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—Está pronta para a revanche? — Miara sorriu ao encontrar Circe no campo de guerra.

—Vai ser um prazer acabar com você de vez — Foi o que a mulher respondeu, sorrindo.

Foi a primeira a golpear, um trovão potente no rosto da líder da Conclave, arremessando-a contra uma árvore, mas a mulher levantou mais rápido que a Fulgora podia raciocinar, acertando-lhe com um pedregulho invocado dos seus poderes de terra.

O rosto contra as pedras a atordoou, mas não a derrotou. Circe começou a destroçar o que era arremessado em sua direção, mas o minério parecia absorver sua energia com um sucesso inegável.

O conflito foi duro, Circe desviava como se fosse feita de ar, golpeava como se fosse feita de aço e era atingida como um alvo. Percebeu que a própria Miara estava roubando sua energia.

—Cheguei ao topo por um motivo, Circe! — Ela grunhiu, limpando o sangue que lhe escorria dos lábios estourados e nariz virado para uma direção incorreta como a da Fulgora.

—Eu sei que chegou — Foi acertada por uma série de golpes que não conseguia defender, mas Circe se levantou, sorrindo como uma maldita masoquista para Miara, os olhos de amarelo fosco, voltando a reluzir um dourado repentino enquanto suas mãos se afundaram na terra — Porque eu deixei.

Um raio brotou diretamente do chão, milhares de amperes acertando Miara com a precisão de uma guerreira antiga. Assassinando-a ao toque, deixando um corpo chamuscado para trás.

E só quando confirmou a morte, que ela cambaleou, sentindo uma náusea repentina e vomitando puro sangue.

—Circe? — Lia chegou perto dela, olhando para o sangue, agarrando a Fulgora assim que percebeu que ela estava caindo — Merda... Aguenta firme!

Melione observava soldados se matarem ou lutarem entre si apenas por olharem para Ezekiel, via pessoas rirem e gritarem antes de cometerem atos insanos ao lado de Cordelia, serem devorados por Andrômeda, a inegável inteligência de Nesryn e o sol radiante de Macaria. Até mesmo Alexina que impiedosamente golpeava as pessoas, os ossos despontando para fora enquanto ela os moldava e remoldava, usando o próprio corpo como arma.

E só pôde assistir Willa e Ares se sacrificarem: as primeiras perdas do grupo.

Rue estava exaurida, e uma ferida tão antiga que nem mesmo a magia da curandeira, em seu auge, fora capaz de sequer amenizar. Os seus punhos sangravam, as espadas perfuravam guerreiro atrás de guerreiro. Aquilo era um massacre.

Kazuha, Lysandre e Lia agora pareciam puramente focados em proteger Ruelle, mas se rodeavam para dar a cobertura necessária para os mais jovens.

Tudo começou a dar errado quando Maven foi o próximo a cair, já sem curandeiro algum para salvá-lo de ser incinerado. Orion o vingou no mesmo instante, usando de todo o seu foco para atingir e assassinar o homem que tinha matado o seu amigo.

—Ela está na mira, tenho permissão para atirar, senhora? — Perguntou o arqueiro de elite ao ver que Inara se aproximava e via a cena.

Nathaniel lutava de forma elegante, sua telecinese bem treinada jogando até mesmo os poderes dos próprios inimigos contra eles. Era o único que parecia conseguir manter Andrômeda em sua vista.

Mas desviou apenas para ver Nesryn sendo arremessada por uma lufada de ar potente, idêntica ao de... Malaika? Não...

—Pai, não faça isso! — Malaika berrou contra Alaric, correndo para defender a amiga sob o olhar de desgosto do homem.

Nesryn estava bem, viva.

O olho esquerdo destruído por uma cicatriz antiga brilhava branco como se vento saísse dos olhos de Aika, levantando-se e avançaando contra o próprio pai contra a amiga.

—Eu sou seu pai, você me deve respeito, recue! — Alaric ordenou, mas recebeu apenas um golpe concentrado de vento, fazendo-o recuar alguns passos.

—Não te devo nada! — Ela gritou, golpeando-o novamente — Você me vendeu para a Conclave! — Malaika o lembrou — Você não merece uma gota de respeito meu.

Alaric a golpeou de volta, fazendo-a voar alguns centímetros, apenas uma tentativa de derrubá-la que tinha sido atendida com sucesso.

—Mira no garoto — Ela apontou — O de trança.

—Mas eu tenho ela na mira, senhora.

—Você é a minha filha, e vai me obedecer — O homem a lembrou, golpeando novamente, com mais força.

—Você é uma podridão! — Mesmo quando os pulmões de Malaika se esmagaram contra as costelas, a mulher não recuou, levantando-se contra a ventania — Eu achei que pudesse te fazer mudar de ideia, mas a mãe estava certa em fugir de você!

—Aquela vadia nunca te amou, garota! — Ele reclamou, mas parecia ter mexido em uma ferida mais profunda do que queria, porque seu vento agora se desfazia antes de chegar em Malaika, ódio cintilando em seus olhos duros e antigos.

—Ela não teve tempo de me amar — Aika sussurrou — Você a matou antes que ela tivesse a chance de me conhecer depois de voltar.

—Eu estou ordenando que atire naquele homem, agora.

—Eu não a matei, Malaika — Ele explicou, continuando a tentar atacá-la, mas seu vento parecia voltar para ele.

Era Nesryn, a mulher estava defendendo Mally, voltando no tempo toda vez que ele invocava poder, e ela parecia se divertir fazendo aquilo... brincando com o homem. Dando tempo para Malaika.

—Eu vi o que aconteceu, vi quando você a sufocou, tirou todo o ar dos pulmões dela até que ela engasgasse, tentando pedir que você só parasse.. ainda sonho com os soluços — Malaika confessou, erguendo ambas as mãos. Ness só entendeu o que ela fazia, quando as mãos de Alaric foram aos próprios pescoços — Você sempre colocou a causa da Conclave acima de tudo, acima de mim. Vou sentir prazer devolvendo esse maldito favor.

—Pa...re...

—Isso vai ser por cada família que perdeu alguém que você não quis salvar por mais um broche — E mesmo sabendo que seu pai não se arrependia de nada, Malaika assassinou-o com o coração repleto de angústia.

—Sim senhora — Ele obedeceu o homem que procurava a amiga, e foi fácil mirar em seu peito, a flecha solta no segundo seguinte.

Ruelle observou e sentiu em si quando a flecha foi solta em câmera lenta na sua visão, e ela viu que não iria acertá-la, mas quando olhou para trás, viu Kazuha de costas, completamente distraído.

Ela tentou abrir um portal, mas a própria magia já não funcionava mais e ela só pôde assistir... 

Noite Eterna, Coração EtéreoOnde histórias criam vida. Descubra agora