Capítulo 66

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- Primeiramente - me coloco de pé para saber se eles realmente estão dizendo a verdade - Saibam que essas crianças já sofreram muito e merecem amor e carinho! Vocês viram os rostos de cada uma? - Eles assentem - Pois saiba que darei minha vida e matarei por eles, não duvidem! Sabem a notícia que saiu nos jornais sobre eles e sabem também a minha história até aqui! Sabem do que sou capaz! - digo com aspereza - Se ousarem fazer eles sofrerem mais do que já sofreram eu descubrirei! E podem dar adeus ao restante dos dias que lhes falta! - os velhinhos se olham assustados.

- Senhor nós... nós não queremos isso! - eles parecem muito assustados, caminho até a porta e tranco, o senhor se coloca de pé e sua mulher segura sua blusa com medo.

- Mas também quero que dêem educação a eles e não passem as mãos em suas cabecinhas, não quero que dêem tudo a eles, a casa já tem tudo o que é necessário e não comprem nada para eles fora de época, presentes somente em datas comemorativas e mediante bom comportamento, não mimem para que amanhã eles não cuspam no prato em que comeram! - o senhor parece confuso, sorrio e me aproximo dele, seguro suas mãos - O serviço é de vocês, não precisam vender a casa de vocês, apenas vendam os móveis e aluguem a casa, podem vir hoje mesmo. E já que vocês foram os primeiros a vir, quero que sejam os caseiros, deixarei o quarto que estou usando com vocês, mas até que ele esteja liberado esperem em sua casa... - solto as mãos do senhor que se emocionou e está chorando "Quantos pais são abandonados na velhice?! Depois de tudo que fazem por seus filhos!" E alguns não tem nem a oportunidade de saber se terão um filho para cuidar deles na velhice, outros não merecem receber cuidados, como no meu caso.

- Sim senhor! - Ele seca as lágrimas.

- Como se chamam?

- Adolfo e minha esposa se chama Clarice... - estendo a mão para o senhor e ele me cumprimenta, faço o mesmo com a senhorinha.

- Bem, já que viverão aqui com meus pequenos, quero que a senhora se encarregue de escolher as pessoas que trabalharão aqui... Escolha três domésticas para a casa e mais duas cozinheiras para lhe ajudar na cozinha. - ela assente.

- Claro senhor!

- Hoje terá que ficar aqui, creio que lá fora já estão as candidatas a vaga... Utilizem esse espaço como quiserem, vou ter que sair com todos, então tem a tarde toda para as entrevistas, vou sair para almoçar com todos e trago pratos de comida para vocês assim que eu chegar... Sabem como agir? Quero pessoas de confiança aqui dentro! Contratem quem vocês sentirem que estão aqui por amor e não pela boa vida! Já que morarão aqui, as meninas responsáveis pela casa não precisam morar... Contrate apenas duas cozinheiras para morar aqui também, lembre-se da confiança... - ela me olha rapidamente - Entendeu?

- Sim.

- Ótimo vovó Clarice, tenha o prazer de receber seu neto mais velho! - sorrio e ela retribui. Saio da sala após assinar o contrato deles e ao sair encontro os sofás cheios de mulheres diferentes, confiro o relógio e já são quase onze e dez, vejo que Vitória não está na sala como todos. E nem Joshua! - Bom dia moças, se encaminhem para o corredor, ali tem uma porta dupla, nesta sala estão sendo realizadas as entrevistas. Sou o possível patrão de vocês! - alguns olhares se alegram ao ouvir isso e elas saem para o corredor, Ana está assistindo TV e conversa com a policial, aparentemente esteve chorando, me sento ao lado dela no sofá e puxo ela para um abraço, ela irrompe em choro, olho para a policial que parece segurar as lágrimas.

- Está tudo Bem! - digo - Posso pedir um favor? - me dirijo a policial, ela assente - Chama as crianças para mim, quero todas aqui na sala agora. - ela se retira e quero que eles se livrem dessas fardas logo! As malas de todos estão em um canto da parede, tem apenas oito malas e fico imaginando que tanto de roupas que tem ali, já percebi que as crianças precisam de roupas novas.

Ana me solta e seca as lágrimas.

- Desculpa senhor! - seguro seu queixo.

- Me chame de Dimitry, ou como preferir... - ela assente - Creio que preciso conhecer a história de cada um. - ela assente - Para de chorar, "tá" Bem? - dou um beijo em sua testa.

Ouço uma buzina e vejo o portão se abrir, lembro das chaves estarem com Vitória, saio para fora e encontro Vitória e Joshua sentados no chão do lado de fora. "Olá pombinhos!" A van executiva estaciona atrás do conversível. Tem quatro vagas para carros e duas para motos aqui. Ney desce e me entrega as chaves.

- Senhor! - cumprimento ele.

- Como foi de viagem?

- Bem senhor! - sorrio.

- Ótimo, por hoje será nosso motorista. - ele assente.

- Ao seu dispor patrão... - olho novamente o relógio, onze e dezessete. As crianças chegam correndo na sala e só coloco a cabeça para chamar elas.

- A carruagem de vocês já chegou! - elas saem para fora e olho para Vitória que está rindo e balançando a cabeça.

Atrás delas está o médico e a enfermeira, junto com o cara do Conselho.

- No conversível cabe mais três pessoas. - o rapaz do Conselho se adianta.

- Meu carro está aí fora, vou com os policiais e os doutores aqui, não precisa encher seu carro. - Assinto. Ligo para Lys enquanto as crianças entram na van e os outros vão para o carro do rapaz.

- Alô, Lys? Sincroniza o GPS do carro para o restaurante que você selecionou, estamos indo para lá agora!

- Ok senhor, me dê cinco minutos e já estará pronto!

- Obrigado. - desligo - Vitória leva a chave para dona Clarice lá no escritório, te espero no carro. - ela entra, enquanto isso entro no carro e espero a van dar ré, aguardo Vitória, ela volta com uma mulher imagino que seja uma das contratadas, Vitória entra no carro e dou  partida, saímos e a moça fecha o portão.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora