Capítulo 09

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O SOL ESTÁ BATENDO NA janela do quarto. Os pássaros estão cantando lá fora. Esther e eu estamos fazendo amor de manhã, ela não para de me atiçar. O clima está calmo, leve, sem ninguém interferindo. Estou em cima, penetrando-a vagarosamente. Minha boca na sua, minha mão direita em sua coxa, o lençol da cama nos cobrindo até a cintura e suas pernas para cima de mim. Hum... Está gostoso. É uma delicia sentir ela. Esse corpo... Essa boca...
- E aí, como estou me saindo? - murmuro, a voz grossa.
- Muito bem - ela sorri.
De repente, uma pessoa surge na porta. Droga! Não pode ser. É o irmão dela. Puta que pariu. O que ele está fazendo aqui? Por que essas coisas acontecem comigo? Esther e eu ficamos paralisados.
- Esther! - diz ele, horrorizado.
Uma onda de raiva percorre sua face. Ele empalidece. Parece não acreditar no que está vendo, e fica esmaecido. Nossa! O cara vai me matar.
- Taylison! - ela fica pasma.
Saio de dentro dela e rolo para o outro lado. Pego a cueca do chão e visto, enquanto faço isso, o irmão dela vira de costas, ainda incrédulo.
- Não acredito, Esther.
- Levante - digo a ela.
- Bem que eu desconfiava de você, Leonel - ele me olha.
Começo a vestir as roupas, ignorando cada palavra de sua boca. Droga! Estava tão bom o clima entre a irmã dele e eu. O que eu digo com essa cara de tacho?
- Meu Deus! Isso é um descaso.
- A sua irmã não é nenhuma criança - balbucio.
- Mas ela é menor de idade - rosna para mim. Ele está super zangado. - Você é pago para dar aulas, mesmo? Como você é idiota, Esther. Você tem certeza de que ele é o homem certo?
- Taylison, por favor.
- Tem certeza de que ele não sai com outras além de você?
- Você deveria me conhecer melhor - murmuro para ele.
- Olha, não venhe com essa ladainha, cara. Eu conheço seu jogo. Minha irmã é tão ingênua, tão boba que não percebe nada. Você já seduziu ela.
Droga! Será que ele sabe de alguma coisa? Esther levanta da cama num movimento abrupto. Ela me olha, confusa. Levo a mão no cabelo todo bagunçado, de quem acabou de transar.
- Taylison, não fale coisas que você não sabe.
- É o que você é. Já pensou se o nosso pai descobre que você tem um caso com seu professor? Por que você fez isso?
Esther enrubesce.
- Eu amo ele.
- Oras! - ele leva as mãos para cima, exasperado.
- Por favor, Esther, chega.
- Está vendo, sua boba? Ele não gosta de ouvir isso.
- Não é verdade - digo.
- Cale a boca. Você deveria respeitar suas alunas.
Ele vem em minha direção com os punhos cerrados e me dá um soco na cara, me pegando de surpresa. Ih, vai começar. Meu inconsciente diz que não devo lutar contra ele.
- Taylison, não! - grita Esther, entrando no meio de nós.
- Saia daqui, eu vou acabar com esse babaca - ele tenta me acertar com mais um soco, mas pego seu braço.
- Taylison, não quero te machucar.
Se eu bater nele, é provável que ele vá para o hospital, eu não quero fazer isso. Tento acalmá-lo.
- Chega, não vou bater em você.
- Eu quero que venha, doutor. Vou te dar uma surra bem dada - ele altera a voz.
Nossa! Ele é tão... tão... magrinho para competir comigo.
- Saia de cima dele - diz Esther, muito mansa.
Ele para e pensa. Se recompõe do fôlego. Graças a Deus! Eu estava perdendo a paciência com esse cara. Ele leva as mãos na cabeça e olha para a irmã, parece decepcionado.
- O que você fez, Esther?
Ela entreolha os cantos do quarto, confusa.
- Me desculpe.
- Se fosse com o Érodys, você estaria encrencada. Eu não vou contar, vou deixar que descubram sozinhos.
- Taylison, me desculpe.
- Você não tem culpa, aquele miserável tem - ele joga um olhar pétreo para mim.
- Nós dois temos, talvez.
- Chega de conversa fiada, Esther. Quando eu voltar, não quero ver ele aqui.
- Mas, Taylison...
- Eu fui claro.
Ele desaparece e bate a porta. Ufa! Ela cai na cama, estarrecida com tudo. Toco meus lábios. Droga! Está sangrado, meu rosto dói. Ele me pegou de cheio, teve sorte de eu não ter revidado. Filho da mãe.
- Seu irmão bate forte.
- Me desculpe, Leonel.
-Não precisa pedir desculpas, eu entendo.
Ela me olha.
- Meu irmão te bateu. Isso não deveria ter acontecido.
- Mas aconteceu - olho para o chão, baixo a cabeça com as mãos na nuca, sentado na cama.
- O que ele veio fazer aqui?
- Não faço a mínima ideia.
- Ah - ela suspira, passando a mão no rosto.
- Tenho que ir.
- Não, fique, por favor.
- Não quero que brigue com seu irmão por minha causa.
- Deixa eu cuidar de você, esqueça o Taylison - ela me beija, ajoelhada no chão.
- Eu posso me cuidar sozinho, Esther. Eu sou médico, sei do que preciso.
- Doutores também têm que ser cuidados por outra pessoa.
Balanço a cabeça em desaprovação.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora