Capítulo 112

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NATALIE NARRANDO...

Lily está divorciando, o Jordan na verdade é um imbecil. Lily vai passar 45 dias em orbita e vamos passar esses dias cuidando da nossa neta. Era uma loucura tudo isso. Um misto de decepção pelo que o Jordan fez, com medo por essa viagem e com alegria por podermos ficar mais tempo com a Summer e logo a Lily voltará pra Nova York. Ela decidiu fazer as pazes com a mãe, e a inclui-la na vida. Eu a entendia de certa forma. Ela não queria que a filha se sentisse rejeitada ou enganada e ela como mãe agora entendia muitas coisas. Tudo que a Julie fez foi muito errado, mas se ela não tivesse agido como ela agiu, talvez o Nick não estaria vivo, a Chloe também não e sabe Deus como a Lily estaria. A Pri não estava feliz com isso, mas respeitava a decisão da filha. Ela sempre respeitou a decisão dos filhos sobre a relação com a mãe, de querer ou não a presença, e assim como o Nick e a Chloe não a queria na vida deles e ela entendia, ela também entendia que a Lily queria essa aproximação e respeitou isso. Eu e Priscilla a acompanhamos na busca pela casa, e ela acabou ficando com uma casa num condomínio próximo ao nosso, a uns cinco minutos dali. Não era uma casa grande, mas era bem confortável para as duas, tinha sido reformada recentemente, os eletrodomésticos tinham sido trocados, o preço estava bem legal também. Lily fechou negocio na casa, ela tinha dinheiro guardado desde pequena e nunca mexeu nesse dinheiro, já que a Priscilla sempre bancou tudo pra ela, inclusive o apartamento que ela morava em Boston foi presente da Aeelyn avó dela e a decoração foi presente meu e da Pri. Lily foi embora pouco depois do aniversário da Pri e quando ela voltou, foi para trazer nossa pequena. Ela ia cuidar da mobília da casa nova, da decoração quando voltasse de viagem.

Eu: Como vai fazer com o amamentação?

Lily: Ela quase não estava mamando em mim já a quase um mês. A ultima vez que ela mamou no peito foi a duas semanas e não pediu mais e nem tá saindo mais. Eu já estava falando pra ela que ela já era grande não dava mais pra dar mama pra ela. E ela pega mamadeira super bem faz tempo então não vai ter problema com isso. Ela mama por volta de 22 horas e dorme até umas 7 da manhã direto.

Eu: Tudo bem. Não se preocupe, ela está com as avós dela. Fica tranquila. – a abracei.

Lily: Obrigada. – suspirou. A noite assinamos os documentos onde nos tornávamos legalmente tutoras da Summer caso algo acontecesse com a Lily. Eu não queria pensar nessa possibilidade. No dia seguinte a despedida foi difícil. Ela não queria se separar da filha. – A mamãe te ama muito tá filha? A mamãe não vai demorar. Eu te amo, você é minha, se comporta com as suas avós e seus tios. – a abraçou e beijou.

Pri: Ela vai ficar bem. E você, se cuida ok? – a abraçou – Eu te amo, muito minha filha.

Lily: Eu também te amo muito mãe, obrigada por tudo. – a abraçou forte.

Eu: Amo você, se cuida... E vamos cuidar bem da sua princesa tá?

Lily: Te amo. Obrigada por tudo Nat... Eu sei que vão. – ela se despediu dos irmãos entrou no carro e foi embora.

Eu: Agora somos nós né garotinha. – ela sorriu sapeca. Priscilla estava sem lugar. Ela estava incomodada com isso tudo. – Amor, o que foi hein? Não para de se mexer.

Pri: Amor, eu não consigo ficar sentada aqui esperando 45 dias. Eu preciso ver minha filha de novo.

Eu: Pri, ela saiu daqui não tem nem 10 horas.

Pri: Eu vou estar lá, no lançamento. Eu vou pra lá, vou levar a Summer. Nós passamos por muitas coisas, e agora a minha filha vai passar 45 dias no espaço.

Eu: E não vai ser a primeira vez.

Pri: Eu sei, mas ela antes não tinha uma filha e não ficou 45 dias.

Eu: Assistiu os documentários que a Chloe viu não foi?

Pri: Assisti.

Eu: Sabia que você estava alimentando paranoia Priscilla, eu sabia. Ela não vai se explodir não.

Pri: Mas eu quero estar lá.

Eu: Tudo bem, nós vamos... É bem provável que a gente leve um tiro na rodovia antes mesmo de chegarmos perto de lá porque você sabe como isso funciona né?

Pri: Não é a área 51 Natalie.

Eu: Mas não é um parque de diversões também.

Pri: Vou fazer umas ligações e vou resolver.

Eu: É claro que vai... - e de fato no dia seguinte ela resolveu tudo isso e todos nós pegamos um voo para Florida, onde acontece os lançamentos. As famílias dos astronautas estavam lá, e todos foram porque sentiram o mesmo que a Pri, a necessidade de ver de perto. Tinham vários nomes importantes ali para esse lançamento. Sentamos numa arquibancada bem longe de lá, e os astronautas apareceram através de um corredor de plástico, não podiam ter contato com ninguém. Lily foi a quarta a aparecer.

Summer: Mama... mama... – apontou o dedinho.

Eu: É a mamãe Summer... É a mamãe sim. – eu suspirei. A Pri estava com os olhos cheios de lágrima. Logo Lily nos viu e ficou assustada e sorriu ao mesmo tempo.

Lily: Te amo filha... A mamãe te ama muito... – falou emocionada – Te amo mãe... Eu te amo...

Pri: Eu te amo filha, vai ficar tudo bem...

Lily: Vai sim... – eles entraram nos carros e foram para a área de lançamento. Depois de duas horas ali, começaram a contagem...

XX: 10...9...8...7...6...5...4...3...2...1...0... – era surreal tudo aquilo. Priscilla apertou minha mão, as crianças filmavam fascinadas, e a gente so torcia para que tudo desse certo. E depois de longos minutos ela desapareceu no espaço. Logo o áudio foi aberto e a gente pôde ouvir...

XXX: Estão na escuta? Base para o Fokker 2. – foram os dois minutos de silêncio mais longos da minha vida. – Base para Fokker 2, estão na escuta?

Lily:Sim. Aqui é a engenheira Hillary Pugliese. Estamos bem, está tudo funcionandocomo deveria... –eu soltei o ar que nem sabia que estava segurando e a Priscilla também. Logofomos embora. Poderíamos fazer contato com ela três vezes na semana através deum acesso restrito que nos passaram, Priscilla esperaria ansiosa por essesdias. Pela primeira vez ela se sentia impotente, sem poder botar câmera algumaem qualquer lugar e cuidar de tudo e de todos. Ela não sabia viver sem ter ocontrole de tudo e ela percebeu isso quando Jordan criou uma família enquantoera casado com a filha dela. Isso tudo a deixou mexida demais e se sentindoimpotente. Não teve um só dia que ela não ficou preocupada com a filha queestava feliz cumprindo a missão dela embora morrendo de saudade de casa e dafilha. A Summer estava bem com a gente, estávamos fazendo muitas coisas comela. A Julie aparecia três vezes na semana para visita-la e aos poucos a Pri iaficando mais a vontade com a presença ela. Eu tinha pena da Julie, porque eusabia como seria o avançar do tempo para ela e a Pri também sabia, mas elamantinha suas reservas quanto a ela, e mantinha uma distancia segura também.Summer aprendeu a andar e a Lily ficou muito feliz quando soube. Os 45 diaspassaram e Lily voltou. Priscilla quase teve um troço com medo de algo darerrado na reentrada na terra. Ela ficou no hospital por três dias parahidratação e exames e depois foi pra casa. Quando ela viu a Summer, ela choroudemais e a pequena a reconheceu de cara chamando de mamãe e indo para o colodela. Ela descansou bastante na nossa casa organizou a casa nova e depois fomosaté Boston a ajudar com a mudança. Ela não levaria moveis, somente roupas,decorações, e os brinquedos da Summer. Quando ela finalmente se instalou e tudoestava indo como o planejado, eu e a Pri tiramos 15 dias para fazer uma viagemsó nós duas.


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