Ela não saia daquele porão e eu notei que ela fez algumas mudanças por lá. Como um sensor de presença sempre que alguém chega na porta. Eu escolhi um vestido, comprei um sapato para combinar e fui pra casa. Mandei mensagem para a Priscilla perguntando se ela queria sair pra jantar e ela topou. A gente foi jantar num restaurante que a gente gosta muito, e ela ainda estava tensa.
Eu: Amor, está acontecendo alguma coisa?
Pri: Não. Está tudo bem, porque? – colocava o dinheiro dentro da comanda pagando a conta – Obrigada estava ótimo – agradeceu ao garçom.
Eu: Você está misteriosa.
Pri: Coisa do trabalho não posso comentar. – levantamos e saímos do restaurante.
Eu: Isso está me deixando tensa.
Pri: Natalie, eu não posso falar sobre isso. Eu sou agente da segurança nacional e trabalho na inteligência de Nova York, eu não posso falar sobre todos os casos em que trabalho senão eu teria que te matar depois e eu não quero matar minha futura esposa. – ouvimos um barulho.
Eu: O que foi isso?
Pri: Espera... – olhou para os lados. – Vamos sair daqui.
Eu: O que foi? – saiu me puxando. Logo ouvimos dois tiros e um homem caiu. Ela sacou a arma.
Pri: Fica abaixada e não sai daqui. – pegou o telefone – Aqui é agente a paisana 4025 Charlie, disparos na 55 com a Madson. Homem baleado, suspeito fugiu num sedan preto placa Delta Alfa Romeo 438 sentido sul. Mandem uma ambulância e unidades atrás do atirador. Sedan preto placa Delta Alfa Romeo 438 sentido sul, mandem uma ambulância. Vitima baleada no peito e no pescoço. – Senhor fala comigo... Não apaga, a ajuda já está chegando. – eu sai de onde estava pra ajudar.
Eu: Precisa pressionar mais forte o ferimento do pescoço, senão ele vai sangrar até morrer.
Pri: Eu falei pra não sair de lá.
Eu: E ele levou dois tiros, vai tapar sozinha até o socorro chegar? – falei irritada e ela não disse nada. A ambulância chegou, ele foi colocado nela. Limpamos nossas mãos, e fomos para a delegacia. Priscilla fez um relatório e fomos pra casa em silencio.
Pri: Desculpa ter sido grossa.
Eu: Como sabia que ia acontecer?
Pri: Aquele homem que foi baleado, ele é da máfia russa. Ele está aqui nos EUA escondido e foi muita coincidência ele estar no mesmo restaurante que a gente. Os homens com quem ele jantava, são mafiosos que a inteligência está atrás a meses. O caso não é meu, mas eu estou por dentro de tudo. Quando ele saiu e a gente saiu, eu ouvi uma pistola sendo armada perto de nós. O carro estava a uns 100 metros de nós, minha audição é muito aguçada ainda mais quando eu fico em estado de alerta.
Eu: E agora, você vai entrar no caso?
Pri: Não. O caso não é meu. Vamos pra casa... – fomos pra casa dela e estava uma choradeira sem fim. Nicolas chorando de um lado e Chloe chorando do outro e a Lily se descabelando. – O que está acontecendo nessa casa?
Lily: Graças a Deus... – suspirou cansada – Nicolas jogou um brinquedo para o alto e caiu na testa da Chloe que está chorando a uns 20 minutos como se tivessem tirado um membro dela. E o Nicolas está chorando porque ele não fez por querer.
Pri: Filho, está tudo bem. Foi sem querer.
Nick: Eu não queria machucar ela mamãe... – chorava sentido.
Pri: Não machucou filho, ela está só assustada, está tudo bem. – o abracei e beijei. – Fica calmo...
Eu: Vem pequena está tudo bem, não precisa ficar assim, já passou. – a peguei no colo e a abracei. Fiquei passando a mao nas costas dela e ela chorava menos só que sentida. Fui olhar a cabecinha dela e tinha um corte bem embaixo do cabelo. – Priscilla, vem aqui um pouquinho – a chamei calma. O Nick tinha parado de chorar e ela veio. – Olha... – mostrei a ela. – Por isso ela está chorando tanto.
Pri: Vem filha deixa a mamãe ver. – a pegou.
Eu: Não é fundo, e está saindo sangue, mas é pouco. Só um curativo resolve.
Pri: Vamos cuidar do dodói? Já passou filha... – subiu com ela e eu fiquei com o Nick juntando os brinquedos. Eu o coloquei na cama, fiz a oração com ele e ele logo dormiu. Já era tarde, nem deveriam estar acordados. Fui para o quarto da Pri e ela fazia a Chloe dormir. Já tinha feito um curativo nela. Eu acabei indo pra casa. Eu amo a Priscilla, mas sinto que muitas coisas nos afastam e falar sobre isso rendeu uma briga enorme no dia seguinte. Ela estava lá em casa, a gente estava escolhendo os convites do nosso casamento e as flores.
Eu: Acha mesmo que devemos fazer isso?
Pri: Isso o que? Escolher as flores?
Eu: Nos casarmos.
Pri: Você tem duvida Natalie?
Eu: Tenho. – fui sincera. – A gente não está conseguindo ficar juntas Pri. Saímos para jantar ontem ter um momento entre nós e você se envolveu num crime. Chegamos na sua casa e duas crianças chorando e uma adolescente perdida sem saber o que fazer. Eu acabei vindo pra casa e nem um selinho de boa noite a gente deu. Quando não é trabalho, é filho. – falei irritada. – A gente não vai poder sair no final de semana porque a família da sua ex mulher está aqui pra formatura da sua filha e vão passar o final de semana juntos. E quando vamos ter um tempo para a nossa família?
Pri: Natalie, nossa família, somos todos nós. Eu, você, meus três filhos e seu filho. Eu tenho um trabalho que demanda tempo de mim e você também tem um trabalho que demanda muito tempo de você. Quantos plantões você fez na semana passada?
Eu: Três de 24 horas.
Pri: Pois é, você fez três plantões de 24 horas. A semana tem 7 dias. Você tirou folga dois dias da semana e trabalhou os outros dois o que não é certo já que você trabalhou 72 horas na semana. Eu tenho três filhos Natalie, TRÊS. Uma adolescente que se forma amanhã e está louca com as aplicações pra faculdade, um menino de 3 anos que cada hora quer uma coisa e não sei se ele está fazendo manha ou se ele realmente está sentindo muito a minha falta e da mãe dele, e uma garotinha de 1 ano que está num salto de desenvolvimento, aprendendo a andar, nascendo dentes, chorando o tempo todo e dormindo pouco. Eu dou conta de tudo sozinha, além do meu trabalho. Se casando comigo, eu vou ter que lidar com a sua rotina e a rotina do seu filho, assim como você vai ter que lidar com a minha rotina e a rotina dos meus filhos. Se a gente se casar, não seremos nós duas numa casa, seremos nós seis numa casa. Nossa relação tem crianças no meio, não existe ex filho. – suspirou.
Eu: Eu não quis dizer isso.
Pri: Quis sim. Assim como você para tudo para cuidar do seu filho eu paro tudo para cuidar dos meus. Não temos mais 18 anos Natalie, não seremos um casal recém casado sem filhos, e eu não vou negligenciar meus filhos pra viver uma vida de casal como se eu não os tivesse. Sinto muito por isso. Tem muito mais coisas na minha vida e na vida dos meus filhos do que você sabe. Vou pra casa, pensa se você quer mesmo se casar comigo.
Eu: Priscilla, espera... Priscilla... – ela saiu batendo a porta. – Droga...
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Acho que temos problemas no paraíso
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PARANOIA
FanfictionMeu nome é Priscilla Pugliese, tenho 35 anos e sou muitas coisas, mas as principais delas, sou capitã da Marinha dos Estados Unidos reformada, ex agente secreta do FBI e agente da NSA, que é a Agência de Segurança Nacional em Washington D.C na Casa...