Capítulo 49

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Sinto-me vivo novamente.

Vejo as pernas torneadas de Karoline salpicadas com traços vermelhos de sangue, tão finos que seria quase impossível notar se sua cor de pele fosse mais escura, mas com uma pele tão clara fica evidente que ela está sobre meu controle, tão indefesa, tão poderosa, tão frágil e tão devassa.

Introduzo dois dedos e faço movimentos circulares que rodeiam sua região quente e úmida, ouvir seus gemidos e ver seu rosto excitante e perturbadoramente angelical com os olhos cerrados me deixa extasiado.

Poderia listar as formas mais incríveis de possuir essa mulher, mas a que mais me deixa apaixonado é a que ela olha diretamente no meu olho e consigo sentir o medo fundido com a expectativa do próximo ato que farei.

- Dimitry...

Entro com tudo e ela abre sua boca em um imenso 'Ó' seguido de um gemido cheio de prazer, sinto meu sangue fervilhar e vou mais rápido e mais rápido e mais rápido e mais rápido.

Sempre mais.

"Mais rápido meu bebe! Seu papai ganha de você!"

A voz da vadia invade com força meus ouvidos e me retiro de dentro de Karoline, sinto uma tontura me tomar e a imagem de Karoline se embaça, vejo em minha frente a vadia em carne e osso e por instinto agarro meu chicote improvisado, viro a vadia rapidamente e dou uma, duas, três, quatro, cinco...

'Dimitry!'

"Karoline me chamou? Não! A vadia que está aqui!"

Seis... Posso ver os vergões aparecendo na pele de porcelana... Sete... "Você me transformou nisso! Nessa aberração!"

Oito... 'Pare Dimitry, sou eu!'

Sinto mãos quentes em meu rosto e me debato contra o corpo quente suado que me abraça com força... Nojenta! Nojenta! Nojenta!

Solto um rosnado e de repente minha visão clareia e vejo os cabelos dourados e as costas de Karoline enquanto me abraça.

- Sou eu! - sua voz se torna presente e só então percebo que estou em meu quarto.

Olho em volta desnorteado e empurro Karoline para trás, ela cai na cama sentada e me observa. Estou de joelhos na cama e completamente nu, mas não é isso que me incomoda, é a visão daquela mulher que nunca me abandona.

Me abaixo sobre meus joelhos e tampo meu rosto na tentativa de tentar reorganiza minha mente, depois de longos minutos encontro o olhar piedoso de Karoline que logo muda a posição e me olha como se nada tivesse acontecido.

- Foi bem pesado dessa vez! - ela sorri e consigo me sentir seguro por não ser julgado.

- Eu perdi o controle... - Ela me olha com curiosidade.

- Sério mon amour? Nem notei! - ela dá de ombros e solto um pequeno sorriso no canto dos lábios.

- Me sinto mais calmo pelo menos... - digo em voz baixa e sei que pelo menos perto dela posso ser fraco.

- Creio que tem sido dias difíceis para você... Mas algo me diz que tem algo mais grave do que uma simples garota... Tem algo mais te afetando? - Me arrasto em direção a ela e me deito, ela se apóia em meu peito e suspiro.

- Não! - digo, apesar de estar me sentido mais instável depois do armazém ou diria galpão dos homens ímpios e maldosos que se aproveitam de crianças. Completos filhos de uma mãe, para não ser mais específico com a profissão das ditas cujas.

- Pode me dizer, quando se sentir mais à vontade. - pego meu celular que está em meio aos lençóis e vejo que a tarde já se foi.

Imagino que Vitória tenha tido uma tarde bem pensativa, diferente da minha que foi mais ativa do que passiva.

Fico durante algum tempo deitado junto com Karoline e depois disso ela adormece, resolvo me levantar e tomar um banho.

Depois que saio da cama sorrateiramente e tomo um banho demorado sigo para a sala novinho em folha e espero encontrar Vitória, porém não a vejo em lugar nenhum e imagino quando será que ela dará o ar de sua graça, pois tenho quase certeza que ela aparecerá nem que seja para pedir um lanche para o jantar.

Não demora muito e ela surge pelo corredor, lanço meu melhor sorriso e chamo ela para se sentar ao meu lado.

- O que fazia? - tento parecer interessado em sua tarde.

- Melhorava meu TCC! - ela parece bem animada e disposta a arrancar informações de mim e sinceramente creio que vou dizer algumas coisas que ela queira saber e depois se isso afetar meu humor, tenho um brinquedinho pronto para mim e me esperando.

- Não fique na curiosidade, pergunte? - questiono. Ela parece surpresa e se senta ao meu lado como uma criança que acabou de ganhar um doce.

- Quem te fez mal? - sorrio com descrença.

- Quer que eu me refira a uma pessoa? - balanço a cabeça em desaprovação - muitas pessoas Vitória! - ela parece reformular sua pergunta.

- Quem tirou sua inocência? - a pergunta dela é tão bem colocada que me sinto desconfortável, engulo seco e encaro ela com coragem, aliás decidi que iria dizer algumas coisas, mas ela foi tão direto ao ponto que me sinto afugentado.

- Comece aos poucos Vitória, seja menos específica e mais bondosa em suas perguntas, aliás você está escavando um buraco bem fundo e sem volta! - ela me encara por alguns minutos e então decido encoraja-la, me aproximo do seu pescoço e puxo com força seu aroma doce e permeado de feminilidade, ela limpa a garganta.

- Por que disse que matou seu pai e sua babá? - me afasto do pescoço dela e me recosto no encosto do sofá.

- Por que é a verdade e quero que acredite, já que quer saber sobre meu passado... Digamos que meu trauma me levou a tomar essa decisão tão brusca, mas que ninguém jamais desconfiou, e é por causa da minha facilidade de falar sobre isso que geralmente as pessoas dizem que sou louco ou mentiroso, mas é a verdade nua e ... Crua! - olho para ela e vejo que ela está um pouco perplexa, mas logo recupera sua sanidade e me dirige outra pergunta.

- Ele traiu sua mãe com a babá e então você decidiu matar eles? - Sorrio.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora