Meus olhos giram com o efeito da maconha, ando cambaleando por todos os lados. Observo Esther dançar o rock Edge of A Revoluti da banda Nickelback. Acho que essa música é a mais barulhenta de todas. Ela explode a minha cabeça de tom alta.
Olho para a pisca, as luzes estão juntas: vermelho, azul, branco, verde, amarelo e cor-de-rosa. O globo comanda todas elas.
Agora a pouco eu estava reclamando do Lorenzo, e olha só para mim - estou no mesmo caminho que ele - bêbado bizarro. Ah, merda! Estou bêbado. Com o efeito da bebida e da maconha consigo puxar a princesinha do Leonel rapidamente para um canto.
- O que foi? - ela pergunta, gritando.
- Eu quero que você me acompanhe a um lugar.
- Que lugar?
- Lá em cima. Eu preciso de você lá em cima, Esther - digo, sob o efeito da bebida. Esther examina meu estado, desconfiada.
- Você quer ir ao banheiro?
Faço que sim com a cabeça, mentindo - não quero ir à banheiro nenhum, eu quero transar com ela em um daqueles quartos do Ezequiel.
- Vá sozinho, o banheiro fica à esquerda lá em cima. Eu espero você aqui.
Espertinha ela.
- Por favor, Marihá. Eu não vou conseguir subir as escada nesse estado.
Ela leva as mãos na cintura e me censura com o olhar. Faço cara de inocente e beijo sua bochecha, ela recua meio sem jeito e cora.
- Não posso te beijar como amigo?
- Pode, mas você está bêbado.
- Sabe porque que eu bebi?
- Ahn. E tem explicação? - ela cruza os braços à frente dos seios. Sorrio, pois sua petulância é cômica.
- Porque você não liga comigo, dá preferência para aquele doutorzinho arrogante. Esther, não sei como você suporta esse cara. Ele é cruel, pisa em todo mundo que passa na frente dele. Você viu, no primeiro dia de aula, na sala de anatomia, como ele foi grosseiro com os alunos?
- Ele estava cansado, só isso. Médicos sempre andam estressados.
Franzo as sobrancelhas, dando gargalhadas.
- Está apaixonada pelo professor?
- Eu amo ele - diz, intrépida.
O som continua, altíssimo.
- Ahn? O quê? O quê? - pego minha orelha, zombando. - Amar? Você ama Leonel Blanchard, o esculápio mandão?
Rio.
- Isso mesmo, Thaly, eu amo ele. Nada do que você disser vai mudar meus sentimentos.
- Nossa! Que bonitinho. Olha, eu conheço aquele doutor há muito tempo, Esther. Sei muitas coisas a respeito dele. Você é ingênua, não sabe de nada. Ele deve mandar em você o quanto pode.
- Chega, Thaly.
- Espere aí, tem mais. Se você souber o passado dele, você vai cair para trás. Todo mundo que convive com Leonel sabe porquê ele ficou assim.
- Assim como?
- Mau, autoritário, arrogante, impertinente, indômito e...
- Por favor, pare de falar mal dele perto de mim.
- É a verdade. Você não sabe?
Ela me ignora e saí, zangada.
- Ah, Esther, perdão, amiguinha - pego ela pelo braço e acarecio seus cabelos, com falsidade.
- Não fale dele, Thaly.
- Está bem. Vou encerrar o assunto.
- É bom mesmo.
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Minha estúpida obsessão
RomanceBruto, sexy, ambicioso, perigoso e amante da medicina. Isso define Leonel Blanchard, um médico sensual, que consegue jogar seu charme para cima de suas alunas. Linda, doce, pura e ingênua em relação aos homens. Esther Winkler é apenas uma adolescent...