Capitão: Capitã Pugliese?
Eu: Sim capitão?
Capitão: Vamos voltar ao porto. Um bombardeio, uma grande emboscada, estão trazendo para nós. São muito feridos, muitos mortos. O presidente já sabe, e vai emitir um comunicado assim que tivermos uma estimativa de feridos e mortos.
Eu: Vamos ter que descer?
Capitão: Sim, alguns sim. Para atestarem as mortes. A lista foi fixada no convés e todos foram bipados. A senhora está entre os convocados.
Eu: A Tenente Smith?
Capitão: Também. – eu suspirei. – Uma reunião com todos os Capitães, Tenentes, sub tenentes e sargentos vai acontecer em 15 minutos no salão principal.
Eu: Ok. Obrigada. – ele saiu. Risco iminente. Peguei meu notebook e mandei mensagem...
Vamos descer, uma grande emboscada, um grande bombardeio. Tira a Natalie disso.
A resposta logo veio...
Não podemos, é muito sério. Todos foram convocados, precisamos de cirurgiões de trauma, temos poucos ai, estamos enviando mais, devem chegar depois de amanhã ai. Sinto muito.
Eu respondi...
Se acontecer alguma coisa com ela eu mato você. E se acontecer algo com ela, reza para eu morrer também, porque se eu não morrer, a primeira coisa que vou fazer quando sair desse inferno, é ir atrás de você e te dar um tiro de fuzil na cabeça. Desgraçada.
Eu estava muito nervosa. O risco de descermos do navio era extremo. Eu troquei de roupa e fui pra lá. Natalie já estava lá e preocupada.
Eu: Vai ficar tudo bem.
Nat: Espero que sim. – sussurrou. Foi explicado o que aconteceria, como a gente deveria agir.
Sargento: Outra ordem importante pessoal, a ala sul que é uma ala menor do navio com 200 leitos mais ou menos será usada para atender crianças. – meu coração disparou – Tem muita criança ferida. Na ala sul tem espaço para abrigar cerca de 400 pessoas. Tem colchões, tem uma cozinha independente, tem suprimentos. Ali será situado o novo orfanato. O orfanato do Bahrein foi bombardeado.
Nat: Meu Deus.
Sargento: Mais da metade das crianças morreram. Maioria bebês. Depois de amanhã chegará uma equipe extra aqui, hoje cedo chegou suprimentos para seis meses de uso cirúrgico. – explicou algumas coisas – Então pessoal, se virem um adulto e uma criança, peçam ajuda a quem for. A algum civil, a outro fuzileiro que estiver por perto, para salvarem os dois. Se não tiverem ajuda, salvem quem tiver mais chances, principalmente se esse alguém for uma criança. Se virem que não tem condição de salvar, deem uma injeção para dor, para que pelo menos morram sem mais sofrimento. - Os suprimentos estavam ali, as armas, e o material de proteção como capacetes, luvas, joelheiras, colete a prova de balas. A gente se preparou, colocamos as balas nas armas. Natalie tinha uma destreza surreal para manusear um fuzil. Depois de meia hora o navio atracou e descemos sob o comando do sargento das forças armadas. O porto estava um verdadeiro caos. Gente correndo, gente gritando. Os Estados Unidos era aliado ao Bahrein, por interesses, e quando tinham conflitos intervinham sempre, ainda mais quando saia do controle por causa de extremistas. Desde que o Bahrein cortou relações diplomáticas com o Irã, tudo é guerra. Fomos para as tendas verificar os feridos, e tinha gente que realmente não tinha como salvar. Passamos horas ali declarando óbitos e mandando pessoas para o navio. Uma fuzileira, usava uma correntinha com 4 bonequinhos, 2 meninos e 2 meninas. Ela estava muito ferida e inconsciente. E tinha uma criança abraçada com ela, inconsciente.
Eu: Ai meu Deus, ai meu Deus... Help me, quickly. (Me ajudem, rápido) – vieram quatro soldados. - Watch out for the soldier. (Cuidado com a soldado). Beware of the child. Take them to the ship. (Cuidado com a criança. As levem para o navio. – fomos para o navio rapidamente. Passei pela Natalie. – Está livre?
Nat: Sai de uma cirurgia agora o que foi?
Eu: Cuida da menina. Ela está inconsciente, mas está viva, eu vou cuidar da fuzileira. – passei rapidamente. Eu me troquei, me lavei bem rápido enquanto a equipe fazia raio x e tomografias nela.
XX: Capitã, ela tem um pneumotórax enorme e um traumatismo craniano. E a perna talvez não dê para salvar abaixo do joelho.
Eu: Deve ter sido estilhaço de granada. Ela deve ter protegido aquela criança. Transformem o bloco cirúrgico rápido... – me vestiram e eu comecei a cirurgia para reparar o pneumotórax que ela tinha, outro médico aliviava a pressão no cérebro, e um ortopedista cuidava da perna dela. A cirurgia dela durou 11 horas. Foi muito intensa. Eu estava acordada e atuando a mais de 24 horas e estava exausta. Ela foi para UTI e apesar de tudo, ela estava estável. Eu fui tomar um banho, eu precisava comer e dormir. Tomei um banho de meia hora, lavei o cabelo e fui tomar café da manhã, já eram quase 10 da manhã do dia seguinte. Eu comi feito uma louca. Quando ia dormir encontrei a Natalie saindo do quarto dela.
Nat: Oi... Nossa... Está exausta.
Eu: Sim. – olhei para os lados, não tinha ninguém então a puxei para o meu quarto e tranquei a porta. Dei um beijo nela – Saudade.
Nat: Eu também. Está tudo bem?
Eu: Estou exausta, cada fibra do meu corpo está doendo. Foi uma cirurgia intensa. Mas acho que ela sobrevive. E a criança?
Nat: Muitas escoriações, um trauma de abdome e de tórax, está na UTI, mas está reagindo bem.
Eu: Alguém da família já veio procura-la?
Nat: Tiraram uma foto dela com uma polaroid e colocaram no mural do porto, de todos os civis internados aqui. Não se sabe se ela é uma criança órfã ou se tem família, não sabemos o nome dela. Pelas roupinhas deve ter uns 5 anos, e muito bem cuidada, deve ter família, ou não mais – suspirou. – Aquilo tudo ontem foi um cenário horrível.
Eu: Foi. Acho que nunca declarei tanto óbito na minha vida. Estou pensando como vai ser difícil para as famílias receberem as noticias.
Nat: Eu te amo – tocou meu rosto.
Eu: Eu também te amo muito. – a beijei calmamente.
Nat: Casa comigo? – eu fiquei surpresa.
Eu: Mas não era você que estava correndo de casamento Senhorita Smith? – apertei os olhos e ela riu.
Nat: Sim, e eu ainda tenho medo disso, mas eu te amo. E a gente não sabe o dia de amanhã, então eu quero viver até o ultimo dia da minha vida com você. – deixou cair uma lágrima.
Eu:Assim que a gente chegar nos Estados Unidos a gente corre num cartório e secasa. –sorri e a beijei. Ficamos ali trocando carinho até dormirmos. Era nossa folgaaquele dia.
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PARANOIA
Fiksi PenggemarMeu nome é Priscilla Pugliese, tenho 35 anos e sou muitas coisas, mas as principais delas, sou capitã da Marinha dos Estados Unidos reformada, ex agente secreta do FBI e agente da NSA, que é a Agência de Segurança Nacional em Washington D.C na Casa...