Capítulo 03

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   Deitado na cama, meus pensamentos cravam àquela noite em que Esther e eu estávamos aqui, no mesmo lugar em que estou agora, fazendo amor, ou melhor, fodendo para valer. Eu não fui carinhoso com ela. Você não pode se apaixonar por ela.
   Ah, céus! Por que eu fui meter o olho na minha própria aluna? Arrastei ela para a minha cama, notei que ela não queria, eu a provoquei com meus truques de experiência. Mas foi um sexo tão gostoso que me deixou com mais vontade dela. O que você tem que mexeu comigo, ruivinha? Não quero que ninguém encoste a mão em você, agora você é minha.
   Sua, e de mais ninguém!
               

   O ELEVADOR DA FACULDADE faz um “trin” para poder parar no andar da sala. O dia está ótimo apesar de ser segunda-feira — o dia da preguiça. Realizei uma cirurgia hoje, de manhã, no hospital. Foi tenso, mas, felizmente, meu paciente sobreviveu. A maioria não sobrevivem e muitos médicos levam a culpa.
   Entro na sala e dou de cara com duas meninas sentadas em cima da minha mesa, é Jaffiny e Tamara. Fico desconcertado diante da cena, pois sei que vou levar uma cantada quando me aproximar.
   As duas têm plena consciência de que os outros professores e eu não aprovamos esse tipo de coisa. Esther e Yany estão sentadas juntas, ao lado da janela da sala. Jaffiny e Tamara estão na mesa, me olhando com malícia.
— Oi, professor — diz Tamara, me pegando de surpresa com um beijo na bochecha.
   Franzo as sobrancelhas. Esther me olha de relance, tentando disfarçar o ciúme.
— Oi, Tamara.
— Tudo bem, Dr. Blanchard? — pergunta Jaffiny.
— Sim. Voltem para os seus lugares, por favor.
— Você está lindo hoje — murmura Jaffiny, saindo sem se preocupar com a minha reação.
   Balanço a cabeça com um gesto de desaprovação e ela sorri, depois olho para Esther, que está me fuzilando com os olhos. Espero por Elliel e Oliver sentado na cadeira, de frente ao meu computador. Começo a digitar uma mensagem pelo celular para a Esther.

  Leonel Blanchard*
Oi. Você está linda com essa saia preta e essa blusinha amarela. Estou com fome...

   Aperto em enviar e minutos depois ela responde.

  Esther Winkler*
Poderíamos sair para jantar hoje, depois da aula.

   Nossa! Ela não sacou? Você joga sujo, Blanchard.

  Leonel Blanchard*
Não achei um eufemismo para essa frase: eu quero comer você. Você vai ser o meu jantar.

   Olho para ela, que está encarando seu iPhone completamente pasma.

  Esther Winkler*
Não tem nada melhor para dizer, doutor?

   Hum, será que dá?

  Leonel Blanchard*
Tenho: Quero fodê-la de novo e ouvi-la gemer esse "doutor" no pé do meu ouvido.

   Ela ia responder, mas o resto dos doutores entram, acabando com a nossa brincadeira. Estava bom...
                

   OS ALUNOS VÃO INDO embora da sala, todos com pressa e até com sono, menos Esther, pois demora séculos para ajeitar suas coisas na bolsa, é tão bem organizada e calma com tudo que faz. Yany lhe dá um beijo na bochecha e sai, me deixando sozinho com ela. Esther nem sequer olha ao redor para sacar que é a última aluna a sair.
— Tchau, Leonel.
— Tchau, Yany.
   Ao se aproximar, passo na frente de Esther e tranco a porta com a chave. Ela percebe o que quero e que está sozinha, então dá um passo para trás um pouco assustada. Ela sabe com que pretexto tranquei a porta.
— Doutor...
   Humm. Sempre doutor, com essa voz...
— Nada de doutor agora — sussurro, contraindo o lábio.
— Eu preciso ir.
   Seus lindos olhos verdes parecem fugazmantes.
— Não. Você só vai sair daqui depois que transar comigo — deixo a bolsa dela no chão. — Você está muito sexy com essa saia. Mas e sem ela, hein? — aproximo-me e a giro rapidamente na parede, deixando-a de frente com a lousa branca. Toco no zíper de atrás da saia dela e deslizo-o lentamente para baixo. A calcinha vermelha aparece quando a saia cai no chão, deixando um circulo ao redor de seu salto alto cor de chumbo.
— Por favor, doutor, não. Aqui na sala não.
— Acha que este local vai me impedir de fazer o que eu quero?
— Por favor...
— Quietinha.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora