19.6K 1.2K 203
                                    

   No término das aulas, converso um pouco mais com os professores sobre as modificações que a Faculdade de Medicina está passando no começo do ano que, para mim, virou novidade. Reformas e novas providências vão ser colocadas lá dentro da instituição.

   Depois de quase uma hora em reunião, deixo a faculdade às pressas, pois ainda tenho que estudar uma doença grave que está afetando o cérebro do meu novo paciente. E vou ser obrigado a fazer isso tarde da noite.
   Pego o carro na garagem e dou à ré para sair, mas não consigo, pois outro carro vem e bate na traseira da minha Mercedes.

   Ah! O seu novo carro!

  Que isso? Droga! Quem é esse filho da puta?! Não acredito que bateram no meu novo carro. Só pode ser brincadeira...

   Desço do carro, furioso. Noto que é uma mulher ao volante de uma Land Rover branca. podia ser... Espera aí, é àquela ruiva, uma das novatas. Ela bateu no meu carro. Filha da mãe!

   Vamos brincar de ser mau, bonequinha.

   Você não sabe com quem foi mexer.

Saia daí.

   Tiro ela do carro brutalmente pelos braços.

   Nossa, ela é tão magra que deve pesar menos de 50 quilos. É a segunda Olívia Palito. A menina fica assustada, e suspeito que está prendendo a respiração, e está!

— Você não me viu aqui na frente, sua idiota? — grito.

   Ela fica trêmula.

   Vai ficar mais ainda quando eu pegar e foder ela nesse estacionamento.

   Opa! Calma , Leonel, ela é muito criança para você.

   Ah, mas essa corpinho que ela tem...

— Me desculpe, doutor.

   Nossa, a voz dela é mansa demais, com certeza não sabe se defender.

   Reparo em tudo nela: o corpo, a boquinha rosa, os cabelos longos, os olhos verdes opacos, a roupa... hum... a roupa... Será que não pensou antes de colocá-la? É uma sainha jeans, uma blusa branca por cima de uma jaqueta jeans e um all star branco. Uma princesinha...

— Me desculpe? — repito friamente.

   Ela esbugalha os olhos, amedrontada, o que me faz perceber que a bonequinha é linda e tímida. Pena que é minha aluna.

— Você bateu na minha Mercedes. Está vendo o estrago que fez?

   Meu olhar tenta encontrar o dela sob uma aflição que transparece fugazmente.

   Essa garota... Argh! Por que ela foi aparecer nesse momento? Levo a mão na cabeça e resmungo um palavrão.

— Eu não queria... desculpe. Eu posso chamar um médico para lhe atender se acaso levou algum arranhão grave.

   Caio na gargalhada. A Srta. Winkler me olha e franze a testa. Que bonitinho, ela está preocupada comigo.

— Não! — grito novamente. Ela salta para trás, de susto. — Não preciso porque sei me cuidar sozinho.

   Pegue leve, Leonel. Ela está mexendo com você.

Está bem, doutor.

   Aproximo-me dela, intrépido. Tenho vontade de dar uma surra e transar com essa menina, mas esse seu olhar franzino não me deixa. Sua respiração falha, seus olhos arregalam mais ainda num espanto.

   Não, eu não vou fazer nada com essa pirralha. Pode dar merda pra mim mais tarde.

— Garota, vá embora antes que eu mude de ideia — e transo com você aqui mesmo. Vontade não me falta de te pegar e deixar suas pernas bambas.

   Caramba! Ela é minha aluna e devo respeito. Que droga de davaneio! Mas deu vontade, ela usa cada sainha sexy, fácil de levantar. É só pegar e pá!

— O senhor não manda em mim, doutor.

   Que voz é essa, meu Deus? Tão mansinha, igual à uma criança.

   Ainda por cima atrevida. Isso deixa tudo mais excitante.

   Ergo uma sobrancelha em desaprovação.

— Ah, está bem, Sra. Doutora Cirurgiã. Acha que está com a razão?
— Não, mas o senhor não deveria falar assim comigo.

   Meto um soco bem forte no capô do carro dela. Essa menina é muito petulante, caralho!

— Você amassou a minha Mercedes! — grito, muito indômito e áspero. — Ai, que ódio! Saia daqui, menina insolente.

   Ela bate os pés e me fuzila com os olhos. Agora estou zangado, de verdade.

— Não grite, seu grosso! — ela entra no carro e dá a partida.

   Piranha! Mil vezes, piranha!

— Piranha assanhada! — grito quando ela sai com o carro.

   Que ódio! O que ela fez comigo? Eu não queria ir embora furioso e agora estou.

  Respiro fundo.

   Está bem, confesso, Esther Winkler é linda e eu a quero. Ela é muito gostosa, mas é muito menina para mim e um pouco atrevida. Quantos anos será que ela tem? Quinze? Dezesseis? Tomara que seja maior de idade. Não estou pendurado em nenhuma mulher agora, Esther pode ser minha nova diversão passageira. Dane-se se ela é minha aluna. Quem mandou mexer com Leonel Blanchard?

   Quando eu te pegar, ruiva gostosa, é melhor que me aguente...

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora