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Kaleb Reymond, você está na minha lista. Ele tem um presente para ela! Um presente! Só eu posso dar presentes para Esther.
- Comprei este presente com muito carinho, pequena Marihá.
Filho da puta! Você não é nada dela. Que pequena Marihá o quê?!
- É lindo - murmura ela sorrindo, e depois o abraça.
Chega, Esther, por favor. Não está vendo que estou morrendo de ciúmes?
A multidão se desfaz e eu aproximo dela, que ainda está conversando com Kaleb. Eles me olham como quem diz "você não é bem-vindo aqui".
- Posso falar com você, Esther? - digo, encarando-a.
- Boa noite, Blanchard. Não me viu aqui? - Kalab dá um sorrisinho falso.
- Olá, Kaleb. Responda, está livre?
- Ela estava conversando comigo.
- Estava, então ela não tem nada para fazer com você.
- Por favor, não discutam. Eu não posso, Leonel.
Ergo as sobrancelhas para ela. Não pode?
- Por que não? - avalio sua reação observando-a, impassível.
Ela abre a boca e fecha. Suspira e, finalmente, vai dizer algo.
- Ela vai sair comigo - interrompe Kaleb.
Olho para ele, que sorri. Se acalme, Leonel, você não pode perder a cabeça com esse energúmeno.
- Vai sair com ele ou vai para casa?
- Vou sair com ele.
Engulo o bulício que sai de sua boca. Respiro, ela avalia minha reação frustrante.
- Tudo bem. Aproveite a noite.
- Leonel, eu...
- Vá comemorar com ele e me perdoe por ter esquecido o seu aniversário, eu não sabia. Parabéns - murmuro, saindo. Nem um abraço não dou, meu orgulho fala mais alto.
Eu não vou deixar isso barato, ah, mas não vou mesmo. Ela vai me pagar, preferiu o Kaleb do que a mim. Dentro do carro, penso em fazer alguma coisa. O quê?... Já são onze horas da noite e eu estou sozinho. Ligo para Elliel, mas dá na caixa postal, tento ligar para Oliver e o celular chama.
- Oi, Leonel.
- Oliver, preciso conversar. Me encontre no bar de sempre.
- Certo.
Desligo. Preciso mesmo conversar? É, preciso. A Esther mexe muito comigo, eu não sei o que é, mas estou odiando isso. Ela me ama. Ela não te ama. É, ela não me ama. Você não pode acreditar no amor de nenhuma mulher. É, não posso. Se ela me amasse não passaria o resto da noite com outro. Pense em algo para puni-la, Leonel. Transar com força? Ignorá-la na sala? Deixar essa aventura passar e procurar outra? O que fazer? Estou desaprumado.
Estaciono o carro e desço para encontrar Oliver no bar, mas um rapaz me aborda, muito buliçoso.
- Doutor, ainda bem que o encontrei por acaso - diz ele, tomando fôlego.
- Quem é você?
- Sou um dos seus alunos, preciso lhe avisar uma coisa séria.
- Vá logo ao ponto.
- O senhor está correndo perigo de ser afastado do seu cargo na faculdade. O senhor e a Esther não estão sabendo disfarçar bem.
O quê?
- Quem disse a você que tenho um caso com ela?
- Ninguém, eu percebo sua reação quando chama a atenção dela. Estou lhe avisando porque o senhor é um bom professor, pelo menos eu acho. Tome cuidado.
- Obrigado. Quem está falando ao meu respeito?
Ele respira.
- Não sei, doutor.
- Me avise se souber de mais novidades.
- Ok. Até mais.
Estão falando de mim... Quem? Única pessoa que sabe do meu relacionamento com a Esther é a Yany. Será que elas comentaram com alguém? Estou começando a desconfiar de Elliel. Não, ele não sabe. Será que é o Oliver?
Entro no bar e vejo uma mão levantada, acenando para mim. É Oliver. Ele está sozinho numa mesa, próximo à janela de vidro. Oliver está bebendo uísque com gelo, parece um pouco enfadonho, aposto que a esposa brigou com ele. Essa mulher é uma lítica, cheia de frescuras.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora