Capítulo 100

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Nat: E que verdade é essa?

Eu: A Sarah é minha irmã Natalie. Meu pai teve um relacionamento com a mãe dela e a Sarah nasceu. – ela colocou a mão na boca em choque.

Nat: Seu pai traiu a sua mãe? – perguntou perplexa.

Eu: Sim e não.

Nat: Não entendi...

Eu: Meus pais namoravam desde adolescentes você sabe. Ai meu pai veio para os Estados Unidos estudar e conheceu a mãe da Sarah, o nome dela é Shelby e é uns três anos mais velha que a minha mãe. Meus pais namoravam meio que a distancia, não sei como isso funcionava na época deles, mas foi isso que aconteceu. Uma das idas do meu pai para o Brasil os dois brigaram feio e terminaram, e meu pai voltou para os Estados Unidos brigado com a minha mãe e a minha mãe ficou muito mal por isso. Shelby era colega do meu pai no high school e acabaram indo para a mesma faculdade também inclusive eram vizinhos e numa festa da faculdade os dois ficaram e mantiveram relacionamento por quase um ano que foi o período que ele e minha mãe ficaram brigados e sem contato. A minha mãe ficou até doente por ele não procurar por ela mais. Enfim... Foi uma loucura tudo isso. Acontece que depois que eles terminaram a mãe da Sarah estava grávida e não contou ao meu pai e meu pai foi ao Brasil, ele e minha mãe se reencontraram e os dois se reconciliaram. Meu pai contou que teve um relacionamento e ela ficou uma fera com ele e o fez contar como foi o relacionamento deles e ela começou a odiar essa mulher com todas as forças dela.

Nat: Por isso ela odeia tanto a Sarah?

Eu: O ódio dela pela Sarah começa ai. Meus pais se casaram um tempo depois e vieram morar nos Estados Unidos, minha mãe engravidou de mim e eu nasci e vivi aqui alguns anos, voltamos para o Brasil e aos 10 anos voltamos para os Estados Unidos de novo e meu pai morreu dois anos depois. Meu irmão era pequeno quando meu pai faleceu, ele nem se lembra do meu pai. Quando meu pai morreu a Shelby apareceu no velório com a filha dela, a Sarah. Eu tinha 12 anos e a Sarah 17 anos. Foi quando minha mãe tomou conhecimento de que ela era filha do meu pai e que meu pai tinha contato com ela desde que soube da existência dela. Meu pai soube que ela existia no dia em que ele se casou com a minha mãe.

Nat: Então seu pai criou raízes nos Estados Unidos, fez toda a fortuna dele aqui...

Eu: Para ficar próximo da Sarah. E ele era um pai presente pra ela, tinham fotos juntos, o nome dele consta na certidão de nascimento dela. O nome de solteira dela é Sarah Elliot Pugliese e o nome dela de casada é Sarah Pugliese Hayalla. Ela é casada com um homem muito bonito por sinal. Minha irmã tem 42 anos, é casada a 20 anos tem três filhos. O marido dela se chama Arthur Hayalla tem 45 anos é jogador de beisebol famoso aposentado já. Eles vivem num dos bairros mais caros de Washington D.C. Ela tem o Aiman de 19 anos faz faculdade de engenharia só não me lembro qual, a Maya tem 15 anos está no primeiro ano do high school e a Jasmine tem 07 anos está segunda série.

Nat: E a sua mãe não sabia que você mantinha contato com a sua família digamos que, bastarda.

Eu: É. Ela não sabia. Até ela me ver tomando café da manhã com a Sarah e a Shelby numa cafeteria perto da casa do meu irmão.

Nat: Seu irmão sabia dela?

Eu: Sempre soube, inclusive tem a família toda nas redes sociais, ele só não é próximo de conversar, de receber em casa, de ir até lá visita-los, mas não tem magoa nem nada de ninguém, até porque, nem faz sentido isso. Meu pai errou em nunca ter contado pra minha mãe da existência de uma filha antes de mim, e de manter um relacionamento paterno com essa filha e nunca ter contado pra ela, mas ela não tem culpa disso.

Nat: Por um lado entendo sua mãe. Um relacionamento com a filha alugou um tríplex na mente dela, porque se ele via a filha com frequência, ele via a mãe também.

Eu: A Shelby jurou pelos filhos e pelos netos que nunca teve mais nada com meu pai desde que eles terminaram naquela noite e ela não contou que estava grávida. Inclusive, eles passaram alguns anos sem ter amizade. Ele via a minha irmã na presença da avó, porque a Shelby guardava rancor dele. Agora minha mãe acha que eu sou uma traíra que eu odeio ela e toda a família por ter um relacionamento muito bom com a minha irmã além do trabalho.

Nat: Nossa... Eu nunca ia imaginar uma coisa dessas.

Eu: E eu nunca ia trair você.

Nat: Me perdoa?

Eu: Não tenho nada que perdoar, eu só precisava dar um tempo disso tudo. Eu precisava ver a minha filha voltar pra casa pra depois sentar com você e dividir essa história maluca de família. Meu trabalho estava intenso o seu também, ai logo veio a doença da minha filha, enfim...Desculpa te deixar no escuro.

Nat: Tudo bem amor, só não faz mais isso. Eu imaginei mil coisas, eu senti raiva, tristeza. Por favor não me esconde nada, já chega e fala logo. – me deu um beijo.

Eu: Tudo bem. Te amo...

Nat:Te amo... –ficamos ali trocando carinho e subimos para o nosso quarto. Depois de semanas,fizemos amor, eu estava morrendo de saudade dela e ela de mim. O primeiro mêsda Lily em casa não foi muito fácil, a restrição alimentar dela estavadeixando-a maluca. Depois ela se adaptou e o mau humor passou também.


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