Capítulo 89

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- Qual seu nome inteiro?  - ela pisca várias vezes.

- Analice Melany da Silva Costa ... - ela sorri. Franzo o cenho, de certa forma não consigo acreditar, mas Assinto. Tusso algumas vezes e creio que a mudança de tempo atrasará minha melhora.

- Vou chamar as crianças. - ela assente e me levanto entrando pela cozinha. Dona Clarice cantarola. Tusso novamente "Que estressante!"

- Está tomando algo para esse resfriado? - nego e continuo caminhando, sei que ignorei completamente dona Clarice  e realmente não ligo, estou um pouco desnorteado com algumas coisas. "Não faz sentido." Chego na frente de casa e encontro as crianças pulando na grama em meio a chuva.

- Ei! - grito em vão. Decido ir até eles, corro na direção de Gabriela e agarro ela pela cintura rodando no ar ao soltar ela no chão Arthur vem em minha direção, corro dele por alguns minutos e acabo encurralado, eles se jogam em cima de mim. - Me rendo! - grito rindo. Eles se afastam e me levanto encharcado e sujo de barro. - Quero que tomem um banho, depois irão ao shopping  comprar roupas com senhor Adolfo.  - eles sorriem e se entreolham.  Caminham para dentro de casa e os acompanho. Uma das garotas que limpa vem  apressada e estende um pano na porta para que limpemos os pés antes de entrar.

Tusso.

Entro e sigo para cima, chegando no quarto sigo para o banheiro, mas a porta esta fechada. "Vitória deve estar usando." Aguardo escorado na parede e logo em seguida ela abre a porta saindo enrolada na toalha. Entro no banheiro sem que ela perceba e tomo um banho rápido. Espirro. "Merda!" Quando saio do banheiro Vitória não está mais. "Melhor assim, não quero falar com ela por Agora!" Alguém bate a porta, me visto rapidamente.

- Entre. - a porta se abre e a enfermeira me encara.

- Vamos fazer a radioterapia. Amanhã pela manhã faremos outra para encerrar a semana. Depois somente semana que vem. - Assinto. Sigo ela escadas a baixo e quando chegamos na varanda ela estende uma toalha sobre a cabeça e me entrega outra. Passamos correndo a extensão da piscina para não nos molharmos demais.

O doutor ja está  aqui, me deito sobre a máquina para a seção. Depois que terminamos a seção me levanto levando a mãos a cabeça.

- Se sente cansado? - o doutor pergunta.

- Bastante. - pisco algumas vezes. - Mas posso suportar o cansaço. - ele assente. Voltamos do mesmo modo e entro pela cozinha tossindo.

- Dimitry fiz um chá para você.  - olho para dona Clarice que já esta servindo um copo do mesmo. Me sinto cansado e com frio. Muito frio.

Me sento no banco e pego a xícara  do balcão. Tomo lentamente e ela encosta as mãos sobre minha testa.

- Meu Deus! Está muito quente. - minha visão está meio embaçada,  termino de tomar o chá  e me levanto.

- Estou bem. - caminho para o corredor e me encosto na parede ao sentir uma tontura.

- Vou lhe acompanhar até o quarto, se Adolfo não tivesse saído pediria para te levar ao hospital.  - ela se aproxima e me escoro nela. Não coloco meu peso de verdade para que ela não acabe caindo também.  Subimos as escadas.

- Onde estão todos? - pergunto.

- Natasha, Joshua e Vitória estavam no quarto, Marília, a menina da limpeza que me disse, as crianças foram ao shopping. - ouço alguns trovões. Entramos no quarto e me deito na cama. Sinto como  se estivesse nas nuvens. - Vou buscar um pano para colocar em sua testa. - ouço a porta se fechar. Fecho os olhos. Tusso mais uma vez e me cubro completamente.

"Está dodói bebê? "

"Não!  Por favor agora não. "

"Cadê sua protetora Dimitry? Ela não pode te proteger sempre não é? " respiro fundo.

"É  só  efeito da febre."

"Não me ignore!" Destampo a cabeça e olho a extensão do quarto, meus olhos param na porta. "Ela está aqui!"

- Me deixe em paz. - digo e tusso novamente. Me sento na cama e alcanço um vaso que está na escrivaninha.  Jogo onde ela está e a sua imagem desaparece. Volto a me deitar. - Vitória... - chamo na esperança dela aparecer assim como a bruxa aparece para mim. Ouço toques insistentes, mas não sei de onde vem. Olho para a escrivaninha e vejo meu celular. Alcanço ele e atendo.

- Olá Dimitry.

- Quem fala?

- Sua mãe... Liguei para saber como está. - "Ela não esta em casa? Mamãe deveria estar aqui cuidando de mim? Por que ela não está?"

- Estou febril, alguém me disse que estou febril... - tusso.

- Chame Vitória para mim... Deixe-me falar com ela querido.

- Não sei onde ela está... estou... - a porta se abre e entra uma senhora, por um momento minha visão se embaça e vejo Vitória caminhando em minha direção, mas depois de se converte na senhora novamente.

- Dimitry?  Está aí? Fale comigo? Ligarei para Vitória está bem? Só  me diga onde... - deixo o telefone na escrivaninha.

- Quem é  a senhora? Minha vó? Onde está minha namorada? - ela sorri.

- Está delirando... Vou chamar ela está bem... Fique aqui quieto. - Assinto. Tusso novamente. A senhora sai do quarto e me sento na cama. "Essa casa não é  minha! Definitivamente não!" Tento me levantar e alguém  abre a porta. "Melany?" Meu coração acelera.

- Oi Dimitry... - ela se aproxima da cama e se senta ao meu lado, leva a mão até meus cabelos.

- Você está linda... Está diferente, mas linda. - ela sorri.

- Sei que não se lembrará de mim quando recobrar os sentidos... - nego.

- Como posso esquecer um rosto tão lindo. - digo e toco seu rosto. Ela se aproxima de mim e antes que eu perceba estou sendo beijado. Devolvo o beijo com tanta intensidade quanto ela e puxo ela para perto, porém ela para abruptamente e se afasta.

- Você está com aquela garota? - pisco várias vezes.

- Garota...

- Vitória? - seu olhar é vazio.

- Não sei quem é... espere... - "Vitória! " - Não sei... - ela se põe de pé.

- Farei mal a ela se ela não sair de sua vida. Não sobrevivi para te ver feliz... - franzo o cenho. "Melany? Sobreviver? Ela morreu? Quando?" Minha cabeça dói e fecho os olhos apoiando a cabeça com as duas mãos.

Quando a dor passa e abro os olhos ela não esta mais no quarto. "Melany..."

Abominável - A lei da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora