Capítulo 19

322 49 9
                                    

Já era noite, meu filho já estava dormindo quando cheguei em casa. Minha mãe via um filme na sala.

Mãe: Oi... Está com fome?

Eu: Não. Eu jantei no avião. Como foi aqui?

Mãe: Foi ótimo. A gente brincou bastante. O Nick quer um cachorro. E a Hillary bateu porta adoidado, ela queria sair no seu carro e eu não deixei. – eu rolei os olhos.

Eu: E você não prometeu um cachorro a ele não né?

Mãe: Não. Eu disse que íamos perguntar pra você quando ele vai poder ter um cachorro. Você sempre quis ter um filha.

Eu: É mãe, mas eu não tinha tempo pra cuidar.

Mãe: Agora você tem, e tem espaço também.

Eu: Vou pensar nisso.

Mãe: Pode dar um pinscher pra ele.

Eu: Isso nem é cachorro, é um roedor. 50% ódio, 50% tremedeira mãe.

Mãe: Então um Golden Retriever.

Eu: É uma boa opção, eles gostam de crianças, embora sejam grandes e meio desajeitados. Mas não vamos falar disso agora, eu preciso de um banho.

Mãe: A moça que mora na esquina veio aqui. Natalie Smith, ela queria falar com você.

Eu: Ela me mandou mensagens, me ligou, mas não pude atender.

Mãe: Estão tendo um caso?

Eu: Não mãe... – subi as escadas. Fui tomar um banho primeiro, depois fui dar um beijo no meu filho e na minha filha. Eu deitei e dormi, estava muito cansada. Acordei com meu telefone tocando era a Natalie, era umas 4 da manhã. Natalie? Está tudo bem?

Nat: Priscilla... Eu preciso de ajuda... – ofegava.

Eu: O que você tem? – sentei na cama.

Nat: Eu estou sangrando muito, eu acho que estou sofrendo um aborto.

Eu: Calma, eu estou indo até ai. Chamou uma ambulância?

Nat: Sim. Meu filho não pode ficar sozinho.

Eu: Eu vou pegá-lo ai, minha mãe fica com ele aqui em casa.

Nat: Tá... – chorava. Eu me troquei em menos de dois minutos entrei no carro e sai. Peguei o filho dela e desci com ele lá pra casa, minha mãe acordou e ia ficar de olho nele. Subi pra casa dela de novo a ambulância estava chegando. Fizeram os primeiros socorros ali na hora e a levaram. Eu fui de carro atrás para o hospital. Fiquei lá esperando que ela fosse atendida e preocupada com isso tudo. Depois de quase uma hora de espera uma médica veio falar comigo.

Eu: E ai? Como ela está?

XX: Ela está bem, o sangramento foi forte. Ela está passando por uma transfusão agora, ela está muito anêmica.

Eu: E o bebê?

XX: O bebê ela perdeu, infelizmente. Mandamos o feto para analise laboratorial para identificar se havia algum problema genético. Ela receberá alta em 12 horas.

Eu: Posso vê-la?

XX: Claro – me levou até o quarto dela.

Eu: Ela já sabe?

XX: Sim, sabe. – eu entrei.

Eu: Oi... – me sentei na cadeira ao lado dela.

Nat: Eu perdi meu bebê.

Eu: É, eu soube. Sinto muito. – peguei a mão dela.

Nat: Era um menino – secou a lágrima que caia.

Eu: Sinto muito Natalie... Eu sei o que é perder um bebê, sei o quanto é difícil. Mas você vai superar no momento certo.

Nat: Talvez tenha sido melhor assim. Ele não teria o pai, nunca saberia o que é ter um pai. – meu coração doeu. Esse bebê tem pai, e ele é um covarde que para viver a vida dele com outro homem está se passando de morto para a esposa e o filho.

Eu: Olha, você é jovem, logo encontrará alguém especial. – eu estava morrendo de vontade de falar sobre o marido dela, mas não ia deixa-la abalada assim, mais do que já está. Fiquei com ela ali o tempo todo. Liguei pra minha mãe cuidar das crianças, e depois das 12 horas de observação ela recebeu alta. Ela não disse nada todo o caminho. Parei em frente a casa dela.

Nat: Obrigada por tudo tá? Vou tomar um banho e desço pra pegar meu filho.

Eu: Natalie, vou entrar com você, e você vai pegar algumas roupas pra você e para o seu pequeno e vocês vão ficar lá em casa comigo. – eu não podia deixa-la sozinha.

Nat: Não Priscilla, eu estou bem, só preciso descansar um pouco.

Eu: E não vai conseguir fazer isso, com uma criança pequena demandando atenção. Fica lá em casa, a babá dele vai pra lá durante o dia, ele e o Nick se deram muito bem. Eu cuido de você. Quando estiver melhor, você volta pra sua casa.

Nat: Eu não quero dar trabalho.

Eu: Não está dando trabalho. Eu faço questão. – ela deixou uma lágrima cair e eu sequei. Meu coração disparava quando estava com ela, eu não posso me apaixonar por ela, eu tenho objetivos.

Nat: Tá bom. Obrigada. – sorriu de leve. A gente entrou na casa dela, e ela fez mala pra alguns dias pra ela, eu arrumei as coisas do filho dela, e ela pegou alguns brinquedos que ele mais gosta e fomos pra minha casa.

Eu: Mãe?

Mãe: Oi filha? – ela veio da sala.

Eu: Mãe, essa é a Natalie, ela vai ficar uns dias aqui para se recuperar, ela não pode ficar sozinha em casa com um menino pequeno.

Mãe: Claro, seja bem vinda Natalie, e eu sinto muito pela sua perda.

Nat: Obrigada. – subimos com as malas, já tinha pedido minha mãe para arrumar um quarto de hospedes pra ela.

Eu: No banheiro tem tudo que precisa, os seus remédios estão aqui. Vou trazer algo pra você comer tá? O Aiden fica no quarto do Nick, assim você descansa melhor. E não se preocupe de madrugada que eu olho ele ok?

Nat: Obrigada Pri...

Eu:Não tem que agradecer. –minha mãe cuidou do jantar então eu levei pra ela. Ela tinha acabado de sair dobanho. Depois subi de novo peguei a bandeja, levei água pra ela e ela tomou osremédios conversou com o filho um pouco e dormiu. Eu jantei com a minha mãe, ascrianças já tinham tomado banho, já tinham jantado, escovado os dentes. Logo jáestavam caindo de sono. Coloquei os dois para dormir, minha mãe ficou vendo asérie que ela gosta e eu desci para o porão.


PARANOIAOnde histórias criam vida. Descubra agora