Minha estúpida obsessão

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   Ainda bem que não estou na pele do Elliel. Ele é do grupo maria-vai-com-as-outras. Confesso que muita das vezes sou um homem chato e sério. Não curto brincadeiras nem fora de hora com os meus amigos.

   A sala de aula começou a ficar cheia.
   Onde será que está a senhorita Winkler? Estou sentindo a falta dela na sala.

   Corro os olhos pelo ambiente a fim de encontrá-la, mas não consigo ver nenhuma ruiva. Somente duas loiras e o resto são morenas, única que destaca a sala é a Esther.

   Cadê você, garotinha?

— A Esther ainda não chegou? — pergunto a Oliver, que sorri de repente. Fico confuso, pois não entendi o porquê do sorriso dele.
— O quê? — franzo as sobrancelhas.

   Ele dá de ombros.

— Parece que você gostou dela.

   Você não sabe o quanto.

— Digamos que sim.
— Você sabe que é errado, não sabe?

   Levo a mão na cabeça e volto a posicioná-la no bolso da calça jeans.

— Não, não sei. É errado gostar de uma mulher?

   Ele revira os olhos.

— Não se faça de desentendido, Leonel.
— Relaxe, Oliver. Isso não é da sua conta nem sei por quê você sempre pega no meu pé em relação às mulheres desta sala.
— Eu só quero o seu bem. Sou seu amigo — avisa.
— Ok, mas vê se não fica no meu pé com esse assunto. Eu não estou interessado nela.

   Leonel, você merece o oscar de O Melhor Mentiroso.

   Avisto Yany Winger, minha amiga, entrando na sala com uma mochila nas costas e comendo batata frita. Yany é uma das alunas que posso confiar plenamente. Conheci ela em 2008, quando se mudou para o Rio de Janeiro. Ela enfrentava dificuldades para entender a medicina aí eu dei uma ajudinha básica.

   Ao me ver, ela vem até mim, fazendo beicinho — irônica como sempre. Yany estuda aqui há três anos, sempre foi uma das alunas menos questionadora, é descendente de japonês, bonita, educada e muito brincalhona. E quer cursar ortopedia quando terminar o curso de medicina.
— Oi, Leonel.
— Oi, Yany — dou um beijo no canto de sua bochecha.

   Esther entra minutos depois. A presença dela me distrai facilmente, é impressionante como essa menininha me fascina. Ela é tão... Como vou dizer?... Sexy, gostosa?

   Cuidado, Blanchard...

   Meu inconsciente me censura. Mesmo assim, não tiro da cabeça o quanto posso explorar o corpo da minha aluna, a boca, seu cheiro, que por sinal é muito bom. Fazer ela gozar gritando o meu nome... Ah, Esther...

   Essa garota mexe muito com os meus instintos, só vou me aquietar quando colocar ela na minha cama e mostrar o quanto sou bom. Mas, droga, ela deve ser virgem. Isso é perceptível.

— Está de olho na minha nova amiga, tarado?

   Dou uma gargalhada. Me pego olhando demais para Esther, que acabou de se sentar e abrir algo no celular.

— Virou amiga dela também?
— Virei. Ela é legal, até que combina com você — Yany sorri.

   Ela sabe que a regra da universidade é severa pra doutores que mantêm casos amorosos com alunas.