Abominável - A lei da Atração

Capítulo 55

Depois que Dimitry saiu do hospital  sendo carregado pelos policiais acabei caindo em um choro descontrolado. Sei que não  devia, mas ver ele sendo tirado daqui no estado que estava me fez parar para pensar em muitas coisas.

Um cara que além de ter problemas psicológicos,  o que dúvido muito depois de conviver com ele, passei a acreditar que ele não é  o monstro que dizem e que tenha salvação.

A mãe  dele me disse que ele já pode retornar para França  e isso me deixa um pouco abatida.

Faço um detalhado mapa de tudo e percebo que nós  nunca se aproximamos realmente e todas as vezes acabava que não funcionava do jeito que acreditei que poderia ser.

Meu medo é  tão  grande que posso quase palpá-lo.

Escrevi no meu TCC o que acredito que ele tenha, apenas um desvio de conduta baseado com traumas de infância,  mas não  especifiquei o que poderia ser. Sei que está  vago, mas não sei se terei a oportunidade  de conhecê-lo a fundo.

Estou em meu apartamento agora, decidi vir para cá  e deixar a casa com Karoline que estava bem abatida e precisava de espaço.

Suspiro.

"Ele vai melhorar! "

O médico disse que o tumor é operável certo?!

Me levanto do sofá  e sigo para o fogão,  creio que  se fizer um brigadeiro vou me sentir melhor. Aqueço a panela no fogo e coloco o necessário para fazer um brigadeiro.

Depois de pronto me esbaldo.

Vou deitar logo, o dia já se estendeu por tempo demais, amanhã  farei uma visita para Dimitry.

Adormeço.

***

Acordo um pouco tarde e levo o necessário para a faculdade, creio que será  bem complicado explicar para eles que usei como base uma pessoa de verdade.

Depois que saio da faculdade pego um táxi direto para o presídio, chego e vou direto para a sala do delegado, bato na porta e quem acaba me atendendo é  um policial muito bonito.

- Em que posso ajudar? - sorrio.

- Olá, gostaria de fazer uma visita a um preso... - ele franze o cenho.

- Não é dia de visita! - sua expressão é  séria.

- Mas ele precisa de cuidados especiais, saiu de um hospital ontem e seu julgamento já é  amanhã... Por favor! - coloco as mãos  em súplica. Ele me olha com um sorriso começando a se formar no canto dos lábios.

- Sei qual está se referindo... Me acompanhe! - Sigo ele até  uma sala com uma mesa e duas cadeiras em polos opostos, olho pela janelinha que tem na porta e vejo Karoline sentada um uma ponta e Dimitry em outra - ela chegou a uma meia hora e até  agora não  saiu... - ele ri - Você é irmã  dele?

"Eu pareço irmã dele?!" Cruzo os braços.

- Não! Tem um tempo de visita? - ele ri.

- No caso dele não,  quer esperar ou volta em outro momento?

- Vou aguardar! Obrigada...

- Qualquer coisa estou ... - Meu celular toca e peço  licença  para atender, ele assente e sai.

- Alô?

- Olá  Vitória! Como Dimitry  está?  - É  a mãe dele.

- Olá, estou no presídio agora, como anda os procedimentos? Já  conseguiu um advogado? - ela responde animada.

- Já sim meu amor! Diga a Dimitry que estarei aí pela tarde com o advogado para tentar tirar ele da cadeia... e Vitória... - ela dá  uma pausa e continua - pergunte se ele se sente melhor do desmaio, não  sei se ele estava bem para sair do hospital ainda... Estou preocupada - sinto uma pontada no coração sabendo que tenho informações tão delicadas guardadas comigo.

- Não se preocupe! Dimitry é  muito mais forte do que aparenta ser, ou seja, quase indestrutível senhora... -ouço um suspiro do outro lado do telefone.

- Imagino que sim... Bem... Até mais e obrigada querida!

- Por nada! - desligo e ergo a cabeça para olhar novamente pela janelinha "Queria ser uma mosquinha e entrar lá dentro para saber do que tanto falam!" Observo cada movimento deles e vejo um sorriso um tanto quanto convidativo da parte de Dimitry e gostaria de poder arrancar os dentes dele neste momento. "Claro! Não que tenhamos algo!"

Por que não temos!

Karoline se levanta e caminha em direção a ele, ela o abraça e em seguida se senta em seu colo de frente para ele. "Oi? Que parte eu perdi?" Tento entender o porquê desses movimentos e confesso estar me decepcionando.

Ela segura a nuca dele "Não!" Me sinto traída, pois ela parecia ser minha amiga e não parecia querer ficar com ele, a próxima cena corta meu coração  e desejo não ter aparecido nunca aqui. Ele segura o rabo de cavalo dela e contorna com a mão para em seguida puxar para um beijo.

Me afasto da janela e olho para trás perplexa, me desequilibro um pouco e estou me sentindo mal, me apoio na parede e tampo a boca com as mãos,  não sobra nada de mim a mão não ser a vontade louca de matar os dois, sei que não tenho o direito de ficar magoada, mas não resta dúvidas no meu coração quanto aos sentimentos que tenho por Dimitry.

Fecho meus olhos e choro sentida como se tivesse perdido alguém,  sinto uma mão tocando meu ombro, empurro  abruptamente e abro os olhos desesperada torcendo para não ser Dimitry  ou Karoline, sinto um pouco aliviada ao ver o policial que me mostrou o caminho.

Ele me encara um pouco, suspira e sai me puxando pela mão, olho em direção a porta, mas não sei se quero entrar lá mais.

- Vou pegar um copo de água, fique aqui por enquanto. - ele me aponta um sofá, me sento amuada, em seguida ele retorna com um copo plástico  com água  e me entrega, viro ele rapidinho e  devolvo as pressas.

- Obrigada... - É  uma forma ruim de estar em um presídio, mas fazer o quê... Ele se senta do meu lado e segura minha mão.

- Sei que não é  reconfortante, mas às vezes as pessoas não merecem nossas lágrimas... - Assinto.

- Você está certo, estou sendo imatura... Já devia ter aprendido que nem sempre temos tudo e todos. - ele sorri.

- Você é  muito bonita sabia! Com todo o respeito, Claro! - sorrio.

- Obrigada! - Ele assente.

- Ele é seu marido? - nego.

- Claro que  não!  Ele prefere morrer do que casar comigo... - ele ri.

- Não deve ser tão ruim assim! - aperto a mão dele.

- Sério? Do que está  falando? Casar? Ou de mim? - ele ri um pouco mais alto, porém se contém  em seguida.

- Dos dois... - ele solta minha mão, Karoline abre a porta em seguida e sai sem me perceber que, eu estou sentada ali desolada, olho para o policial.

- Parece que chorei? - ele nega.

- Parece que levou socos nos olhos ... - Rio.

Graças aos pedidos por mais capítulos decidi postar um capítulo por dia durante os próximos 15 dias S2

Obg seus lindos
Amo vcs
De coração 😍