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Ela lança o corpo em cima de mim, agarrando-me firme. Seguro em suas pernas. Ela entrelaça os braços em volta do meu pescoço.
- Eu quero que você abra uma exceção.
Olho para ela e acarecio seus cabelos longos.
- Você vai se machucar, Esther - aviso. - Eu não sei me controlar depois que pego o embalo da coisa.
- Eu já percebi, mas não me importa. Por favor.

MAIS TARDE, depois de analisar avidamente com os meus próprios olhos a Casa de Praia, jogo uma conversa séria com Gael sobre as contas que foram feitas e os dinheiros que foram gastados na minha ausência. Faço tudo isso cautelosamente.
Esther não tira os olhos de mim, perseverante, enquanto converso com Gael. Ela está ao meu lado, ouvindo minhas implacáveis ordens.
- Quero tudo no seu devido lugar, e não deixe o prado crescer, Gael.
- Sim, senhor.
- Ah... analise cada turista que passar pelo hotel, qualquer coisa errada que rolar por aqui, ligue para o meu pai.
- Está bem, senhor. Entendi.
- Leve a Srta. Winkler para a casa.
Esther me olha.
- Você vai ficar bem. O Gael é um excelente segurança.
- Por que você não me leva?
- Eu adoraria, mas no caminho vou virar para o aeroporto Santos Dumont.
- Ah.
Envolvo ela nos braços e lhe dou um beijo na boca. Gael fica do lado, de cara virada. Paramos para tomar fôlego.
- Esther, não saia com nenhuma pessoa estranha, principalmente, com o Thaly Alberto. Você voltou à conversar com ele, eu vi. Por favor, não caia na conversa desse babaca. Se esse filho da puta te fizer alguma coisa, me avise, qualquer coisa mesmo. Ligue para o meu pai também se não conseguir falar comigo, ele é delegado.
- Está bem.
- Por favor, me obedeça, eu nunca me perdoaria se acontecesse algum acidente com você - beijo sua testa. Ela fecha os olhos. - Vou ligar quando chegar.
- Ok - ela me encara com um olhar franzino e tímido.
- Você está bem mesmo?
- Estou.
- Não está machucada?
- Mais ou menos, mas eu estou bem, é sério.
- E os hematomas?
- Escondidos - ela sorri. Sorrio também.
- Ótimo. Tchau - pego sua cabeça e lhe dou mais um beijo na boca. - Se cuide.
- Digo o mesmo. Ah... amo você.
Respiro e fecho os olhos. Me ama... Como pode? Desvencilho-me dela e entro no carro. Dou a partida e saio pela entrada da casa. Olho para o retrovisor e vejo ela e Gael, olhando minha saída. O tempo mudou, parece que vai esfriar.
Já na estrada, meu celular toca. É o meu pai. Ainda bem que ele ligou.
- Diga, meu pai.
- Filho, você já chegou ao aeroporto?
- Ainda não. Faltam seis quilômetros até lá, saí da Casa de Praia há três minutos.
- Conversou com o Gael?
- Sim. Pai, quero pedir um favor a você.
- Pode falar.
- Contrate dois seguranças para checar a saída da Esther diariamente. Não quero que aconteça nada com ela enquanto eu estiver fora.
- Está bem.
- Ah... faça o possível para ela não desconfiar.
Ele ri baixinho no telefone. Não entendo o por quê da risada.
- Meu filho, você ama essa menina, eu tenho certeza.
Suspiro. Amar? Eu não sei.
- Eu não sei, pai - murmuro.
- Mas você a ama, sim.
- Talvez, estou confuso. Faça o que pedi, por favor.
- Claro, meu filho, farei.
- Me ligue quando tiver novidades.
- Pode deixar. Boa viagem.
- Obrigado, tchau.
Desligo, suspirando. Detesto quando falam a palavra amar. Será que a amo? Não, não pode ser. Não, Leonel! Você já recebeu o maior chifre que uma pessoa poderia receber. Isso tudo é culpa da Jaqui Billy. Maldita! Maldita! Ela fez eu acreditar em tudo. Nas promessas, nas juras, em sua lealdade. Depois que descobri sua falsidade, nunca mais fui o mesmo. Me tornei um homem frio, mau, arrogante e impertinente. A Esther não merece um homem assim. Eu sou obcecado pelo ódio entre todas as mulheres que conheci, menos da Esther.
Ela me mostrou que existe, sim, mulher leal. Ela é a prova disso. Mas ainda estou inseguro nesse relacionamento, não quero ser o mesmo de antes, não estou pronto. Meus demônios do passado ainda me atormentam.
Ah, Deus, me ajude. A Esther não pode ser feliz ao meu lado. Eu sou agressivo, reconheço essa parte. Não sei me controlar quando estou com raiva. Preciso criar coragem e dizer tudo ao meu respeito. Eu vou contar, o tempo é amigo.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora