"Não se atreva! Não se atreva a contar a ela!
Respiro fundo, Vitória me abraça.
- Lembra que eu disse que matei meu pai e minha babá? - meus olhos enchem de lágrimas.
- Lembro.
- Eu matei... Não menti, mas o medo de me tornar como ela me mata todos os dias e é como se eu me descontrolasse e quisesse machucar as pessoas que amo. Sempre quando consigo me aproximar de algo. - ela aperta o abraço.
- Eu não me importo! Só quero que você seja feliz... - ela não pode ver meu rosto então deixo uma lágrima rolar.
- Eu sei que parece loucura, mas eu realmente me sinto diferente com você. Me sinto seguro. - ela faz sinal para se afastar e aperto ela no abraço, não quero que ela veja meu rosto, pois é a primeira vez que conto para alguém que me importo de verdade.
- Dimitry me solta por um momento! - Vitória parece irritada. - É muito bom saber de tudo isso, mas você está me apertando. - solto ela e levo as mãos no rosto. - Você está...
- Não! - digo rapidamente.
- Está sim! - "Merda!" - Ei! - ela toca meus cabelos e me deita em seu colo, tiro a mão do rosto e ela sorri. - Seus olhos estão com lágrimas, nunca imaginei que um dia pudesse te ver assim... - confesso que estou um pouco desconcertado, isso é realmente vergonhoso. - Fico feliz que esteja se abrindo comigo, é realmente muito importante para mim. - ela sorri docemente e acabo me sentindo muito confortável por estar me abrindo.
- Tudo começou quando eu tinha apenas dois aninhos. Me lembro que no começo era apenas com meu pai... - meu coração acelera e ouço um zumbido profundo na cabeça, paro de contar imediatamente e me levanto. Algo dentro de mim, algo ruim, começa a querer despertar e acabo me sentando longe dela.
- Não se force... - ela parece mais gentil que o normal, creio que não entendeu bem ainda o que eu vou revelar.
- Não me deixe depois... - engulo seco.
- Não irei... - ela se levanta e sorri.- Vou ficar lá embaixo, creio que hoje devo brincar bastante com as crianças já que você está se recuperando de uma gripe e ontem eu não estive com eles. - sorrio.
- Concordo. - ela me olha com descrença.
- Por que está concordando? - gargalho.
- Por nada. - sorrio e desço as escadas com ela, me pergunto se vou suportar ver aquele cara perto dela o tempo todo, já que não posso comentar com ninguém ainda.
Me sento na sala e passo o restante da tarde conversando com o pessoal e assistindo TV.
***
- Jantar está pronto! - seguimos para a sala de jantar - Boa noite para vocês! - Dona Clarice se despede.
Me sento e Vitória se senta do lado de Joshua e longe de mim, respiro fundo para não acabar fazendo cara de poucos amigos. Rafa se senta ao meu lado e do outro se senta Arthur.
- Finalmente janta! - olho para Raone que disse a frase tão animado.
- Finalmente! - ele sorri e nos servimos, comemos. Acabo não jantando muito bem, me sinto bem cansado e indisposto, mas não deixo transparecer minha situação.
Depois do jantar acabo subindo para descansar, mas passo no prédio de jogos antes, caminho despreocupado, mas me sinto realmente desconfortável por não ver as luzes acesas, apenas quando olho para cima entendo que, na verdade, Vitória e as crianças devem estar na sala de cinema.
Subo até o segundo piso e olho pela porta o que eles estão assistindo. Bela e a fera. Que irônico. Olho os rostinho encantados com a história e me surpreendo quando vejo Joshua sentado perto de Vitória. Parecem bem próximos. Isso me irrita. Isso me irrita muito.
Fecho a porta e resolvo subir para o quarto, preciso descansar e não posso me deixar ser afetado assim, aliás ela aceitou. "Merda! Por que tenho que esconder!?" Me recordo que sou descontroladamente insano e noto que ela tem razão.
Ao chegar ao quarto me jogo na cama exausto. "Como posso estar tão cansado sem fazer nada?" É tão confuso.
Cubro o rosto com as mãos e lembro da cena de Vitória e Joshua tão próximos e assistindo a merda de um filme de princesas. Rosno. "Por que sinto tanta raiva? Não deveria ser assim! Ela não estava fazendo nada demais!" Me sento na cama e analiso a sutura, aparentemente melhor.
Tusso. "Nem me lembrava da gripe!" Respiro fundo e caminho para o interruptor, apago a luz e volto para a cama, me enfio por debaixo do cobertor e caiu no sono.
"Acordo em um jardim, olho para minhas mãos. Onde estou? Sou adulto já? Observo em volta e me dou conta que realmente nunca vim neste lugar. Caminho pelo jardim e encontro Vitória sentada em meio a um jardim muito bonito.
- O que faz aqui? Onde estamos? - ela se vira e me assusto, seu rosto não é seu rosto. É o rosto de Melany.
- Olá... - ela se levanta.
- Por quê? - estou confuso.
- Estranho não é? Aparecer em seus sonhos... - ela fala como se realmente estivesse morta. É isso! Ela está!
- Achei que estivesse viva... Eu estou louco não é? - sorrio e ela abaixa a cabeça. Me afasto. Quando ela levanta a cabeça já é a vadia. - Como? Você? Me deixa em paz! - ela ri alto.
- Meu bem, você acha mesmo que terá como ficar com ela? Não sabe o que te espera. - ela me encara e se aproxima. Me afasto.
- Não vou machucar ela! - afirmo com convicção. Ela dobra de tamanho e caio sentado no chão.
- Ela vai morrer!
Dou um grito e sobressalto na cama. Olho para Vitória e ela leva a mão ao peito.
- Você está bem? - Sua voz está sonolenta, a luz do ar ilumina o quarto e ver ela me tranquiliza. Abraço ela. - Outro pesadelo? - Assinto. "Por que sou tão fraco perto dela?"
Solto ela e me afasto. Ela se senta na cama assim como eu.
- O que sonhou? - nego com a cabeça, não quero dizer a ela que meu pior lado está ameaçando surgir novamente. Prometi a mim mesmo que seria diferente. Que dessa vez eu iria conseguir.
Ela toca meu rosto com carinho e deposita um beijo em minha testa.
- Pode contar quando se sentir bem...
- Não quero que aconteça o que estava no sonho, por isso prefiro que não saiba o que era... - ela se deita novamente, me deito em seguida olhando para o teto - Como foi o filme?
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Abominável - A lei da Atração
RomanceTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...