Capítulo 59

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- Vamos começar! - a juíza lê um documento que está em suas mãos, limpo a garganta e todos olham para mim.

- Cadê Lys? - pergunto, já que ela teria que estar aqui com os dados da nova habitação dos pequenos, o advogado se adianta.

- Ela estava ocupada resolvendo coisas na empresa e por isso deixou tudo o que era necessário em minhas mãos. - Assinto. Levanto uma sobrancelha e apoio os cotovelos sobre a mesa, me viro lentamente na direção de Vitória e arqueio a sobrancelha para o policial e depois para ela. Ela revira os olhos e fecha a cara "Muito bem senhorita Tompson! Me ignorando ..."

- Aqui diz que tirou as crianças do lugar que estavam e matou o abusador delas, mas temos em questão o fato de ser um assassino e isso não lhe dá autonomia  para criar nada ou ninguém! - suspiro e continuo escutando as acusações - Devemos levar em conta toda sua ficha criminal, o que te faz querer continuar com essa ideia!? - olho sério para a Juíza "Hora de usar meu dom!"

- Simples senhora Juíza! Tem filhos? - ela nega, balanço a cabeça consentindo com a negação-  Essas crianças não tem pais,  cresceram esperando um pouco de amor, não sou a pessoa mais indicada para isso, Claro! Mas peço que analise a situação delas, é  preferível ficar em um abrigo onde elas se sentirão desamparadas do mesmo jeito ou ir para a residência que adquiri para elas com pessoas que estão dispostas a estar com elas durante um bom tempo sem contar que darei educação e meus funcionários serão escolhidos a dedo para estar com elas, não quero correr o risco de ver elas sofrendo mais... - engulo seco e tento afastar as lembranças ruins que querem tomar conta de mim "Agora não! " - Pelo menos essas crianças não devem sofrer mais, sem contar que elas terão uma as outras sempre, peço que deixe elas comigo durante uma semana com a vigilância do concelho tutelar  e deixe que elas escolham com quem querem ficar. - a juíza parece surpresa.

- Vai morar com elas?

- Não!  - ela se espanta - Já deixarei claro isso a elas, quero que se certifique que elas terão o que crianças precisam que é  carinho e afeto em primeiro lugar, mas não estarei com elas.

- É como pode garantir que terceiros ofereçam isso a elas? - entrelaço os dedos sobre a mesa.

- De acordo com meu psiquiatra sou desequilibrado, um doente mental, mas garanto que posso ser mais do que esperam de mim, de acordo com a filha dele sou um problemático ... - aperto o maxilar - Minha mãe  não tem amor de um filho, Karoline nunca foi minha mulher, matei minha namorada... - aperto o maxilar novamente - Nada está ao meu favor Senhora, creio que se Vitória  que está a pouco tempo comigo lhe disser que tenho um pouco de amor no coração você não acreditaria, nem quero que acredite, nem eu mesmo sei - sorrio - Mas posso provar que só quero o melhor para elas... Pergunte a qualquer funcionário meu as condições de trabalho deles e ficará surpresa. Tão surpresa que acredito que deixará as crianças comigo. - a Juíza não parece muito convencida - Só lhe peço uma chance, o concelho tutelar pode visitar as crianças  toda semana e elas podem ter acompanhamento de uma psicóloga de vocês se não quiserem que eu faça isso, podem garantir que elas digam tudo a vocês com essa psicóloga, verá  que só quero ajudar.

A Juíza suspira.

- Uma semana, mas nessa semana terá que ficar com as crianças em tempo integral, me disseram que não tem controle sobre seus ataques, quero ver se suporta essa semana com elas sem as maltratar, Aldo irá com você e quero que leve seu psiquiatra ou a filha dele. - "Óbvio que levarei Vitória!" - Quero dois policiais com você  também. - abro a boca em surpresa.

- Aqui está os dados da residência,  fica perto, é  na cidade vizinha. - a juíza recolhe os papéis e se levanta.

- Nos encontramos aqui semana que vem no mesmo horário.  - Assinto e me levanto.

Todos se levantam, já é  hora do almoço então creio que cada um seguirá para seu lado, espero que meu carro esteja aqui. Olho para a velha.

- Meu celular está com você? - ela assente e procura no bolso da bolsa.

- Ney trouxe seu conversível,  pedi para ele deixar aqui... - ela encontra as chaves e me entrega com o celular - Por favor passe no hospital pela tarde quero estar a par de sua saúde, creio que precise se cuidar mais querido, se possível me avise assim que obter os resultados dos exames - Assinto, na verdade sei que os resultados já estão prontos e minha situação está péssima, mas não quero dizer isso agora, prefiro esperar e ir para a França.

Todos estão conversando atentamente. Olho para Karoline que está chorosa, ela me abraça forte, suspiro e me esforço para retribuir, acaricia seus cabelos.

- Está tudo bem, mon amour! Vou ficar bem! - digo.

- Désolé! Je voulais rester, mais ...

- Eu entendo! Seu pai precisa de você... - ela funga e me solta - Quer que eu te leve até  o ponto de táxi?  - ela nega.

- Já tem um me esperando. Tenho que sair rápido para chegar a tempo de pegar o avião... - Assinto e espremo a boca em uma linha fina.

- Boa viajem meu amor... - digo e seguro seu rosto, deposito um beijo em sua testa e me afasto, sinto os olhos de Vitória em mim, mas ela está bem ocupada conversando com o policial - Já se despediu de todos? - ela assente, entrelaça meus dedos nos dela e saio do local, do lado de fora o táxi esta esperando por ela.

- Je t'aime! - ela diz, pena que não posso dizer o mesmo, assinto e ela sai em direção ao táxi com elegância.

Olho para um dos lados em busca do meu conversível,  mas não está, olho para o outro lado e vejo ele estacionado "Primeiro ir buscar uma coisa que esqueci lá dentro!"

Volto para a porta e encontro senhor Tompson saindo.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora