Capítulo 05

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O ALVOR RESPLANDECE A VARANDA do apartamento, abro os olhos e fecho. Esther está dormindo que nem uma princesa enrolada no lençol branco. Meu corpo está dolorido por causa do chão, estico as pernas e pego a cueca para vestir. Meu celular vibra no travesseiro, fazendo com que Esther se mexa. Olho para a tela, e vejo o nome: Sophia. O que ela quer?
- Diga, Sophia.
- Doutor, o senhor pediu que lhe avisasse sobre sua agenda, eu dei uma checada nela e vi que o senhor tem uma cirurgia a ser realizada daqui a pouco, às sete e meia.
Olho o relógio no pulso - são cinco horas e cinquenta minutos.
- Só isso?
- Sim, senhor.
- Obrigado por avisar. Tchau - desligo, visto a calça e depois a camisa. Contemplo um pouco mais o corpinho da minha ruiva linda.
Ela dorme que nem um anjo calmo. Ah, Esther, não sei o que você faz comigo, eu estou igual a um adolescente bobo apaixonado. Que isso? Não entendo. É amor? Aglomero ao seu lado no chão, poso o cotovelo no joelho, a mão na cabeça, a outra levo à sua face, acariciando todas as partes macias e cheirosas. Ela se mexe no cobertor e pega minha mão. Sorrio.
- Deite aqui comigo - sussurra de mansinho.
- Não posso. Tenho que trabalhar. Levante sua dorminhoca - murmuro. Ela ri baixinho e depois fica sentada.
- Eu adoraria se hoje fosse sábado.
- Mas não é.
- Está atrasado para o trabalho?
- Não.
- Vou fazer seu café da manhã. Escovou os dentes?
- Não ando com a minha escova de dentes.
- Eu tenho várias de reserva no meu closet, você pode usar uma se quiser.
- Claro. Agora levante.
- Você é quem manda, doutor.
Ela levanta e vai para o banheiro, em seguida, eu levanto também, indo em direção ao seu closet no quarto. Ouço a água do chuveiro se estatelar no chão do banheiro. Abro a primeira porta e vejo muito salto alto, botas, sandálias e chinelos.
Dou uma olhada na gaveta à direita e vejo duas escovas de dentes e uma fotografia dela com dois rapazes beijando suas bochechas, um deles é Taylison, o outro não conheço, mas parece da família. Esther está sorrindo na foto abraçada aos dois.
Quem é o outro? Estou curioso agora, apesar de eu odiar curiosos. Pego a escova e vou ao banheiro. Depois de cinco minutos, volto para a sala com a fotografia na mão a fim de saber quem é o outro rapaz que também a beija. Paro ao lado da geladeira.
- Quem é este cara? - aponto com o dedo indicador, ela vira e pega a foto da minha mão.
- Onde achou isto?
- Numa gaveta tomada de lingeries.
- Este é Taylison e o outro é Érodys. Os dois são meus irmãos.
Que droga de nome é Érodys? Bom, é bonito, mas é esquisito.
- Achei que você tinha apenas um irmão - encosto na mesa de jantar.
- Eu tenho dois, Érodys é o mais velho. Ele tem sua idade, sabia?
- Nossa, vai cair um avião agora só de eu saber - murmuro de mau humor. Cale a boca.
- O que disse? - ela franze as sobrancelhas.
- Nada.
De repente, ela corta a mão com uma faca quando volta à cozinhar.
- Droga - resmunga. Pego sua mão. É um corte pequeno.
- Odeio cozinhar. Não nasci para isso - rezinga.
- Então, por que está cozinhando? - olho para ela.
- Porque eu quero agradar você.
- Tem que pensar em você mesma não em mim.
- Eu penso em você todos os dias, então não me peça isso.
Não deveria. Puxo ela para um abraço forte, e a beijo lentamente na boca. Será que ela me ama mesmo? É difícil acreditar em outra mulher depois que você é traído na primeira vez. Maldita Jaqui Billy!
- Você me ama mesmo, Esther? - penetro seus olhos com os meus. Ela sorri.
- Sim, amo. Não duvide disso.

Minha estúpida obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora