Ah, droga. Isso que dá descer de qualquer jeito. E agora? Pego o celular e ligo para a Esther. Droga! Só está chamando. Por que vai ligar para ela? Será que ligo? Claro. Ela atende depois da segunda chamada.
- Esther.
- Oi, o que houve? - sua voz é rouca.
- Eu preciso de você, urgente.
- Para quê?
- Eu caí da escada enquanto subia, estou muito mal. Esther, por favor, vem para a minha casa.
- Como assim, caiu?
- Eu não prestei a atenção nos degraus.
Até parece que você não consegui se cuidar sozinho.
- Mas... está muito tarde.
- Por favor, eu preciso de alguém para cuidar de mim.
Ela emudece. Coitadinho dele, agora precisa de alguém. Meu inconsciente está zombando de mim.
- Me espere, vou arrumar algumas roupas para dormir aí.
- Obrigado, vem logo.
- Até daqui a pouco. Tchau.
Que porra é essa? Agora não consigo mais ficar longe dela. Será que é paixão? Não, não posso me apaixonar, não quero essa droga de sentimento de novo. Talvez eu só goste dela e esteja confundido as coisas, mas aquele carinho que ganhei no carro, nunca, durante esses vinte e seis anos, ninguém fez isso, bem, exceto minha mãe.
Preciso avisar minha família. Essa batida foi muito forte, acho que amanhã darei a notícia. Como fui ser tão desastrado? Logo eu? Não usou a inteligência de cirurgião. Cale a boca, traste.
Depois do banho de chuveiro meio dolorido, alguém bate à porta do meu quarto enquanto estou vestindo as roupas. Deve ser a Esther.
- Entre.
- Tem uma pessoa esperando pelo senhor no telefone, Dr. Blanchard.
Uma pessoa? Quem, Deus? Franzo as sobrancelhas.
- Já transferiu a ligação?
- Sim, doutor.
- Obrigado, Yara, pode se retirar.
Ela me olha antes de sair, meio tímida por eu estar me vestindo. Yara é mais uma das mulheres magra e seca que conheço.
- Com licença.
Pego o telefone em cima da cômoda e atendo.
- Leonel Blanchard, boa noite - minha voz soa grossa e profissional.
- Sou eu.
Como assim?
- Eu quem?
- Jaqui.
Humm...
- O que você quer, Jaqui?
- Cuidar de você - murmura.
Essa piranha ainda tem cara de pau de me ligar.
- Não preciso da sua ajuda.
- Tarde demais, já estou dentro da sua casa.
- Jaqui, saia daqui - rosno. Levo a mão na cabeça, furioso. Eu odeio ela.
- Tchau.
Ela desliga. Puta que pariu! Daqui a pouco a Esther está aqui e vai dar de cara com a maluca da Jaqui Billy. Visto uma cueca e coloco um roupão branco. Desço. Droga! Esther e Jaqui estão conversando sobre algo. Espere aí... a Esther está chorando. Por quê? Cerro as mandíbulas e piso na sala, zangado.
- O que foi, Esther?
Ela me olha como se eu fosse um lixo.
- É verdade o que ela disse?
Ahn? Jogo um olhar pétrio para Jaqui.
- O que você disse?
- Somente a verdade, meu amor - ela sorri.
- Por que está chorando, Esther?
- Você é como todos os homens vulgares que existem. Sujo! Você só me quer na cama e mais nada.
Arregalo os olhos.
- É mentira dessa inútil.
É verdade . Fico em apuros, me aproximo, ela dá um passo para trás.
- Esther - minha voz falha.
- Não, você mentiu para mim, mentiu.
- Esther, não acredite nela, por favor.
- Ela foi sua e eu mal te conheço, com certeza ela sabe mais coisas sobre você do que eu.
Jaqui! Vagabunda! Pego-a desprevenida num tapa, puxo seu cabelo à força. Ela grita muito, furiosa.
- O que você falou para ela? - grito. Ela geme de dor e segura meu pulso.
- Me solte!
- Não faça isso, Leonel! - grita Esther, me olhando, horrorizada. Os seguranças da casa aparecem de repente, e me tiram de cima dela.
- Me soltem! - grito em voz alta, fazendo com que todo mundo se assuste. Eles obedecem.
- Tirem essa vadia da minha frente - grito. Ela sai à força pelos seguranças. Esther ainda está chorando. Ela me olha, pasma.
- Você bateu nela - murmura incrédula.
- Bati mesmo! E bateria mais se precisasse! - grito de novo em voz alta.
- Não chegue perto de mim. Você é um covarde.
Levanto o dedo indicador na frente dela.
- Você não tinha que acreditar em nada do que ela dissesse.
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Minha estúpida obsessão
RomanceBruto, sexy, ambicioso, perigoso e amante da medicina. Isso define Leonel Blanchard, um médico sensual, que consegue jogar seu charme para cima de suas alunas. Linda, doce, pura e ingênua em relação aos homens. Esther Winkler é apenas uma adolescent...