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- Você está certo. E sempre me encurrala num assunto. Você é bom nisso, Leonel.
- Ainda bem que você percebeu.
Assim você para de me questionar, moleque chato.
- Eu conheço uma das suas namoradas - diz ele, avaliando minha reação - que nem me comovi ao ouvir.
- Qual delas? - tomo o último gole do vinho.
- Laís.
- Ah.
- Para um médico muito ocupadíssimo você teve muitas namoradas, não é?
- Onde quer chegar com isso?
- A lugar nenhum. Só estou curioso.
- Eu não gosto de curiosos - murmuro, impassível.
A irmã dele surge pelas portas grandes da cozinha, que estavam totalmente abertas. Esther usa um vestido de jacquard e renda com recortes, o vestido é curto e branco. Ela também usa uma pulseira de metal, uma bolsa platinada e um salto alto de couro sintético, os cabelos estão presos num coque e as mechas soltas de cada lado. Olho para ela dos pés à cabeça, boquiaberto. Ela está linda e gostosa. Tenho vontade de tirar seu vestido.
- Oi - diz.
- Oi - minha voz falha. Droga!
- Você está linda, minha irmã.
- Obrigada, Taylison - ela sorri para o irmão.
- Leonel, vamos. Tchau, Taylison - ela me olha.
- Tchau. Cuidado.
Nossa, ela está no controle. Mulher quando coloca um solto, ninguém a segura. Meu Deus, Esther está mais linda. Ela não diz nada até a saída, segurando um sorriso bobo, eu precinto. Ela desce as escadas da garagem com uma pequena mala de mão.
- Me dê essa mala.
- Tome, obrigada.
Coloco-a no porta-malas do carro. Abro a porta para Esther e ela entra, em seguida entro também e dou a partida no carro. Piso no acelerador, fazendo com que o veículo arranque do lugar.
- Você está linda - murmuro.
- Eu sei.
Nossa, ela chegou para abalar.
- Onde vai me levar?
- Em dois lugares, o primeiro é num restaurante chique aqui do Rio e o segundo é surpresa.
- Surpresa boa?
- Mais que boa, você vai gostar - sorrio.
- Hum. O que achou da minha roupa?
Ela muda de assunto de repente.
- Quer mesmo que eu diga?
- Quero.
- Seu vestido está muito curto, mas você está gostosa nele.
Ela dá um sorrisinho tímido. Vou ser atrevido agora. Levo a mão em sua perna e arrasto a barra do vestido para cima, para dar mais acesso à sua coxa. Seu corpo enrijece. Ela arrepia quando perceber minha mão encontrando a calcinha.
- Preste a atenção no trânsito - alerta.
- Sim, senhora - sorrio com a mão boba cada vez mais atrevida. Aproximo e pego no lacinho à frente do tecido macio. Começo a brincar com ele.
- Pare com isso - murmura ela.
- Por quê?
- Porque seu toque me deixa molhada.
- Ah, é? - sorrio de novo.
Ela pega minha mão e a deixa sobre o joelho esquerdo.
- Não quer que eu te toque?
- Agora não.
- Hum. Você está muito petulante, Srta. Winkler.
Ela nem me olha.
- Tenho meus motivos.
- Não fique zangada. Esta noite promete muita coisa.
- Como o quê, por exemplo?
- Como várias horas de prazer com você, minha bela dama.
- Onde vai ser isso?
- Espere.
- Você me deixou curiosa.
- Aguente, e eu não gosto de curiosos. Aprenda.
- Sim, senhor.
- Então repita o que eu disse.
- Você não gosta de curiosos.
- Lembre-se disso, Srta. Winkler. Às vezes os curiosos se dão muito mal, por isso, não faço parte desse grupo.
- Entendi, doutor.
Paro o carro no bairro da Tijuca, na rua São Francisco Xavier em frente ao restaurante chique chamado Mitsuba. É um restaurante que serve as melhores comidas japonesas, asiáticas, frutos do mar e entre outras.
Um homem jovem, magro, branco e alto me aborda na entrada para estacionar o carro do outro lado.
- Olá, sejam bem-vindos.
- Obrigado.
Ele dá um sorrisinho forçado para Esther e a cumprimenta também. Seguro sua mão e entramos no restaurante. Há muita gente no local, por isso fiz uma reserva mais cedo. A mesa fica de frente à um janelão de vidro, que estão abertos. As cortinas são brancas e longas. O ar fresco bate na janela do restaurante.
É a melhor vista do Mitsuba. O lugar que escolhi fica totalmente fora dos olhares alheios - ninguém pode nos ver às escuras, no canto. Já sentados, o garçom, competente, anota nossos pedidos.
- Está com fome? - pergunto à Esther.
- Mais ou menos.
Ah!
- Você é muito magra.
- Não gosta? - ela franze as sobrancelhas.
- Não muito. Minha preferência são mulheres na média.
- Então me deixe - murmura com irritação na voz.
Poso as mãos na mesa, olhando para ela com cautela.
- Nunca. Isso só vai acontecer quando eu tiver um bom motivo.
- Eu não gosto de homens fortes - provoca.
- Então me deixe - repito com ironia.
- Nunca. Isso só vai acontecer quando eu tiver um bom motivo - ela sorri.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora