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Faço um gesto com a mão para ela se aproximar.
- Yara, chame a Srta. Winkler para mim.
- Sim, senhor.
Deborah me olha e franze a testa.
- Você está saindo com sua aluna?
Todos me olham, incrédulos. Ah, Deborah filha da mãe. Levo a mão na cabeça, pois eu não esperava que ela fosse alarmar a boca tão alto.
- Você está se relacionando com uma aluna, Leonel? - pergunta Heithor, estupefato.
- Não é bem uma aluna - mentira minha. - Eu gosto dela.
Meu pai ergue as sobrancelhas, me censurando.
- Você sabe que é errado e também sabe que a Faculdade de Medicina não aceita isso.
Reviro os olhos e respiro.
- Pai, por favor, eu decido por mim. Não quero que nenhum de vocês se metam na minha vida.
- Filho...
- Chega. Ela vai descer e quero que vocês a tratem bem.
- Ela é bonita? - pergunta Mary.
- Muito bonita.
Conversamos um pouco mais sobre as novidades na ausência de Esther. Bom, pelo menos eles deixaram o assunto de "você não pode ficar com uma aluna" para trás. Isso estava me irritando. Eu decido as coisas que quero e ninguém vai meter a mão na minha Esther. Ninguém!
De repente, ela surge pela porta da sala de jantar, e todos nós nos levantamos da cadeira.
Esther usa um vestido verde de cetim que desce até sua coxa (tem mangas longas) do ombro ao cotovelo. Envolvo ela em meus braços e fico de frente com a minha família.
- Pessoal, esta é Esther Winkler Marihá.
Cristoffer é o primeiro a cumprimentar.
- Muito prazer, Srta. Winkler. Me chamo Cristoffer, sou irmão do Leonel.
Ela cora.
- Prazer é meu.
Aperto ela em meu corpo, demonstrando posse. Depois vem meu pai, em seguida, minha mãe.
- É um prazer tornar a vê-la, Esther.
- O prazer é todo meu, Sra. Blanchard - ela sorri, e minha mãe retribui.
Lá vem a Mary...
- Oi, sou Maryelli, irmã de Leonel.
- Oi, sou a Esther.
- Você é linda, amei o seu cabelo. Você tingiu?
- Não, sou ruiva de nascença.
Elas se abraçam e Mary sussurra algo no ouvido dela, fazendo-a rir. O que ela disse?
- Meu irmão é um sortudo, você é muito linda - diz Heithor, olhando-a com esnobismo.
- Obrigada - murmura ela.
- Me chamo, Heithor. Você lembra de mim, eu estava na empresa quando você foi posar para a capa da revista.
- Ah, Heithor. Sim, lembro-me de você. Lindo o nome.
- Obrigado, princesinha.
Jogo um olhar impassível para Heithor como quem diz: "cai fora, seu frangalho, ela é minha".
Logo, vem Deborah saltitando em nossa direção.
- Parabéns, primo - ela me abraça. - Tome cuidado com essa criança.
- Deborah - repreendo-a.
- Oi, prazer, Esther, sou Deborah Rick Blanchard.
- O prazer é meu.
Puxo Esther para um beijo. Deborah me joga um olhar achaque. Não estou nem com você, Deborah.
- Vamos almoçar - diz meu pai, empolgado com a presença de todo mundo na casa.

ESTAMOS NA SALA de star, jogando uma breve conversa do dia a dia, tomando champanhe italiano e rindo de coisas banais. Sentado ao lado de Esther no sofá, entrelaço minha mão ao dela.
- Você é carioca, Esther? - pergunta minha mãe.
- Não, sou de Porto Alegre.
- Hum, gaúcha.
- E muito linda - diz meu pai, irradiando um sorriso horrível, que nunca vi.
- Obrigada, Sra. Blanchard.
- E seus pais moram com você?
- Não, senhora, eu vim para o Rio de Janeiro sozinha.
Como pode? Se eu fosse o pai dela iria inibir essa decisão.
- Quem é o seu pai?
- Ele é empresário, possui um grande império de engenharia civil.
- Em Porto Alegre?
Minha mãe fica mais curiosa.
- Sim.
- Seu pai é o Athos Júnior Winkler?
- Sim.
- Nossa, que coincidência, ele e eu fazíamos faculdade juntos.
- Sério? - Esther fica surpresa. Até eu.
- Sim, mas ele tinha somente dois filhos homens na época.
- Eu sou filha adotiva dele.
Minha mãe a observa, compreensiva.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora