Capítulo 33

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Acordo com um solavanco e tateio a cama por um momento me esqueci que estava na casa de Marcos, mas logo recobro o bom senso e me dou conta que não estou em casa e nem na casa de Dimitry.

Levanto apressada e confiro o celular, após as inúmeras ligações de Dimitry, gravei o número, e não vou mais atender caso ele ligue, apesar que receber uma ligação dele me deixou bem surpresa, mas sei que ele só ligou por que papai deve ter insistido muito.

O quarto está claro, mas sei que ainda é bem cedo para levantar, pois meu celular marca seis e meia da manhã, realmente não dormi bem, pois geralmente não acordo a essa hora.

Após alguns minutos deitada ouço passos e logo a porta se abre, Dudu entra correndo e sua mãe entra atrás como uma desvairada tentando agarrar o pequeno.

Acabo rindo da cena e ela parece envergonhada.

- Bom dia! - digo e me coloco de pé.

- Bom dia Vitória, me desculpe pelo incomodo, mas ele está impossível. - ela puxa ele para o colo enquanto ele se debate aos gritos.

- Sem problemas, não estava mais dormindo, na verdade acho que irei para casa já! Hoje será um dia cheio e tenho alguns assuntos para resolver, bem... Agradeço pela estadia e por me tratarem tão bem! - lanço um sorriso sincero e alegre.

- Imagina! Foi um prazer conhecer a famosa Totó - ela ri e acabo sorrindo também.

- O prazer é todo meu, realmente foi muito bom saber que Marcos se consertou e achou uma pessoa tão maravilhosa quanto você! - estou sendo sincera, apesar da surpresa em saber que ele havia se casado.

Ela sorri e acalma a criança, começo a me sentir incomodada pelo silêncio e realmente acho que é hora de ir, resolvo perguntar.

- Marcos já acordou? - Ela assente e aponta para fora com a cabeça, sigo ela em silêncio e logo chegamos na cozinha, Marcos me olha e sorri apontando para uma cadeira em sua frente.

- Bom dia Totó! - ele exclama e reviro os olhos, a mulher dele se senta ao lado dele e ela ajeita a criança em seu colo.

- Bom dia Marcos! - digo sorrindo.

- Terá que tomar café depressa, pois tenho que ir para o serviço e no caminho te deixo em casa. - Ele diz levando um pedaço de pão na boca.

- Muito obrigada, mas não estou com fome, agradeço! - Marcos me olha de soslaio e continua mastigando, observo a mulher dele dar papinha para a criança e depois de um tempo Marcos implica.

- Por isso que está raquítica deste jeito, não come! - ele morde outro pedaço do pão e se levanta - Bem... Neste caso, vamos logo!

Ele se despede da mulher e e coloco de pé, caminho até ela e dou um abraço apertado me despedindo, dou um beijo na bochecha da criança, por fim, Marcos se despede da criança, a cena é encantadora.

Ele joga a criança no ar, fazendo ela gargalhar e junta ela nos braços envolvendo por inteiro praticamente, depois de longos minutos coloca ela de volta no colo da mãe e deposita mais um beijo na testa dela.

Caminhamos para fora da casa e em seguida para o carro de Marcos, saímos pelas ruas e observo atentamente as pessoas começando a abrir seus comércios e as ruas se enchendo de vida, sinto-me pequenininha e indefesa e mais ainda inútil.

Ainda estou formando minha vida, tudo por causa do meu comodismo ainda me encontro na faculdade, deveria ter iniciado assim que completei o segundo grau, mas preferi curtir a vida e me esqueci que, às vezes, devemos ser menos fanfarrões e mais responsáveis.

Suspiro.

Afasto dos meus pensamentos coisas que vão me deixar mais para baixo e tento ver o lado bom da coisa, se é que existe um.

Depois que chegamos em frente de casa, sinto um aperto no coração e sei que estou tomando uma decisão que deveria ter sido tomada a muito tempo.

Durante todo o percurso nem eu e nem Marcos falamos sobre nada, mas agora que estacionou e saí um pouco do meu mundinho particular de pensamentos, decido dizer algumas coisas que ele merece ouvir.

- Parabéns Marcos, você tem uma família linda e que te ama muito... - digo sorrindo e olhando para ele, ele retribui o sorriso.

- Ainda vai encontrar uma pessoa que te faça tão bem quanto a minha faz bem para mim! - ele diz com um sorriso fraterno, sinto um nó se formar em minha garganta e me sinto uma estúpida.

- Espero que esteja certo Marcos! - ele me cutuca.

- Estou certo Totó! - sorrio e abro a porta do carro.

- Obrigada por me receber na sua casa e por ser meu amigo já que não tenho muitos! - digo e ele me puxa para um abraço.

- Saiba que sempre serei seu amigo e que sempre poderá contar comigo, já te disse... Só não tem amigos porque nunca fez questão de mantê-los! - "Como assim? Ninguém nunca quis ficar perto de mim por tempo demais!" Nos afastamos e saio do carro.

- Até mais! - digo e fecho a porta.

Ele acelera e buzina e dentro de instantes some das minhas vistas, suspiro e me viro em direção a minha casa, após alguns minutos começo a caminhar para casa, estou com a mochila que não serviu para nada.

Adentro o portão e caminho mansamente para a porta, abro ela e entro para dentro de casa "Preciso de um banho e vestir minhas roupas!" ainda estou vestida como uma garotinha e não quero mais parecer dessa forma, preciso demostrar maturidade que é o que passo sempre que sou vista pela primeira vez.

Subo para meu quarto sem nem mesmo conferir se mamãe ou papai estão acordados.

Chegando ao quarto pego a mala que está em cima do guarda-roupa e começo a recolher minhas roupas, decidi que irei arrumar um lugar para morar e arrumarei um emprego, talvez isso mude um pouco a percepção que todos tem de mim.

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Obg meus lindos por estarem junto comigo na jornada e "estórias" que publico....

I Love vcs :3

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora