Eu podia controlar aquele devaneio introspectivo, agora me sinto um lixo, uma droga de homem.
- Por que você fez isso?
- Eu não sei, me perdoe, por favor, me perdoe.
- Você estragou tudo.
- Perdão, Esther.
- Me solte, quero sair.
Solto-a totalmente sem chão, desaprumado. Ela abotoa a camisa rapidamente e se levanta. O rosto dela está vermelho, aparentando a marca da minha mão. Droga! O que você fez, seu filho da puta? Você não presta, Leonel, não vale nada.
- Esther - pego sua mão, mas ela se desvencilha sem querer bapo comigo. E sai do escritório de cabeça baixa.
- Que merda! - grito, jogando o meu monitor no chão e tudo que estava em cima da mesa. - O que você fez, cara? - murmuro, andando de um lado para o outro com as mãos na nuca. Isso é um descaso! Eu falhei.
Ajeito minhas roupas e saio do escritório, pisando firme no chão. Subo as escadas rapidamente sem olhar para baixo. Esther vai odiar me ver de novo.
Bato na porta. Ela não responde, então, torno à bater. Que merda, ninguém fala nada.
- Esther - chamo.
Faço isso duas vezes. Decido abrir e logo me deparo com ela jogada na cama. Aproximo. Está com os olhos fechados.
- Esther - toco seu cabelo, mas ela não acorda. - Esther.
Ai, Deus, ela desmaiou?
- Não! Esther - sacudo ela.
Ela desmaiou mesmo!
- Acorde, por favor.
Pego-a nos braços e corro para o andar de cima da casa, onde fica meu consultório. Entro, tudo está limpo e aberto. Coloco Esther em uma maca. Vou até um pequeno armário branco e pego uma garrafa de álcool e um masso de algodão. Se ela não reagir terei que aplicar uma injeção na veia do seu braço esquerda. Despejo álcool no algodão e levo no nariz dela.
- Vamos lá, meu bem. Você tem que voltar - retiro o algodão e rapidamente ela suspira, reagindo. Isso! Esther se recompõe.
- Ai, ai, ai - ela senta na maca, condoída. Acarecio suas coxas sem parar, tentando reconfortá-la. Ela pega a cabeça com as duas mãos, dando um gemido.
- Você está bem?
Olho para ela.
- Não.
- Como se sente?
- Dolorida, muito dolorida e com fome.
- Você desmaiou porque está muito fraca, Esther. Não comeu ontem?
- Não - murmura, cabisbaixa.
- Vamos comer, a Tânia deixou tudo pronto na cozinha.
- Por que me deu aquele tapa? Quem é Jaqui?
Putz! O que eu digo agora? Não estou preparado para abrir o jogo. Ela me olha, confusa.
- Depois eu explico.
E levanta da maca, caminhando até a porta.
- Cuidado para não ser tarde demais - diz sem olhar para trás.
Ela some do consultório, me deixando incrédulo.
- O que você fez, Leonel? - murmuro, me estatelando no chão.
MAIS TARDE, resolvemos ir à casa dos meus pais, Esther usa um óculos escuro para ninguém notar os hematomas na maçã do seu rosto, no lado esquerdo. Sinceramente, eu estou arrependido, não sei o que deu em mim. Deixei a maldita Jaqui me assombrar outra vez.
Viro com o carro no bairro da Tijuca, estou devagar. O semáforo acende o vermelho, e eu paro, impaciente.
- Ah, droga - resmungo baixinho. Esther me olha.
- O que foi?
- Esqueci o colar da Mary em casa.
- Volte então.
- Daqui até no Leblon está longe. Eu não vou voltar.
O semáforo acende o verde. Volto à dirigir pela cidade. Poso a mão sobre a coxa de Esther, ela usa um vestido verde de viscose e chiffon, uma pulsera de metal com cristais exuberantes e calça uma sandália de couro com tachas. O vestido é curto. Acarecio sua pele enquanto dirijo pela rua.
- Eu preciso confessar uma coisa a você.
- Você vivi dizendo que tem algo para me falar, mas nunca fala.
Olho para ela, soltando a respiração.
- Você já possou por aquele momento de não estar preparado para confessar algo sério?
Ela franze as sobrancelhas.
- Já, apesar de eu não ter muita coisa grave para confessar - ela dá de ombros. Solto uma risada sardônica. Ela me olha.
- Eu vou contar, só não estou preparado.
- É grave?
- É. Esther, você sabe que ninguém é perfeito, só Deus.
- Eu sei.
Estaciono o carro na garagem da casa dos meus pais. Desligo o motor.
- Vamos entrar.
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Minha estúpida obsessão
RomanceBruto, sexy, ambicioso, perigoso e amante da medicina. Isso define Leonel Blanchard, um médico sensual, que consegue jogar seu charme para cima de suas alunas. Linda, doce, pura e ingênua em relação aos homens. Esther Winkler é apenas uma adolescent...