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Andrômeda e Ezekiel tinham começado a usar Inara como seu experimento, deixavam-a isolada no santuário de Morrigan e treinavam formas cada vez mais criativas de combinar seus poderes em torturas que faziam a mente de Inara quase derreter.

—E aí gente — Foi a primeira vez que Morrigan apareceu, entrando no galpão com gigantescas asas azuis e douradas, acenando para eles que ficaram um pouco surpresos quando a asas desintegrou como pó — Como que tá a nossa convidada de honra?

—Bem mal para falar a verdade, a gente pegou muito pesado da última vez e o coração dela parou por um tempo, mas já voltou — Ezekiel falou com um sorriso — Gostei das asas, nunca tinha visto elas pessoalmente.

—Vai adorar as asas dela então — Mor anunciou, mas desceu as escadas antes que parasse para ver a reação dos amigos. Ela conjurou as asas ali mesmo naquele corredor, deixando que as penas se arrastassem no chão apenas para que Inara ouvisse a chegada dela — Como vai, Inara?

A mulher estava completamente acabada, mas pareceu ter forças pra gritar quando olhou para Mor, quando olhou de verdade para ela e notar que o esforço de vidas, foi em vão.

—Monstro!

—Agora eu prefiro ser chamada de criatura, aprendi que o termo monstro é bem pejorativo para falar a verdade — Ela confessou cuspindo o chiclete no chão — Eu pensei em vir aqui e despejar meu ódio em você, gritar que me destruiu, tentou me matar e quase conseguiu mas... não sei exatamente o que dizer agora, porque eu não sinto nada quando olho para você. Não estou com raiva, não estou com pena... apenas... nada. Derramei muito sangue em seu nome durante quase um milênio para acalmar meu ódio, mas agora ficou tudo diferente, eu não tenho motivos para matar... Claro, além de retirar uma maldição de uma outra pessoa, nesse caso eu precisei matar um alto feiticeiro sangue puro, foi bem triste.

—O que você tá fazendo aqui? — Ela perguntou engasgada com o próprio sangue, e a mulher se levantou.

—Você falhou, Inara, falhou com todos os seus filhos, eu não estou aqui por mim, entende isso? — Morrigan esclareceu — Agora eles... eles estão bem furiosos.

—Eles quem?

Morrigan estava indo embora, pensou em deixá-la descobrir por si só, mas ver o rosto dela quando notasse parecia muito mais interessante.

—Como assim quem? — Perguntou — Os seus filhos. 

Noite Eterna, Coração EtéreoOnde histórias criam vida. Descubra agora