Capítulo 112

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Assim que saio do hospital dirijo calmamente para um restaurante muito bom que conheço. Ao chegar peço dois pratos do melhor  que eles servem e peço para embrulhar.

No caminho passo no mercado e compro velas aromáticas. Depois sigo para a adega que fica perto do apartamento.

- Em que posso ajudar? - sorrio para o senhor que cuida da adega.

- Quero sua melhor safra! - Ele sorri e pede para que eu o acompanhe. Entramos em uma parte muito agradável da adega e ele me entrega um vinho com o nome moscato giallo.

- Espero que lhe agrade. - ele sorri.

- Embrulhe para mim, quero entregar a uma pessoa. - Ele assente e embrulha.

Sigo para casa com tudo e estaciono em frente do hotel, entrego as chaves ao frentista e subo para meu apartamento com as sacolas. Tento abrir a porta da frente, mas é  impossível. Está trancada. Ligo para Vitória, mas ela não atende.

Bato na porta.

- Vitória, cheguei! - digo. É  inútil.

Ligo novamente, mas nada acontece. Meu celular começa a tocar e vejo que já perdi cinco chamadas de minha mãe. Atendo.

- Alô? - digo.

- Onde está?

- Acabei de chegar em casa.

- Vitória está com problemas, ela parou de falar de repente e desligou o celular, não consigo entrar em contato. Algo aconteceu!

- Onde ela está? - "Não seja nada grave, não seja nada grave!"

- Em sua casa! - meu coração acelera, desligo e ligo para Joshua.

- Alô?

- Venha para meu apartamento rápido! Preciso da Polícia! Urgente! Vitória está em perigo! - digo e tento abrir a porta novamente.

- O que aconteceu?

- Rápido idiota! - desligo e tento arrombar a porta novamente. Finalmente consigo. Entro desesperado e deixo as coisas em cima da mesa de centro. Corro para o quarto de hóspedes e vejo as malas de Vitória. "Onde você está?" Caminho apressado para fora do quarto e sinto uma pontada no peito ao ver sangue no chão do corredor. Engulo seco e por um momento sinto minha cabeça girar e entro em choque.

Volto a caminhar e sigo para meu quarto, entro e vejo sangue em minha cama, gotas no chão. "O único que poderia faze-lá sangrar  sou eu!"

Bato na porta do banheiro.

- Vitória! - bato novamente.

- Socorr... - meu coração acelera e a raiva me toma. Tento arrombar a porta do banheiro e parece que tudo a minha volta parou.  Me afasto e me jogo contra a porta com força. A porta se escancara e agarro a pessoa que está perto de Vitória,  minha raiva é  tanta que a pessoa é  lançada do outro lado do banheiro. Seguro o pescoço de Vitória.  Verifico se o corte não é  fundo e me sinto aliviado por não ser tanto assim.

Vitória me olha assustada.

- Meu salvador... - Assinto e tiro ela da água rapidamente saindo do banheiro e deitando ela na cama. Volto para o banheiro e vejo Melany desmaiada do outro lado. Respiro fundo para não usar a faca e matá-la. Pego ela nos braços e alcanço em minhas gavetas duas algemas.

Algemo ela na cama e pego Vitória nos braços. Desço pelo elevador com Vitória nos braços. Minha força está menor por causa das radioterapias e minha cabeça  dói .

Tento ignorar a dor.

Tenho que levar ela a um hospital.

- Dimitry... - olho para ela e volto a olhar para frente quando a porta do elevador se abre.

- Busquem meu carro depressa! - grito na recepção e sigo para a frente do hotel.

- Dimitry... - olho para Vitória.

- Calma! Vou te levar para um hospital imediatamente.

- Me escuta... - aperto o maxilar e sinto meus olhos marejando. - Se por acaso eu não sobreviver...

- Não me diga isso, por favor... - ela sorri.

- Mas eu preciso que...

- Pare! Não diga nada. - meu coração dói. Meu carro chega e coloco ela deitada no banco de trás. Entro no carro e ligo o aquecedor.

Acelero para o hospital. O tempo voa. Chego no hospital e levo Vitória para a emergência. As vozes ao mesmo tempo me deixam desnorteados. Coloco Vitória sobre a maca e vejo ela sair carregada. Acompanho a maca e seguro sua mão. Ela recebe os primeiros socorros, e é  trocada as roupas molhadas. Depois que ela é  atendida fico mais tranquilo e me sento ao seu lado segurando sua mão com calma. Meu telefone toca.

- Alô?

- Essa garota não trabalhava na sua casa?

- Levem-na presa, encontrei ela tentando matar minha namorada! Vou matar essa garota se não levarem ela. - digo.

- Ei! Ei!

- Venham até o hospital, vou depor e Vitória também. Tem as câmeras de segurança do hotel que comprovam a entrada dela, quero ela na cadeia ou eu mesmo vou prender ela para sempre no inferno! - esbravejo.

- Ok! - desligo. Olho para Vitória que está se recuperando. Realmente espero que ela se recupere o mais depressa possível. Não sei o que farei se perder ela nesse momento. Creio que viver não teria mais sentido algum se ela não puder estar ao meu lado.

Depois de algum tempo sentado ao seu lado a porta se abre e Joshua entra com mais dois policiais.

- Como ela está? - dou de ombros.

- Creio que esteja bem. - digo. Ouço dois toques na porta e vejo o doutor parado com o olhar preocupado. Me levanto. - Pode esperar aqui por um momento. - Joshua assente. Saio junto com o doutor e me encosto na parede. - Tem alguma coisa para dizer doutor? Vitória corre perigo?

- Ela está bem e por sorte não perdeu a criança. - arregalo os olhos. Meu coração acelera e levo as mãos na cabeça.

- Grávida? - pergunto incrédulo.  O doutor assente.

- Imaginei que não soubessem... Está na terceira semana apenas... O risco de perda era alto, mas ela não perdeu. Sua mulher terá um bebê.  - o médico sorri. Tampo meu rosto com as mãos e acabo sorrindo inconscientemente. Tiro a mão do rosto e aperto a mão do médico.

- Obrigado pela notícia... -digo sorrindo e volto para o quarto sem conseguir esconder minha alegria.

Joshua me olha confuso.

- Boas notícias? - Assinto.

- Excelentes, mas no momento prefiro não dizê-las. - Ele assente. - Posso depor? - Joshua assente. Me sento em uma cadeira e conto tudo o que aconteceu, desde as ameaças até o momento que encontrei Vitória no banheiro.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora