Capítulo 34

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Eu suspirei, eu sentia falta dela 24 horas. Eu me levantei e fui até lá me sentando ao lado dela. Ela não me olhou diretamente, só deu um leve suspiro, ela estava triste. Aiden já tinha encontrado Nicolas no meio das crianças.

Pri: Como você está?

Eu: Tentando ficar bem. Fui trabalhar ontem e me senti com uma letra escarlate no peito de tanto que me olharam e me apontaram naquele hospital.

Pri: Todos viram o vídeo.

Eu: Sim. Você viu?

Pri: Vi. Gostei do seu discurso. E se fosse combinado não daria tão certo. Você ir pra lá justo no dia do casamento.

Eu: Eu cheguei lá um dia antes. – contei a ela e ela até então não tinha me olhado.

Pri: E o que vai fazer agora? Ele já te procurou?

Eu: Ainda não. Mas já falei com a minha advogada, ela entrou em contato com as Forças Armadas. Ela fez o pedido de divórcio, e vai processá-lo também por dano moral e por falsidade ideológica, já que ele falsificou dois atestados de óbito, o dele e o meu.

Pri: Serviço porco dele. Se fosse eu teria sido mais convincente.

Eu: Forjaria sua morte?

Pri: Não. Mas se fosse preciso, faria direito. E eu já tive umas 15 identidades diferentes – eu a olhei – Óbvio que por causa do meu trabalho. Já tive vários nomes e documentos. No serviço secreto a gente não usa nosso nome verdadeiro.

Eu: Para não colocar a família em risco.

Pri: É.

Eu: Qual foi seu ultimo nome?

Pri: Silvie Lancaster. Mas o presidente destruiu meu disfarce. Mais um né. Ele sempre estragava me chamando de Pugliese na frente de várias pessoas então tinha que inventar outro nome. Ele é meio desligado pra isso.

Eu: Me perdoa?

Pri: Por?

Eu: Por ter te mandado embora, por não ter te entendido.

Pri: Não tenho que te perdoar de nada Natalie. Você estava no seu direito de ficar chateada. Eu não quis te falar que eu ia investigar a suposta morte do seu marido porque eu não queria te deixar nervosa. Você estava grávida. Eu tinha certeza absoluta com tudo que falamos, que seu marido estava vivo, então eu fui atrás e bingo... Ele está mais vivo que nós e vivendo uma vida perfeita enquanto você sofria tentativas de assassinato, grávida, com um filho pequeno que sentia a falta do pai.

Eu: Estou me sentindo tão estúpida. – soluçou.

Pri: Não... – ela me abraçou. – Não se sinta assim. Você não fez nada de errado Natalie. Ele foi um imbecil em te arrastar para isso. Ele deveria ter sido honesto e não foi. Não é sua culpa, é culpa dele mesmo que foi um fraco e covarde. fiquei ali naquele abraço um bom tempo. Logo ouvi meu filho chorar. – Eita... Comeu grama – riu. – Vixxii meu filho também. – me soltou e foi levantando. Em algum momento na correria das crianças elas trombaram uma nas outras e caíram foi um festival de choro surreal. Aiden esfolou o nariz e o queixo, e o Nicolas esfolou o joelho a mão e a testa. Foi engraçado o tombo aquele monte de criança caindo e as mães correndo para socorrerem as crias. O Nick é tão sapeca que ele deu risada.

Eu: Está tudo bem filho, vamos pra casa passar um remédio no dodói... – o abracei. Meu filho não fazia ideia do que o pai havia feito.

Pri: Vou pra casa. Janta comigo hoje? Te pego as 19:30, a Hillary fica com as crianças.

Eu: Ok. – sorri de leve. A gente foi pra casa, cuidei dos esfolados do meu filho logo fui cuidar da comida, estávamos sem cozinheira de novo e a nova começa em dois dias. Eu almocei com ele e ele dormiu e eu acabei dormindo também. Soube através da minha advogada, que o John foi chamado nas Forças Armadas, obrigado a comparecer, parece que vai enfrentar um processo administrativo. Dei janta ao meu filho, dei banho nele, coloquei pijama nele e o levei pra casa da Pri. Eu já estava pronta para sair. A filha dela logo desceu.

Lily: Oi pestinha 2... Vai lá para o cinema vai rolar um filminho bem legal, vou fazer pipoca e suco de maracujá. – ele saiu correndo.

Eu: Obrigada por cuidar dele.

Lily: Se eu não cuidasse a mamãe ia cortar minha mesada não tive escolha. – deu de ombros.

Eu: O que? Ela não faria isso.

Lily: Você não conhece a mamãe – riu. – Mas não é problema pra mim. Eu gosto de crianças, eu não ligo de cuidar. Vou fazer pipoca e suco, eles vão pra cama rapidinho. Uma hora de filme e vão dormir.

Eu: Obrigada. Cadê a Pri?

Lily: No Pentágono particular dela no porão... – não tinha entendido. Ela foi pra cozinha e eu fui até o porão. A porta no fim da escada não abria, tinha uma espécie de leitor e só abria com a mão da pessoa...

Eu: O que é isso? – sussurrei... a porta abriu e eu assustei assim como ela.

Pri: O que faz aqui embaixo?

Eu: O que tem aqui embaixo?

Pri: Vamos subir? Temos reserva. – ela fechou a porta rapidamente.

Eu:Vamos... –eu ia abordar isso depois.


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