Abominável - A lei da Atração

Capítulo 02

Estou me conectando a conferência e aguardo mais dois representantes que ainda não entraram na rede, depois de alguns longos e inquietantes minutos finalmente começamos.

- Boa noite! - digo formalmente.

- Boa Noite Senhor! - ouço cada um responder ao meu cumprimento.

- Me atualizem sobre a situação de cada hotel. - me dirijo a cada um com uma paciência impressionante.

- Bem senhor... O hotel de sorriso precisa de uma reforma para receber os turistas que virão nos meses de novembro a janeiro, acredito que poderíamos contratar um músico para animar o hotel no período festivo... - ouço atentamente cada reclamação, cada problema, cada possível solução, cada detalhe que melhore ou precise melhorar a rede hoteleira, depois de algum tempo estabelecendo as mudanças necessárias, tanto as mais urgentes quanto as mais simples, peço um orçamento para cada um e um relatório completo da situação de cada estabelecimento, assim como uma tabela dividindo os problemas mais urgentes de cada hotel.

Me despeço de cada representante, decido descer para jantar e dessa vez irei de carro a algum restaurante da cidade.

Me arrumo como deveria, trajado de um alinhado terno preto e gravata azul, aparento ser ter meus vinte quatro anos quando me porto de forma séria e empreendedora.

Alcanço as chaves do conversível Mercedes na escrivaninha ao lado da cama e me retiro do apartamento, caminho elegantemente para o elevador e aperto o botão para o térreo.

Sinto meu celular vibrar e resgato o aparelho do bolso, confiro o visor e aperto na tecla verde.

- Alô? - ouço a voz inconfundível da minha secretária do outro lado da linha.

- Senhor Richards, gostaria de lhe passar algumas informações sobre o negócio que o senhor resolveu fechar... - a voz de Lys é extremamente melódica e séria, todo o conjunto de Lys é extremamente sedutor, mas não me interesso pelas minhas subordinadas e nem tenho tentado, pois seria um caso sério e provavelmente retornaria para a cadeia e dessa vez seria por abuso.

- Claro! Diga como está indo o processo?! - pergunto me dirigindo para outro elevador ao lado, este leva para o subsolo onde fica a garagem do hotel.

- A empresa decidiu que aceitaria o negócio caso o senhor fosse pessoalmente resolvê-lo, eles dizem que querem um motivo plausível para fazer a venda da companhia de carros. - suspiro e passo a mão pelos cabelos.

- Marque um horário na terça-feira para mim, irei para a empresa deles, avise imediatamente para eles e já convoque uma reunião com todos os responsáveis dessa companhia, quero a presença de todos!

- Sim Senhor Richards! Boa noite! - desligo o celular e saio do elevador a passos largos.

Finalmente terei em mãos uma empresa conceituada e internacionalmente reconhecida. Aperto o controle do conversível e destravo as portas, abro e ligo o carro.

Saio da garagem e decido comemorar minha recente e satisfatória conquista, é digno de aplausos, pois sei que com minha conversa será impossível eles negarem a venda da companhia.

Rodo alguns minutos pela cidade e opto por um restaurante chinês, estaciono o conversível e caminho para a entrada do restaurante. Admiro cada espaço do lugar e escolho uma mesa próximo a janela de vidro.

Faço meu pedido e observo a minha volta qual seria a pessoa ideal para tipo de diversão, encontro uma pessoa sentada conversando com os amigos, cerca de duas mesas à frente da minha e decido que será ela a minha escolha.

De onde estou sentado vejo exatamente o seu semblante, pois caso eu olhe diretamente para frente dou de cara com a moça, encaro a menina que aparenta ter seus vinte e cinco anos e sorri alegremente enquanto conversa com os amigos.

Depois de alguns minutos ela percebe que estou olhando e finjo surpresa abaixando a cabeça, não demora muito e meu prato chega. Como e vez ou outra olho para ela até ela notar e eu abaixar o olhar, vejo ela comentar com uma amiga que está do lado e ambas olharem para mim.

Sigo os mesmos movimentos na esperança que ela tome a liberdade de vir falar comigo, mas ao invés disso, agora cada vez que eu olho ela me encara e sorri, esse é o sinal que preciso para chegar nela.

Termino o meu prato e pago a conta, sinto seu olhar em mim e vejo um sinal de decepção cruzar seu rosto no momento que me levanto, sei exatamente o que ela quer e vejo de soslaio sua amiga cutucar ela, creio que seja incentivando a moça para que ela venha até mim.

Caminho lentamente em direção a saída, que por coincidência fica na mesma direção da mesa dela, passo distraídamente pela mesa dela e sinto seus olhos na minha nuca.

Quando chego a porta paro de mansinho e olho para trás, ela vira imediatamente para frente e vejo seus amigos rirem da cena constrangedora, decido acabar com a agonia dela e caminho em direção a mesa.

Vejo os olhos surpresos das pessoas da mesa encontrarem ela, e vejo um amigo cutucar ela com a perna, reviro os olhos. "Tão óbvios!"

Coloco minha mão no ombro dela e me abaixo muito próximo ao seu ouvido.

- Gostaria de me acompanhar até em casa? - pergunto em som quase inaudível para que somente ela me escute.

Ela confirma minha proposta e se levanta para me acompanhar, vejo ela fuzilar os amigos com o olhar vitorioso, e colocar sua mão sobre a minha que descansa em seu ombro.

Seguro a mão dela e caminhamos para fora do restaurante, abro a porta do carro para ela, caminho para meu lado e me sento ao volante.

- Meu nome é Alice! - ela exclama, Alice é uma mulher morena e esguia de cabelos extremamente negros com um piercing no nariz.

- Prazer, Dimitry Richards! - digo olhando em seus olhos e dando um sorriso travesso.

- Seu carro é muito bonito! - ela diz quebrando o contato visual e admirando o carro.

- Obrigado - dou partida e me dirijo em direção ao hotel - Você é muito bonita Alice! - digo com tom descarado.

- Obrigada, você também atende meus parâmetros de beleza. - solto um sorriso travesso de canto de boca e depois de alguns minutos chegamos no hotel, deixo o carro no estacionamento e subimos pelo elevador, chegando ao térreo pegamos o elevador que leva para os andares superiores.

- Como prefere que eu tenha você? - digo com a voz grave e encaro ela pelo espelho do elevador.

Vejo seu rosto ficar corado e ela sorri envergonhada.

- Dimitry não é? Creio que do jeito que preferir. - assinto com a cabeça e encaminho ela para meu apartamento.

Tinha me esquecido que o Dimy é um pedaço de mal caminho ...
M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O