- Mon Sweety! - Karoline pula em meu pescoço e logo o olhar de Vitória muda, paro de reparar nela e me equilibro em um pé só, as muletas caem e aperto Karoline com força.
- Je vous ai manqué! - digo que senti falta dela e sou retribuído com a risada mais alegre de todas. "Já me arrependi do que disse!" Reviro os olhos e ela se afasta colocando a mão na boca para conter o riso e dá pulinhos.
- Pardon! - ela diz e se recompõe - Vejo que o tempo lhe fez muito bem mon amour! - ela diz colocando as mãos na cintura.
- Digo o mesmo mon cher! - digo e aponto para minhas muletas, ela se apressa e me entrega as duas.
- Alors, elle est la victime? - ela pergunta mantendo os olhos em mim, assinto e caminho para o sofá, me sento na outra ponta e Karoline no meio.
- Sairemos para um almoço, creio que merecemos certo? - digo me dirigindo para Vitória, ela torce o nariz e se levanta.
- Não quero atrapalhar! - por mais que a voz dela seja indiferente, consigo sentir a mágoa transparecendo, levanto uma sombrancelha.
- Jamais Vitória, quero que se tornem amigas! - digo e cruzo as mãos sobre a perna, ela pisca algumas vezes e aperta a boca em uma linha fina.
- Irei me arrumar então! - ela diz e sai apressada.
Karoline se vira para mim.
- Ela é uma garota belíssima e muito educada! - rio e franzo o cenho.
- Estamos falando da mesma pessoa? - Karoline parece confusa.
- Você não tem sido um bom monstrinho! Aposto que tem tratado ela mal! - suspiro e aperto o maxilar.
- Não sei como proceder com a garota e ela é bem petulante, mas tenho dado meu melhor! - Karoline se põe de pé.
- Será melhor ainda, irei dar uma mão! - ela diz e gira como se procurasse algo.
- Pode usar meu banheiro, é aquele quarto ali! - aponto em direção ao meu quarto e ela pega as malas e segue cantarolando. "Outra pessoa que me irrita quando está alegre".
Fico alguns minutos sentado e tiro o terno, ficando só de camisa, abro os primeiros botões e arregaço as mangas, encosto minha cabeça no sofá e fico assim durante um bom tempo e depois de alguns minutos Vitória aparece na saída do corredor para a sala. Ela veste um vestido vermelho e que vai no comprimento dos joelhos, a pele bronzeada e os cabelos longos deixam todo o conjunto perfeito e tenho que engolir seco para não acabar elogiando.
Ela caminha com relutância para o sofá e se senta distante, o perfume é inebriante e sinto uma certa tontura.
- Está belíssima! - digo e o elogio acaba saindo um pouco grosseiro.
- Obrigada! Apesar que está parecendo mais um xingamento! - limpo a garganta.
- Aceite o elogio apenas e não dê palpites, estou sendo sincero! - digo secamente.
- Eu sei que está! - ela sorri e pela primeira vez não sinto como se quisesse matar ela realmente, mas logo volto a sentir uma coisa ruim com seu sorriso e devo estar bem sério, pois ela para de sorrir.
- Deveria ser mais amistoso! - rio amargamente.
- Sou! O necessário apenas... - digo e me aproximo dela "Agora posso provocar! Karoline está aqui!" Me sento bem próximo a ela e encosto meu nariz em seu pescoço, subo lentamente inalando o perfume e paro na altura da orelha - É apenas um almoço mon amour, não precisava se vestir tão bem! - sussuro e vejo ela engolir seco, me afasto.
- Me visto como quiser oras! - ela sibila e sei que fez isso para competir com Karoline. "Tolinha!"
Gargalho e me levanto alcançando minhas muletas e caminhando para meu quarto.
- Não se esforce tanto Vitória! - digo e entro no quarto.
Encontro Karoline secando os cabelos e pego uma calça jeans e uma camiseta manga longa branca.
Caminho para o banheiro e paro a porta, observando seus movimentos e ela logo desliga o secador.
- Já estou saindo, uso a tomada do quarto! - ela sai do banheiro e entro em seguida.
Tomo um banho demorado e me troco, faço a barba e me entupido de perfume, quando saio do banheiro, encontro Karoline vestindo uma blusa de paetês e calças jeans, ela termina de calçar os saltos e faz um rabo de cavalo.
- Creio que Vitória irá se sentir mal por ter se vestido tão bem! - digo indiferente.
- Deixe que se sinta, não iremos pedir para que ela se troque, isso seria indelicado! - Karoline diz e caminha para a porta, calço um sapato e saímos do quarto.
Vejo Vitória corar ao nos ver e sei exatamente como ela se sente. Estúpida.
- Vamos? - ela se coloca de pé e alisa o vestido.
Fecho a porta e caminhamos em direção ao corredor, porém paro e encosto na parede antes de entrar no elevador, alcanço meu celular e coloco o número de Ney chamar, Vitória e Karoline me encaram confusas.
- Ney poderia me trazer o conversível, usarei ele hoje! - digo.
- Sim senhor, ele está em minha casa então irei demorar uns quarenta minutos!
- Te aguardo e já estou descendo com as chaves do Bugatti, pode levar ele para o pátio da mansão, não irei usar! - digo.
- Sim senhor, mas tem certeza? Não quer que eu deixe ele aqui em casa?
- Não precisa, logo logo estarei em casa!
- Mas...
- Apenas faça o que pedi! - desligo e entro no elevador, as duas entram em seguida.
- Hôtel particulier? - Karoline pergunta e acabo sorrindo.
- Logo estarei em casa novamente, fiz um acordo com minha mãe! - digo.
- Ó! - Observo Vitória e vejo que ela não está se sentindo bem.
- Tente parecer alegre Vitória! - digo com autoridade e ela se vira para me encarar, mas quando vai falar o elevador se abre e saímos.
Me sento em um dos sofás da recepção e Vitória com Karoline em outro.
- Deveria sorrir mais mon amour! - Karoline diz e sorri para Vitória.
- Sorria bastante antes de conhecer ele. - ela aponta para mim e levanto uma sombrancelha, finjo de desentendido.
- Ele sabe como roubar a nossa alegria! - Karoline diz com altivez.
- Talvez alguém roubou a dele! - Vitória lança e acabo apertando o maxilar e fechando as mãos em punho.
- Talvez devesse parar de achar que sabe tudo! - digo e ela ri como se tivesse ganhado uma batalha - Por que faz isso Vitória? - ela para de rir.
- Porque sua fraqueza está no seu passado e todos as suas alegrias também! - ela diz e rio.
- Como acha que posso ter deixado algo para trás se nunca tive! - digo com frieza.
- Por que sei que não deixou! Foi arrancado de você!
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Abominável - A lei da Atração
RomanceTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...