Ezekiel percebeu que era azarado quando encontrou outro Colerum, mas não qualquer um: Aideen, sua mestra. Ele jurava que via orgulho nos olhos castanho amarelados.
—Vai ser um prazer lutar contra você, filho — Aquela palavras acertaram-lhe no coração, porque Aideen tinha sido como uma mãe para Zeke quando todos pareciam temê-lo.
—A gente não precisa fazer isso.
—Sabe que precisamos — Ela sorriu e ele sentiu o ar endurecer ao seu redor. Zeke olhou para trás uma vez e viu Andrômeda assentir: um pedido para que a canibal não interferisse.
Tinha sido treinado por aqueles golpes de ar endurecidos, mas ainda sim, quando o primeiro atingiu-lhe como um soco potente no estômago, Ezekiel sentiu todo o ar fugir do corpo.
Ele avançou contra ela com a adaga que ele não tinha precisado usar até aquele momento, rodopiando e jogando-se no chão para desviar de outros golpes.
Mas assim que chegou no alcance de um golpe, recebeu um gancho de direita poderoso que o fez morder a própria língua e cuspir sangue. Ela não deu trela, forçando-o a rolar no chão para desviar de golpes letais. O garoto levantou com determinação ávida, tentando enganchar suas pernas nos pés de Aideen, derrubando-a no chão enquanto ele achava uma brecha para levantar e agarrar o rosto da própria mestra para entrar em sua mente.
Ela quebrou o toque antes que ele pudesse terminar de vasculhá-la, decidindo apelar para um duelo físico, obrigando Ezekiel a defender os golpes diretos potentes e chutes doloroso que faziam seus ossos gemerem com o contato, mas ele permanecia usando seus braços de escudo.
Lentamente, Ezekiel começava a ficar tonto, o mundo girava enquanto ele tentava se manter firme, atacando de volta e tentando sempre focar nas pernas de Aideen.
Não conseguia atingí-la a ponto de abalar a mulher, e os dois estavam começando a chamar atenção dos outros soldados de Aideen e como revide, a perna do próprio Zeke é atingida e quebrada, forçando-o de joelhos.
Então um soco em seu rosto o derrubou no chão novamente e ela preparou-se para o golpe letal, até ouvir o grito de Andrômeda, que corria na direção dele como um verdadeiro bicho selvagem.
—Deixa ele ir! — A garota berrou, chegando mais perto para tentar se colocar entre os dois, mas foi dispensada por uma lufada de ar endurecido que a arremessou contra uma árvore — Deixa ele ir, deixa ele ir, deixa ele ir, por favor! — Ela gritava, mesmo que sentia seu corpo dolorido enquanto caía no chão.
—Não machuca ela, eu sou seu oponente — Ezekiel tentou se levantar, mas a perna quebrada o impediu de se levantar. — Só termina isso e não toca nela.
Aideen franziu o cenho, olhando de Andrômeda para Ezekiel, percebendo que a horda em direção deles, passou para capturar a canibal.
A guerreira pensou mais rápido com o coração, agachando-se para alcançar Ezekiel.
—Você será um guerreiro mais grandioso do que eu sonhei que eu seria, filho — Ela sussurrou e ele sentiu o ar ser sugado dos pulmões por um momento. Zeke entendeu antes de ver o glorioso golpe de Aideen dilacerar todo o grupo que chegava perto de Andrômeda.
—Atrás de você! — Ezekiel gritou assim que viu a silhueta de ao menos três metros atrás de Aideen.
E quebrar o pescoço da soldado antes que a mulher pudesse reagir.
Andrômeda, pela primeira vez estava com medo, porque aquele homem era o mesmo Emissário que sempre a guiava para as salas de experimentos, o homem que lhe colocava a focinheira.
Andy o reconheceria mesmo sem a armadura e máscara.
E foi a primeira vez que o descontrole a atingiu. Nada além de fome passava pela cabeça dela, e a dor simplesmente desapareceu quando ela correu em direção ao homem com um sorriso tenebroso.
A mesma predadora que eles tinham mantido em cativeiro por 19 anos, mas agora ela era uma mulher treinada. Agora ela sabia como lutar, e desviou do golpe direto de Azrael, saltando e tentando chutar-lhe e tendo a perna agarrada.
Ela não se desesperou, sabia que ele faria aquilo e contava com isso para aumentar seu impulso e ser atingido com uma força firme na cabeça, fazendo-o largá-la enquanto ele cambaleava para trás.
Andrômeda aproveitou o momento de hesitação para golpear-lhe no joelho e forçar-lhe ao chão, os olhos rubros perdidos em caos e fúria, um frenesi insano.
Willa e Ares já tinham os localizado para dar cobertura, o garoto ajudando a curandeira para fazê-la ir e voltar viva, mas a garota recuou quando viu o momento exato em que as garras de Andy rasgaram a garganta de Azrael, e continuou golpeando seu corpo enquanto rosnava, suas unhas afundaram-se na armadura com anos e anos de ódio acumulado e Willa finalmente entendeu o medo que eles tinham de tirar os inibidores da canibal.
—Por Otsana...
—Não se aproxima, vai pelas árvores — Ares a guiou, mas a garota de cabelos verdes parecia congelada. — Willa, se não quer virar comida de Andrômeda, me obedece e vem comigo.
—Tá, tô indo — Ela hesitou, caminhando com ele pelas árvores enquanto diversas lâminas golpeavam e matavam qualquer inimigo ao redor deles. A curandeira observou quando mais e mais pessoas estavam ao redor de Andrômeda e ela não recuava, gritando, debatendo-se e devorando seus inimigos.
Mas nunca atacando Ezekiel atrás dela, parecendo cada vez mais agressiva toda vez que alguém ousava se aproximar... Willa entendeu o que ela estava fazendo, o que era toda aquela agressividade.
Estava protegendo o amigo.
E talvez foi ver ela protegendo o amigo em comum entre elas, que fez a curandeira sair do caminho mais longo, correndo diretamente para Zeke e ignorando completamente os alertas de Ares para que ela não se aproximasse de Andrômeda.
Bastou que estivesse no alcance de tocá-lo, que Andy se virasse para Willa como uma verdadeira besta, os olhos arregalados e sangue pingava de suas mãos e seus lábios. A curandeira não recuou.
—Vou curar Ezekiel. Pode me matar e garantir que vocês dois morram, ou dar cobertura: qual você quer?
Willa foi respondida com um grunhido, e então Andrômeda voltou para continuar atacando qualquer pessoa ao seu redor. Ares pareceu ter coragem de se aproximar e ajudou o grupo a proteger Ezekiel enquanto a curandeira usava sua magia para regenerá-lo rapidamente.
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Noite Eterna, Coração Etéreo
Roman d'amourRuelle é uma entidade criada para proteger o mundo, mas talvez o amor cegante possa comprometer sua missão e fazê-la destruir tudo aquilo que ela nasceu para preservar. Satori é uma jovem adulta com grandes poderes, mas talvez nem todo o poder do mu...