Capítulo 122

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- Ele será tão saudável quanto o pai. - Dimitry lança. Sorrio enquanto abraço minha mãe e sei que papai deve estar assustado com a afirmação. Minha alegria não tem tamanho pelo simples fato de estar casada com o homem que eu amo, esperando um filho dele e com meus pais aqui comigo neste dia tão especial.

- Parabéns querida.

- Obrigada mamãe. - digo e seco as lágrimas insistentes. Ela se afasta e papai me olha cabisbaixo.

- Espero que seja feliz. - Assinto e abraço ele. Sua retribuição é imediata. - Perdoe seu velho pai... - Assinto.

- Sempre... Meu bebê terá os melhores avós do mundo. - digo com a voz embargada e me afasto voltando a segurar a mão de Dimitry. Papai olha para Dimitry e engole seco secando uma lágrima teimosa.

- Ela tem fé em você... Uma fé que não sou capaz de arrancar de seu peito. Não desperdice-a. - Dimitry sorri.

- Sei valorizar um investimento. - ele sorri torto - Quando encontro um. - aperto os olhos e balanço a cabeça.

- Eu também sei! - digo. Papai me olha preocupado.

- Sua mãe me disse que não estava bem, mas não imaginei que estivesse assim... - seus olhos marejam - Eu não queria que as coisas chegassem onde chegaram... Me perdoe querida. - nego com a cabeça tentando tranquiliza-lo.

- Não tem porquê se preocupar... -engulo seco e Dimitry solta minha mão, envolvendo o braço em minha cintura. O aroma do seu perfume me toma. - São águas passadas papai. - Dimitry limpa a garganta.

- Que tal sairmos desse clima ruim... - olho para seu rosto e percebo o tom divertido que está. - Aliás Vitória quase morreu por minha causa, além do que, consegui uma nova cliente completamente insana para você. - ele entrega um bilhete para papai. Penso o que que poderia ser.

Papai abre o bilhete e lê.

- Caro senhor Dimitry, a ré não está em condições psicológicas para ser mantida em cárcere na prisão solicitada. Recomendamos que seja internada o mais breve possível para iniciar um tratamento para tal desequilíbrio. - Papai termina e olha para cima.

- Eu sei que ela tentou matar sua filha, mas a culpa é minha... - ele fica sério- Sou seu fardo a alguns anos e agora que estou aparentemente melhor quero que cuide dela. - ele solta um riso amargurado - A culpa dela se encontrar assim é minha. - creio que meu olhar de piedade esteja muito claro, pois Dimitry me olha de canto de olho e em cerca de segundos seu rosto esta indecifrável e sombrio. Pisco várias vezes e abaixo a cabeça.

- Precisa aprender a controlar sua raiva ainda. - Papai alfineta e Dimitry suspira.

- Sua filha vai adorar receber um pouco da minha raiva. - Dimitry sorri descaradamente sexy e acabo ficando um pouco sem fôlego. Limpo a garganta.

- Acho que essa conversa está se tornando pessoal demais. - digo e mamãe me puxa dos braços de Dimitry.

- Vamos acompanhar vocês até o quarto e ficarei com vocês aqui no hospital até o dia da viagem, tudo bem? - sorrio e olho para Dimitry que está espremendo os olhos.

- Até o dia da viagem? - Ele questiona parecendo indignado. Franzo o cenho.

- Não tem problema não é Dimitry? - digo e ele abre a boca e fecha novamente, depois levanta uma mão gesticulando.

- Acabamos de casar e geralmente recém casados tem lua de Mel! - Ele parece chateado e isso me causa uma vontade louca de rir.

- Podemos esperar... - faço uma cara de coitada - Por favor! - junto minhas mãos e ele revira os olhos fazendo cara de poucos amigos.

- Será um prazer te ter conosco sogrinha. - Sua voz sai engessada como a de um robô, mas mesmo assim não contenha a alegria de passar esses últimos dias com mamãe por perto e papai vindo ao hospital sempre que possível.

Caminhamos para o quarto e Dimitry segue atrás com papai. Parecem discutir algo e apresso os ouvidos para ouvir o que dizem.

- Ela é tão bonita quanto a mãe... - Papai diz orgulhoso.

- Ela é mais bonita que a mãe. - Dimitry complementa e acabo sorrindo disfarçadamente enquanto caminho com mamãe ao meu lado.

- Está dizendo que minha esposa é feia? - Dimitry ri.

- Jamais! Se não fosse a mãe dela, ela com certeza sairia o cão chupando manga, porque o senhor não é nada agradável... Em nenhum quesito. - Espero a boca em uma linha fina para não cair na gargalhada.

- Me respeite! Se eu souber que machucou ela de alguma forma eu arranco minha filha dos seus braços. - Papai parece bravo , mas sua voz continua calma.

- Machucarei tanto... - a voz de Dimitry acaba despertando um frio na barriga. - Irei tratar ela como ela quiser, fique tranquilo. Jamais machucaria ela... - ele gargalha novamente - Não de propósito . - engulo seco e sinto minha libido gritando. "Deveria ser pecado dizer essas coisas para nossos pais!"

- Não sei o que ela viu em você! - a voz dele é pesada e sinto um aperto no coração, papai não conhece o outro lado de Dimitry e Dimitry não se esforça para papai conhecer. Suspiro.

- Te garanto que ela tem um ótimo faro... - ele acrescenta.

- Minha filha não é nenhuma cadela... - Começo  a me irritar, mas finalmente entro no quarto e posso interromper o assunto.

- Não disse que ela era uma cadela. Acostume-se com o fato dela estar comigo. - Dimitry parece chateado. Limpo a garganta.

- Sobre o que falavam?! - mamãe pergunta cruzando os braços "Como ela conseguiu ignorar todas essas implicância?! "

- Nada sogrinha! Meu velho aqui... - Dimitry joga o braço em cima dos ombros de papai- Ele está um pouco irritado por ter um genro tão tentador. - Dimitry sorri torto e pisca para mamãe e acabo rindo sem medo, pois dessa vez ele passou dos limites. Papai se afasta dele irritado e parece soltar vespas.

- Dimitry! - repreendo. Ele ergue as mãos e dá de ombros. - Vocês podiam se esforçar para se dar bem... Ele pode fazer um papel de pai que você não teve... - Dimitry parece repudiar o que eu disse e seus olhos se tornam cinzentos. Engulo seco - Desculpe... - digo. Sei que para ele é algo difícil e que isso o machuca e assusta de forma incompreensível.

- Tudo bem... - ele me oferece um sorriso reconfortante. Imagino que não ganharia esse sorriso um mês atrás.

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora