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- Shhh... Já passou, Esther - levo a mão em seu cabelo, tentando acalmá-la.
Ela chora sem parar e funga o nariz com a costa da mão. Eu deveria matar esse cara.
- Você salvou a minha vida, obrigada - ela me dá um beijo casto na bochecha.
Oliver e Elliel ficam de butuca no canto, observando minha melancolia com Esther. Eles vão desconfiar...
- Calma, Esther.
- Obrigada.
Ficamos um tempo abraçados, apreciando um ao outro, sentindo a adrenalina crescer dentro de nós. Por um momento deixamos de ser professor e aluna para ser um casal apaixonado se abraçando. Apaixonados? Oras!
- Hã, hã... - murmura Oliver. - Vamos embora, Leonel. Já salvamos ela.
Olho para ele por cima do ombro de Esther.
- Vão vocês, eu vou levar a Esther para casa.
- Tem certeza? - diz Elliel.
- Tenho.
- Tome cuidado - alerta.
- Obrigada, Dr. Lins - murmura Esther para Oliver. - Ao senhor também, Dr. Mandubi.
- Na há de quê, Srta. Winkler.
Eles somem no estacionamento, nos deixando sozinhos.
- Aquele inútil machucou você?
Ela faz que não com a cabeça.
- Você nunca deveria estar sozinha no Rio de Janeiro. Por que teve que vir de tão longe para morar aqui? - amenizo as palavras, pegando seu rosto com as mãos.
- Quem sabe o que poderia ter acontecido com você se eu não viesse morar aqui.
Sorrio, pois é a mais pura verdade.
- Tem razão - pego a mecha de seu cabelo solto e coloco-o atrás de sua orelha. - Você foi feita para mim, Esther Winkler.
- Você nem liga comigo quando está dando aula na sala, mas com a Tamara e com as amigas dela você sempre conversa.
Não faça essa carinha de anjo, Esther.
- Não é verdade. O Oliver já está desconfiado, eu tento não dar bobeira na frente dele, mas é impossível com você lá dentro. Você é linda, linda - beijo-a com carinho na boca, bem devagar. Levo as mãos em sua cintura e prendendo-a contra minha ereção. A vontade está se apoderando em meu corpo.
- É tão difícil resistir... você é muito... gostosa - beijo seu pescoço, ela joga a cabeça para trás e geme.
- Não... Aqui não, doutor.
- Aqui sim.
- Não! - ela me empurra para o lado. O quê? Fito seus lindos olhos verdes.
- Você vai se ferrar a qualquer dia.
- E daí?
- Como assim, e daí? Você sabe o que eu quis dizer.
- Esther.
Minha voz soa que nem uma oração. Ela fica rubra e dá um passo para trás.
- Por favor.
Você está implorando?
Nunca imploro, apenas vou jogar o jogo da sedução.
- Não.
- Ok - me retiro.
Pense rápido, pense rápido, pense rápido. Já sei. Viro de novo.
- Esther, tenho uma coisa para você.
- O quê?
- Está no meu carro. Vem comigo - estendo a mão, ela o pega sem hesitar. Entramos no carro e ficamos em silêncio. É esquisito.
- Cadê o presente? - ela me desperta às pressas.
- Ah - tiro uma caixinha preta do banco de trás.
- Que isso?
- Abra.
A caixa é forrada de couro na tampa, com um lacinho branco na frente. Ela desembaraça o laço cuidadosamente - seu jeito delicada de menina doce. Ela fica boquiaberta com o presente: uma corrente com diamantes brancos, que brilha muito à noite.
- São... - Esther passa as mãos sobre elas, embasbacada. - ...diamantes, mas, doutor, isso aqui é muito caro, eu não posso aceitar.
Ah, Deus!
- Aceite, por favor, eu comprei para você com carinho, ah...
Tiro mais um presente do banco de trás.
- Tem mais? - pergunta incrédula.
- Aqui.
Mostro, ela abre. É um lustre de vidro redondo envernizado, cheio d'água.
- Sacuda ele - digo. Ela obedece, e duas fotos minhas aparecem dentro da água, com luzes azuis nevando ao redor.
- Nossa! É lindo - murmura ela.
- Para você lembrar de mim quando eu estiver longe.
Ela sorri e salta no meu colo, me pegando de surpresa.
- Obrigada - ela me beija, e eu retribuo, segurando sua cabeça. Levo a outra mão embaixo de sua saia...
Meu pau começa a crescer ao sentir ela sentada em cima.
- Vamos passar para o banco de trás, fica mais confortável.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora