- Qual seu nome inteiro? - ela pisca várias vezes.
- Analice Melany da Silva Costa ... - ela sorri. Franzo o cenho, de certa forma não consigo acreditar, mas Assinto. Tusso algumas vezes e creio que a mudança de tempo atrasará minha melhora.
- Vou chamar as crianças. - ela assente e me levanto entrando pela cozinha. Dona Clarice cantarola. Tusso novamente "Que estressante!"
- Está tomando algo para esse resfriado? - nego e continuo caminhando, sei que ignorei completamente dona Clarice e realmente não ligo, estou um pouco desnorteado com algumas coisas. "Não faz sentido." Chego na frente de casa e encontro as crianças pulando na grama em meio a chuva.
- Ei! - grito em vão. Decido ir até eles, corro na direção de Gabriela e agarro ela pela cintura rodando no ar ao soltar ela no chão Arthur vem em minha direção, corro dele por alguns minutos e acabo encurralado, eles se jogam em cima de mim. - Me rendo! - grito rindo. Eles se afastam e me levanto encharcado e sujo de barro. - Quero que tomem um banho, depois irão ao shopping comprar roupas com senhor Adolfo. - eles sorriem e se entreolham. Caminham para dentro de casa e os acompanho. Uma das garotas que limpa vem apressada e estende um pano na porta para que limpemos os pés antes de entrar.
Tusso.
Entro e sigo para cima, chegando no quarto sigo para o banheiro, mas a porta esta fechada. "Vitória deve estar usando." Aguardo escorado na parede e logo em seguida ela abre a porta saindo enrolada na toalha. Entro no banheiro sem que ela perceba e tomo um banho rápido. Espirro. "Merda!" Quando saio do banheiro Vitória não está mais. "Melhor assim, não quero falar com ela por Agora!" Alguém bate a porta, me visto rapidamente.
- Entre. - a porta se abre e a enfermeira me encara.
- Vamos fazer a radioterapia. Amanhã pela manhã faremos outra para encerrar a semana. Depois somente semana que vem. - Assinto. Sigo ela escadas a baixo e quando chegamos na varanda ela estende uma toalha sobre a cabeça e me entrega outra. Passamos correndo a extensão da piscina para não nos molharmos demais.
O doutor ja está aqui, me deito sobre a máquina para a seção. Depois que terminamos a seção me levanto levando a mãos a cabeça.
- Se sente cansado? - o doutor pergunta.
- Bastante. - pisco algumas vezes. - Mas posso suportar o cansaço. - ele assente. Voltamos do mesmo modo e entro pela cozinha tossindo.
- Dimitry fiz um chá para você. - olho para dona Clarice que já esta servindo um copo do mesmo. Me sinto cansado e com frio. Muito frio.
Me sento no banco e pego a xícara do balcão. Tomo lentamente e ela encosta as mãos sobre minha testa.
- Meu Deus! Está muito quente. - minha visão está meio embaçada, termino de tomar o chá e me levanto.
- Estou bem. - caminho para o corredor e me encosto na parede ao sentir uma tontura.
- Vou lhe acompanhar até o quarto, se Adolfo não tivesse saído pediria para te levar ao hospital. - ela se aproxima e me escoro nela. Não coloco meu peso de verdade para que ela não acabe caindo também. Subimos as escadas.
- Onde estão todos? - pergunto.
- Natasha, Joshua e Vitória estavam no quarto, Marília, a menina da limpeza que me disse, as crianças foram ao shopping. - ouço alguns trovões. Entramos no quarto e me deito na cama. Sinto como se estivesse nas nuvens. - Vou buscar um pano para colocar em sua testa. - ouço a porta se fechar. Fecho os olhos. Tusso mais uma vez e me cubro completamente.
"Está dodói bebê? "
"Não! Por favor agora não. "
"Cadê sua protetora Dimitry? Ela não pode te proteger sempre não é? " respiro fundo.
"É só efeito da febre."
"Não me ignore!" Destampo a cabeça e olho a extensão do quarto, meus olhos param na porta. "Ela está aqui!"
- Me deixe em paz. - digo e tusso novamente. Me sento na cama e alcanço um vaso que está na escrivaninha. Jogo onde ela está e a sua imagem desaparece. Volto a me deitar. - Vitória... - chamo na esperança dela aparecer assim como a bruxa aparece para mim. Ouço toques insistentes, mas não sei de onde vem. Olho para a escrivaninha e vejo meu celular. Alcanço ele e atendo.
- Olá Dimitry.
- Quem fala?
- Sua mãe... Liguei para saber como está. - "Ela não esta em casa? Mamãe deveria estar aqui cuidando de mim? Por que ela não está?"
- Estou febril, alguém me disse que estou febril... - tusso.
- Chame Vitória para mim... Deixe-me falar com ela querido.
- Não sei onde ela está... estou... - a porta se abre e entra uma senhora, por um momento minha visão se embaça e vejo Vitória caminhando em minha direção, mas depois de se converte na senhora novamente.
- Dimitry? Está aí? Fale comigo? Ligarei para Vitória está bem? Só me diga onde... - deixo o telefone na escrivaninha.
- Quem é a senhora? Minha vó? Onde está minha namorada? - ela sorri.
- Está delirando... Vou chamar ela está bem... Fique aqui quieto. - Assinto. Tusso novamente. A senhora sai do quarto e me sento na cama. "Essa casa não é minha! Definitivamente não!" Tento me levantar e alguém abre a porta. "Melany?" Meu coração acelera.
- Oi Dimitry... - ela se aproxima da cama e se senta ao meu lado, leva a mão até meus cabelos.
- Você está linda... Está diferente, mas linda. - ela sorri.
- Sei que não se lembrará de mim quando recobrar os sentidos... - nego.
- Como posso esquecer um rosto tão lindo. - digo e toco seu rosto. Ela se aproxima de mim e antes que eu perceba estou sendo beijado. Devolvo o beijo com tanta intensidade quanto ela e puxo ela para perto, porém ela para abruptamente e se afasta.
- Você está com aquela garota? - pisco várias vezes.
- Garota...
- Vitória? - seu olhar é vazio.
- Não sei quem é... espere... - "Vitória! " - Não sei... - ela se põe de pé.
- Farei mal a ela se ela não sair de sua vida. Não sobrevivi para te ver feliz... - franzo o cenho. "Melany? Sobreviver? Ela morreu? Quando?" Minha cabeça dói e fecho os olhos apoiando a cabeça com as duas mãos.
Quando a dor passa e abro os olhos ela não esta mais no quarto. "Melany..."
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Abominável - A lei da Atração
RomanceTantas pessoas no mundo e sempre caímos na labia do lobo mal... "Existe uma pequena linha tênue entre o ódio e o amor!" "Existem pessoas que diriam que sou louco, mas prefiro acreditar na teoria de que sou apenas um excêntrico rico em busca de uma n...