor e fechamos a porta. Minha mãe se juntou a nós e logo a Hillary também. Algo voou na minha janela da sala fazendo um estrondo na proteção de metal. Eu desci para ver se o casal Gregory estavam bem. E eles estavam no banheiro por precaução. Foram as 4 horas mais longas que passamos. Fomos pra cama por volta de 6:30 da manhã. Deitamos com as crianças, e eu não dormi quase nada. Acordei as 8:30. Não tinha luz, então eu liguei o gerador, depois fui lavar o rosto, escovar os dentes e desci. Fiz o café da manhã, o casal Gregory levantou, a senhora Gregory me ajudou colocando a mesa. Nós tomamos café juntos. Por volta de 10 horas da manhã Natalie acordou com os meninos, demos café da manhã pra eles.

Nick: Mamãe, porque a gente não pode brincar lá fora?

Eu:Filho, teve furacão de madrugada, ainda está chovendo, e deve estar cheio degalhos de árvore, vai lá pra brinquedoteca brincar com Aiden. Deixa a mamãetirar a fralda vem - olevei ao banheiro, tirei a fralda dele e ele foi brincar. Abri todas asproteções das janelas e das portas. Quando sai eu fiquei chocada com o estragonos vizinhos. O que voou na minha janela foi a tampa da caixa d'água do meuvizinho. Fui até a casa dos Gregory e a casa estava em ordem, só os quadros daparede que tinham caído. Eles decidiram ficar em casa, tinham alimentos, água,mas dei meu numero para me ligarem quando precisassem. Minha mãe ficou com ascrianças e subi com a Natalie na casa dela. Uma cerca dela caiu, o que eraesperado, a piscina dela estava cheia de galhos, o carro dela tinha muitosgalhos em cima já que a garagem dela não tem outro portão a fechando. A ajudeia limpar ali. A casa estava em ordem, mas estava sem energia como todas as casas.Ela subiu para o quarto dela para pegar umas coisas e eu fui colocar as coisascongeladas num cooler com gelo para não estragarem.


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