O resto da tarde é monótono e sem graça, pois ainda não chegaram minhas muletas e tenho que andar com o auxílio de uma cadeira de rodas, mas minhas mãos não permitem que eu saia do lugar.
Depois de toda a tarde lendo e refletindo um pouco, acabei tendo uma ótima idéia e isso me deixou um pouco mais animado.
Decidi que vou transformar esses momentos com a garota em mais que um simples relacionamento amigável, apesar que não se pode assim chamar nossa convivência.
Analisando todos os pontos, decidi que não era proveitoso ficar com uma garota linda, porém petulante demais dentro do meu apartamento sem aproveitar um pouco do que ela tem a me oferecer como mulher.
Decidi que deixarei para chegar no vamos ver, assim que não necessitar de suas ajudas mais. Pé melhor e mãos melhores.
O problema é que agora terei que me controlar mais e isso está sendo um pouco perturbador, pois não terei uma válvula de escape para minhas paranóias ou ataques momentâneos.
Isso quer dizer que, a vontade de torturar virá com mais intensidade e a única pessoa que terei ao meu alcance será a filhinha do papai.
A menos que eu ligue para alguns contatos meus e peça uma pessoa para satisfazer meus desejos mais amenos no momento e isso traria de volta meu passado.
Karoline.
A única mulher que já esteve comigo mais de uma vez, a única pessoa com quem eu me alívio sem passar dos limites.
A única que sabe de todos os meus defeitos e crimes e não me culpa, a única que está disposta a qualquer coisa é em qualquer momento para ter um minuto a mais comigo não importa aonde.
O problema é que Karoline não vive no Brasil e sim na nossa terra natal, então terei que trazer ela de volta de Paris.
"Plano feito, agora é hora de colocar em prática e usar meu brinquedinho novo!"
Decido ligar para Lys e pedir para que ela compre passagens de Paris para cá.
- Empresa Richards! Quem gostaria? - solto um sorriso faceiro ao ouvir meu sobrenome tão bem pronunciado.
- Sou eu mesmo Lys, senhor Richards! - quase consigo escutar um "O" - Preciso que me faça um grande favor!
- Claro senhor, do que precisa?
- Quero que pesquise passagens de Paris para cá!
- Algum negociante? - reviro os olhos.
- Apenas pesquise OK! - digo arrogantemente.
- Sim senhor, perdão!
- Me ligue com uma resposta daqui cinco minutos, é importante! - digo.
- Já vou pesquisar! - ela faz uma pausa - Senhor? Bem... Como está hoje atarde?
- Melhorando Lys, sabe quando chega às minhas muletas?
- Mais tardar amanhã a tarde!
- Ótimo, mande elas assim que chegar - decido mostrar um pouco de educação - Bom fim de tarde Lys - as palavras soam estranhas e definitivamente não levo jeito sendo educado.
- Igualmente senhor, já lhe retorno! - desligo o celular e procuro em minha agenda o número de Karoline, na verdade tenho ele na cabeça, mas a sensação de ter o número salvo é mais emocionante, já que a proposta será um pouco impactante, coloco chamar e depois do quarto toque ela atende.
- Bonjour!? - ouvir a voz de Karoline me deixa extasiado.
- Bonjour mon amour! - digo em minha língua de nascença.
- Qui est-ce?
- Dimitry Richards, se souvenir de moi? - pergunto se ela se lembra de mim e decido falar o português mesmo, já que ela fez aulas de língua portuguesa para conseguir se comunicar comigo.
- Je ne crois pas! Mort de manquer ma chère! - "Senti falta de falar com ela também".
- Comment êtes-vous? Je voudrais me voir? - pergunto se ela gostaria de vir me ver.
- Bien sûr, mon amour! - ela responde animada.
- Tenho uma proposta para você Karoline! - digo formalmente.
- Qualquer coisa gentleman! - o português dela é bom, mas meio enrolado ainda.
- Quero que fique aqui durante alguns meses! Se importa?
- Bien sûr que non! Gostaria de lhe ver novamente! - "Ótimo!"
- Ótimo! Preciso de ti aqui, pois estou com alguns problemas de convivência e eles só vão piorar mon amour, já que quero usufruir do meu novo brinquedinho! Mas preciso de você para me manter nas rédeas por enquanto! - digo.
- Je comprends! Aceito sua proposta! - ela diz.
- Te espero aqui então! Ligo avisando sobre a passagem! - digo.
- Attendez! Je ne peux pas attendre pour le voir! Encore plus!
- Encore plus! - digo e desligo.
Não demora muito e Lys me retorna.
- Dites! - digo empolgado ainda pela conversa com Karoline.
- As passagens são para quando senhor?
- Semana que vem!
- Segunda?
- Sim!
- Classe econômica... - interrompo.
- Primeira classe Lys, é uma pessoa importante! - digo.
- Ó! Bem... Está vinte e um mil e quinhentos, primeira classe! - ela diz.
- Ótimo! Confirme! Um adulto! - digo sorrindo, já posso sentir a presença de Karoline.
- Sim senhor!
- Até mais! - digo e desligo.
Suspiro. Praticamente estou entrando em combustão, a simples imagem que tenho em minha cabeça faz meu coração palpitar e de certa forma acalma meus ânimos.
"Já que serei a cobaia dela, então ela será a minha!"
Decido mudar minha postura perto da garota e tratar ela como um gentleman, acredito que assim as chances dela se interessar por mim e se render aos meus caprichos sejam maiores.
Decido chamar a garota.
- Vitória! - grito e me sento na cadeira de rodas.
Minutos depois ela surge e me dou conta que ela estava dormindo, pois seus olhos estão inchados.
- Boa tarde bela adormecida! - digo lançando meu sorriso mais perverso.
- Boa tarde! - ela responde com arrogância e sou obrigado a rir.
- Concluo que não gosta de ser acordada não é mesmo? - digo jogando charme.
- Não! - ela responde levantando uma sombrancelha - Você está bem? - ela pergunta.
- Ótimo! Gostaria de sair para jantar fora e imaginei que quisesse me acompanhar! - dou de ombros.
- Está falando sério? - ela está praticamente com o olhar perplexo.
- Estou! - digo com frieza "OK! Vai ser difícil tratar ela bem!"
- Não estou afim! - ela diz no mesmo tom. Reviro os olhos.
- Não vou tentar te matar de novo! É só um jantar garota, o que eu poderia fazer? Estou com o pé quebrado e as mãos enfaixadas. - digo estendendo minhas mãos para frente. Ela me analisa e depois de um tempo responde.
- OK! Mais se tentar me matar ou me tratar feito um cavalo, eu te derrubo dessa cadeira de rodas e te deixo para morrer no meio da rua!
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Abominável - A lei da Atração
RomanceTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...