NATALIE NARRANDO...
Minha vida foi de 0 a 100 em pouquíssimo tempo. Tentaram me matar duas vezes, as investigações apontavam para a família do meu marido que até então para mim estava morto. Eu perdi o meu bebê eu tive um misto de dor e de que aquilo era o melhor que poderia ter me acontecido naquele momento já que meu bebê não teria um pai e a outra família dele estava tentando me matar, ou melhor, nos matar. Eu me envolvi com a Priscilla e meu Deus, eu nunca pensei que fosse gostar tanto de alguém como eu gosto dela. Eu nunca pensei que fosse gostar de mulheres, eu nunca sequer havia beijado uma. Ela me fazia sentir as melhores coisas e ao mesmo tempo me fazia sentir medo. Medo de perde-la. Eu tinha um medo absurdo de perde-la. Nessas semanas que ela ficou na missão na base militar eu fiquei louca com medo dela ser infectada e acontecer algo com ela. Por um momento eu esqueci que era médica e agi como se não soubesse como aquilo tudo funcionava. Quando ela chegou em casa e disse que tinha levado um tiro, meu coração parou por alguns segundos. Que pavor eu senti. Ela estava de colete e estava bem. Sinto que ela está entrando num meio perigoso nesse desejo de vingança, nessa paranoia dela de acerto de contas com quem matou a esposa e a filha dela. O cara não pensou duas vezes antes de atirar nela dentro da base militar. Ele não jogou para perder, ele arriscou tudo ali. Eu tinha medo disso alimentar ainda mais o ódio dela. Hillary não era muito minha fã. Ela não me tratava mal, mas eu sentia que ela se distanciava de mim sempre que podia, acho que pela perda da mãe e ter uma nova mulher no "lugar" da mãe dela não foi algo que a agradou em nada o que é compreensível. A mãe da Pri só faltava fazer cartazes e espalhar pela casa expressando como ela apoiava nossa relação. Era bom saber que tinha uma pessoa, uma sogra que torcia para a felicidade da filha e não hostilizava o fato dela estar tentando refazer a vida dela com outra pessoa. Minha irmã estava dando a maior força também. Quando a Priscilla chegou lá em casa com um envelope e falando do meu marido, eu tive uma sensação louca de amor e ódio. Eu sinto que já a amo, mas fiquei com ódio de saber que meu marido está vivo e se fingindo de morto, porque é gay e vai se casar com o tal Rodrigo e está feliz vivendo como se não tivesse um filho, uma esposa e uma família. E ódio também por ela não ter me contado isso desde o inicio. Eu me senti invadida por melhor que tenha sido a intenção dela. Eu fiquei a madrugada toda vendo aquelas fotos. O vídeo, aquele vídeo era absurdo, cruel, chocante pra mim. Ele dizendo que não tinha filhos, que ia se casar em dois meses. Ele estava feliz, e muito feliz. Qual o problema em falar que não está mais feliz e pedir o divórcio? Fazer isso de maneira correta? Atrás de uma das fotos tinha o endereço de onde ele morava. Eu decidi que iria até lá quando estivesse me sentindo segura o suficiente pra isso, e não com vontade de mata-lo. Mas entregaria o endereço para a polícia e para o exército porque ele não estava morto e fez isso me enganando. Alguém lá dentro estava acobertando. Já tinha se passado uma semana que eu vinha ignorando a Priscilla. Aiden pedia para brincar com o Nick e eu sempre dava uma desculpa. Fui jantar na casa da minha irmã no final de semana, mostrei as fotos e o vídeo a ela.
Emilly: Isso é muito sério, você sabe né?
Eu: Sim.
Emilly: Por mais que ela tenha demorado te contar, acho que você não está vendo as coisas de fora da caixa.
Eu: Como assim?
Emilly: Natalie, pela data aqui nas fotos e no vídeo, pouco depois disso você sofreu um atentado com uma bomba que poderia ter te matado e até matado seu filho na porta da sua casa com a explosão do carro do seu marido. Um pacote misterioso foi enviado e ainda não se sabe quem enviou. Pouco depois, você perdeu o bebê estava fragilizada, era muita coisa para processar. Em seguida ela foi convocada para uma missão e ficou fora de casa semanas, ela não ia te contar isso por telefone ou vídeo chamada. Ela voltou e no dia seguinte ela abriu o jogo com você. Acho que foi uma questão de momento oportuno para isso. Ela não ia chegar te dar um tapinha nas costas e falar "olha Natalie, seu marido está vivo e vai se casar em Los Angeles. Inclusive, ele disse que não tem filhos e está aparentemente muito feliz." Ela estava te perguntando sobre ele, e tudo que ela disse fazia sentido com o fato dele estar vivo. Ela é uma agente da segurança nacional. Ela trabalhava e ainda é funcionária do presidente dos Estados Unidos, Natalie. Você acha que esse sistema de segurança que ela armou na sua casa e na dela principalmente, não é praticamente a segurança do pentágono?
Eu: E qual o interesse em descobrir sobre o meu marido e a minha vida?
Emilly: Natalie, pelo amor de Deus. Você jura que você já esteve em área de confronto e já matou pessoas e ainda é médica? Seu cunhado tentou matar você na sua casa. Se não fosse ela, você e seu filho estariam mortos agora. A esposa dela e a filha dela foram mortas dentro da própria casa e ela não pôde fazer nada para ajudar. O modo segurança dela foi ativado na hora que ela atirou no seu cunhado antes que ele atirasse em você. Fica ativa minha irmã. Ela talvez de maneira inconsciente começou a cuidar de você e do seu filho e do bebê que você esperava porque ela perdeu a esposa e a filha dela que nem teve chance de vir ao mundo por causa de um covarde qualquer. Ela fez isso pra te ajudar. Se estão tentando te apagar, e tinha a possibilidade do seu marido estar vivo e que agora foi comprovado, estão ai as provas que ele está vivíssimo, pleno e organizando um casamento com todas as cores da bandeira LGBTQIA+. E agora você gosta dela e não é pouco e ela gosta de você e ela quer te proteger.
Eu: Eu a mandei embora daqui quando ela me contou. – me senti mal.
Emilly: E pode ter certeza que ela entende. E ela está dando seu tempo para processar todas essas informações. A Priscilla é uma mulher muito forte Natalie. Reparou como ela dá conta do mundo o tempo todo? Isso só nas coisas que você me conta. Ela é mãe de uma adolescente, ela é mãe de uma criança pequena. Ambos perderam a mãe. O filho tinha um tumor no cérebro que poderia mata-lo e precisou ser operado as pressas, antes do tempo esperado, pouco depois da esposa grávida ser morta com um tiro no peito e um na barriga na casa delas. Ela pegou a filhinha dela no colo sem vida, que não teve a menor chance de viver. Ela foi forte pela filha adolescente e pelo filho pequeno, por ela. Ela sabe quem as matou e está com sangue nos olhos para pegá-lo. A quantidade de sofrimento que ela carrega dentro dela é enorme, e ela ainda assim, está cuidando de você e do seu filho. – ela tinha razão.
Eu: Eu preciso ver com meus olhos... Eu preciso ver o John com meus olhos. Eu preciso falar com ele.
Emilly: Sabe como encontra-lo?
Eu: Sim. Tem o endereço em uma das fotos.
Emilly:Eu fico com o Aiden. –eu olhei passagens eu não ficaria lá mais que dois dias. Consegui para o diaseguinte, avisei no hospital que era importante e minha irmã já levou meu filhocom ela. Viajei de manhã no voo das 7 horas.
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PARANOIA
FanfictionMeu nome é Priscilla Pugliese, tenho 35 anos e sou muitas coisas, mas as principais delas, sou capitã da Marinha dos Estados Unidos reformada, ex agente secreta do FBI e agente da NSA, que é a Agência de Segurança Nacional em Washington D.C na Casa...