Eu: Vamos tomar um café?
Pri: Ok. Tenho uma hora ainda antes do meu compromisso. – entrei no meu carro e ela no dela e fomos a uma cafeteria não muito longe do nosso bairro. Pedimos café e algo para comer, sentamos numa mesa mais afastada. – Desculpa a pergunta, mas o que houve com seu marido?
Eu: O avião que ele pilotava foi atingido por um míssil. Todos morreram.
Pri: Você o viu? Morto? – pergunta estranha.
Eu: Não. Disseram que não tinha como ver, e ele foi reconhecido pela arcada dentária e testes de DNA.
Pri: Entendo.
Eu: E a sua esposa, como aconteceu? Que estranho esse papo está meio mórbido. – arrepiei.
Pri: Julie foi assassinada dentro da nossa casa em Washington.
Eu: Quem fez isso com ela foi preso?
Pri: Não. Ainda estamos investigando se tem ligação com a Al-Qaeda ou com o Hezbollah. – tomou o café.
Eu: Estamos? – perguntei.
Pri: É... Investigação por minha conta. – me encarou. Meu corpo todo gelou – Se falar disso com alguém vou ter que te matar. – eu arrepiei inteira.
Eu: Ai credo Priscilla, pelo amor de Deus. Pra quem eu falaria?
Pri: Você trabalha para o Exercito Americano e eu trabalhava para o governo. Nem sei porque estou me abrindo com você.
Eu: Foi grosseira.
Pri: Desculpa...
Eu: O que fazia?
Pri: Fui agente do FBI e chefe de segurança nacional, na NSA. Contato direto do presidente dos Estados Unidos, enfim eu fui muitas coisas.
Eu: Cargos de muito poder. Por que foi afastada?
Pri: Com a morte da minha esposa, digamos que ficaram preocupados com a minha sanidade num cargo tão alto então me aposentaram por livre e espontânea pressão.
Eu: Ficaram com medo de você acionar os códigos de alguma bomba nuclear e explodir alguns países por ai não é?
Pri: É... Digamos que sim.
Eu: Devo ter medo de você?
Pri: Não. Eu sou só uma "ex" agente do governo. Você me oferece perigo?
Eu: Nenhum. A menos que você coma meu bolo de carne. Ai eu tenho certeza que você não sobrevive. – ela deu risada.
Pri: Cozinha mal assim?
Eu: Cozinho o básico. E você? Cozinha?
Pri: Bastante coisa. Eu gosto de cozinhar. Meu filho ama, principalmente os biscoitos e cupcakes. Minha filha... Ela as vezes eu acho que me odeia, mas gosta dos meus bolos.
Eu: Meu filho ama biscoitos, já tentei fazer, mas ficaram parecendo pedaços de pau.
Pri: Meu Deus, você é uma péssima mãe – ria.
Eu: Não me julga, é difícil ser mãe e médica. É muita pressão – rimos.
Pri: Sei como é... Na verdade você nunca quis aprender mesmo.
Eu: É por ai... – bebi o café. – Ai como eu queria que esse café fosse uma taça de vinho.
Pri: Podemos tomar uma taça mais tarde.
Eu: Eu estou grávida esqueceu?
Pri: Está grávida, não doente. Grávidas podem tomar uma ou duas doses de bebida alcoólica por semana. Uma taça de vinho não vai embebedar seu bebê. A Julie bebia. Ela dizia que se ela não ingerisse álcool uma vez por semana ela ia surtar a qualquer momento. – sorriu de leve e pensativa.
Eu: Sente muita falta dela né?
Pri: Sinto. – suspiro. – Era pra minha filha estar aqui hoje. Penso na minha pequena o tempo todo. Ela era linda.
Eu: Chegou a conhece-la?
Pri: Sim. Eu a vi. – suspirou – Eu não estou pronta pra falar disso. Preciso ir. – tirou uma nota de 20 dólares e deixou na mesa. – A gente se vê.
Eu: Priscilla? – ela saiu sem falar nada. Eu fui embora pensando no que ela disse. Ela tinha muitas coisas dentro dela e ela não dizia nada. Ela parecia solitária e ainda mais misteriosa. Era boa pessoa, mas soava as vezes um tanto paranoica. Fui ver uma escolinha para o Aiden, acho que uma escola faria bem a ele. Nos EUA não tem escola publica para crianças da idade dele, somente particulares. Fiz uma oferta na casa que gostei e vi uma escolinha que era no meio do caminho entre o trabalho e a casa. Era bem legal, colorida. Meu filho fala mais inglês que português, mas ele entende absolutamente tudo de português. Minha família não morava nos EUA, somente minha irmã com o marido e o casal de gêmeos de 3 anos, Liah e Lucca. Minha irmã trabalha numa multinacional em Nova York na JBL e meu cunhado é piloto da United. Eles moram no Upper East Side em Manhattan. Eu estava ainda mais intrigada com a Priscilla.
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PARANOIA
FanficMeu nome é Priscilla Pugliese, tenho 35 anos e sou muitas coisas, mas as principais delas, sou capitã da Marinha dos Estados Unidos reformada, ex agente secreta do FBI e agente da NSA, que é a Agência de Segurança Nacional em Washington D.C na Casa...